quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Feliz Natal.


FELIZ NATAL


FELIZ o ano, felizes os meses e os dias que passei,

Em companhia de todos vocês, amigos e seguidores.

Labutei noite e dia neste espaço, e jamais cansei,

Inventando, criando e, em busca de novos amores,

Zanzando de site em site, muito aprendi e pouco ensinei.


NATAL chegou, e com ele a sonhada esperança,

Aliada ao desejo de ver um mundo mais feliz.

Tendo a certeza de ver estampada no rosto da criança,

A alegria de um sorriso, pois foi o que eu sempre quis,

Lhe desejando vida farta, muito amor e bonança.


E, bem-vindo, abençoado e muito,

 

PRÓSPERO para todos, seja o ano que se aproxima,

Repleto de realizações, saúde e muitas felicidades,

Ó Senhor, é tudo que vos peço e que só me anima.

Somente o amor impere neste mundo de maldades,

Para que a paz reine, pois só ela engrandece e sublima.

E assim, tenhamos um mundo voltado às bondades,

Redimis os homens, elevando-os sempre para cima,

Orientai-os sobre o fim das cruciais desigualdades.


ANO de harmonia e progresso para todos, é o que desejo.

Nada de mal aconteça a ninguém, é o que peço neste ensejo.

Ordem, humildade e solidariedade entre os povos, é o que almejo.


NOVO cenário e novos horizontes se formem entre as nações,

Onde o entendimento prevaleça e seja priorizado o bom senso.

Valorizado seja o humano desde o ínfimo, ao mais intenso,

Ordeiros sejam os seres humanos nas mentes e nos corações.


R.S. Furtado.


Meus queridos amigos(as) seguidores(as) e visitantes!

A baboseira acima exposta foi a última postagem efetuada no ano de 2022. Aproveitamos a chegada do Natal para fazermos uma pequena pausa destinada a um pequeno e merecido descanso, a fim de concatenar as ideias e recarregar as baterias, prometendo que, se DEUS quiser, retornaremos em março de 2023, quando retribuiremos todas às visitas, pois quem visita, espera ser visitado.

Aproveitamos, também, para agradecer a valiosa companhia e compreensão de todos, pois sem essa extraordinária ajuda, jamais chegaríamos aonde chegamos.

Muito obrigado de coração.

Mais uma vez, um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo para todos.

“QUE DEUS SEJA LOUVADO”

Beijos no coração de todos.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Grandes vultos: Getúlio Vargas - Parte 6.

 

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

GETÚLIO VARGAS – Parte 6.

Inicia então, uma violenta campanha contra o Presidente, acusando-o de ser o mandante do atentado. Mais tarde os pistoleiros são identificados e presos e se descobre então que os mesmos pertencem à guarda particular do Palácio de Catete, dirigida pelo chefe do seu serviço de proteção pessoal, Gregório Fortunato, o qual, como amigo fiel, acompanhava Getúlio havia muitos anos. Esse fato recrudesceu os ataques contra ele. Começou a falar-se em um “mar de lama” que rodeava o Catete. À verdade, todavia, é que o Presidente tudo ignorava e ficou chocado com os fatos que afinal de contas somente o prejudicaram.

Um grupo de militares decidiu convidar Getúlio a renunciar para acabar com a agitação que começava em todo o país, com risco de se estender às ruas e a conflitos armados. Getúlio não aceitou. Sugeriram que se licenciasse por algum tempo, por um pequeno período, suficiente para que voltasse a calma à nação. Getúlio por fim aceita, retira-se para seus aposentos particulares e na mesma noite dispara um tiro no peito. Era a 24 de agosto de 1954.

Sua morte trágica chocou profundamente a nação, provocando em muitas cidades, principalmente no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, graves agitações populares, com empastelamento de jornais que atacavam o falecido presidente. Carlos Lacerda teve de refugiar-se nos Estados Unidos. Alguns dias depois, seu corpo foi embalsamado, e levado ao Rio Grande para ser enterrado em sua cidade natal.

Antes de suicidar-se, deixara uma espécie de testamento político que, tal como sua morte trágica, emocionou a nação e todo o povo, pelas verdades que ali eram ditas. Acusando os que o levaram à morte. Essa carta testamento se transformou depois em uma bandeira de luta do Partido Trabalhista Brasileiro, do qual era presidente.

Apesar de ter exercido durante alguns anos uma verdadeira ditadura, durante o Estado Novo, durante o qual o Congresso não pôde funcionar, e os jornais eram censurados pelo DIP, a imagem que dele resultou para História, foi a de um “ditador sorridente” e amado pelo povo, pois fora o único, dentre os muitos presidentes que o antecederam, a tomar conhecimento da existência do povo e atender a muitas de suas reivindicações. Até mesmo sambas – a música popular, por excelência em muitos Estados, se fizeram em seu louvor, o mais conhecido dos quais era “O Sorriso do Gegê”.

No Rio de Janeiro, na Cinelândia, centro da cidade, por meio de contribuições populares, ergueram-lhe um busto que, duas vezes por ano, no dia de seu nascimento, a 19 de abril e no dia de sua morte, 24 de agosto, é ainda hoje reverenciado com flores e orações.

LEONCIO BASBAUM

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Grandes vultos: Getúlio Vargas -- Parte 5.

Gaspar Dutra

  GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

GETÚLIO VARGAS – Parte 5.

Mas a 29 de outubro de 1945 um grupo de generais encabeçados por Góis Monteiro e Gaspar Dutra, os quais haviam sido seus ministros, decidiram impor a sua renúncia. Getúlio resolveu então abandonar a Presidência, entregando o governo ao ministro do Supremo José Linhares e voltou a sus terra natal, São Borja, na estância de Santos Reis, onde permaneceu cerca de 5 anos.

Estava formalmente fora da política, mas sua influência era ainda grande e decisiva. Nas eleições que se processaram em dezembro de 1945 para Presidência da República, decidiu apoiar a candidatura do general Dutra, somente para que o poder não caísse nas mãos da UDN. E de fato Dutra foi eleito. O próprio Getúlio, candidatando-se a deputado e senador, foi eleito em todos os pleitos, (deputado por 14 Estados e senador por São Paulo e Rio Grande do Sul, decidido por ocupar a cadeira de senador pelo seu Estado.

Isso veio a provar que, apesar de derrubado pelo golpe militar, apoiado pela UDN, em 1945, ele gozava ainda de intenso prestígio político. Por isso mesmo, convidado a candidatar-se nas eleições de outubro de 1950, depois de alguma relutância, decidiu aceitar. Foi então eleito, derrotando os candidatos do PSD e da UDN e em janeiro de 1951 voltou a ocupar o cargo de Presidente da República do qual havia sido deposto cinco anos antes.

Mas os seus inimigos, concentrados principalmente na UDN e em alguns setores militares, não se conformaram com a derrota e iniciaram contra ele uma forte campanha.

Um dos que mais o atacavam era jornalista Carlos Lacerda. Certa noite de agosto de 1954, quando este regressava à sua residência no Rio de Janeiro, à Rua Toneleiros, acompanhado de um amigo, Rubens Vaz, oficial da Aeronáutica, sofre um atentado a bala, do qual escapa ferido apenas no calcanhar, enquanto seu acompanhante é morto.

Continua

LEÔNCIO BASBAUM

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Grandes vultos: Getúlio Vargas - Parte 4.

 


GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

GETÚLIO VARGAS – Parte 4.

Em maio de 1938 teve Getúlio de enfrentar uma nova tentativa de golpe contra a sua vida, desencadeado por alguns integralistas militares e civis, mas estes são facilmente esmagados, antes mesmo de começarem a atirar, dentro do Palácio Guanabara, onde estava residindo Getúlio.

Ao desencadear-se a 2ª. Guerra Mundial, apesar das pressões sobre ele exercidas pelo governo americano, para que se juntasse aos aliados, Getúlio resolveu manter-se neutro. Mas, com o afundamento de vários navios brasileiros pelos submarinos nazistas, com a morte de vários marinheiros e soldados, resolve Getúlio aderir aos que combatiam na Europa e na Ásia o nazismo. Mandou então o Brasil para a Itália, local destinado às suas ações bélicas, uma Força Expedicionária.

Com a derrota do nazismo, o que significava a vitória da democracia no mundo, tiveram de se ampliar também no Brasil a liberdades democráticas: era preciso reabrir o Congresso, restituir ao povo o direito do voto, dar-lhe uma nova Constituição mais consentânea com os novos tempos. E Getúlio decide então tomar algumas medidas. Concedeu anistia aos presos de 1935, inclusive a Luís Carlos Prestes e seus companheiros, alguns dos quais se achavam condenados a 25 anos. O DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) encarregado da censura aos jornais e livros, praticamente deixou de funcionar, os sindicatos foram de certo modo liberados, foram reatadas relações diplomáticas com a União Soviética e até mesmo concedida a legalização ao Partido Comunista.

Getúlio somente estava resistindo a convocar novas eleições, para que o povo votasse, em um plebiscito previsto pela Constituição de 1937, se aceitava ou não o Estado Novo. Na “abertura democrática” foi permitida a formação de Partidos políticos, fechados pela Constituição de 1937, e logo se formaram vários, o Partido Social Democrático, a União Democrática Nacional, o Partido trabalhista. Era na UDN que se encontravam os maiores inimigos de Getúlio. E este sabia que numa eleição a UDN poderia atingir o poder.

Continua

LEÔNCIO BASBAUM

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sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Oitentinha.

 


OITENTINHA


Senhor meu DEUS, senhor meu PAI,

Eis que nesta data, mais uma vez,

O meu sonho se torna realidade.

Lá do alto, sobre mim, uma dádiva cai,

Vosso amor por este pobre ser se refez,

Permitindo-me mais um ano de idade.


Obrigado meu PAI, por mais este ano,

De dores, tristezas, de gozos e alegrias,

Mas sem perder a esperança, nunquinha.

De realizar meu sonho, concretizar meu plano,

Vivendo saudáveis e felizes os meus dias,

E com vossa graça, comemorar oitentinha.


Eu vos prometo meu PAI, eu vos juro,

Ser bem melhor do que fui no passado,

Para protelar por mais um ano a partida.

Fazendo o bem, puSerrificando o impuro,

Trazendo de volta o infeliz debandado,

E comigo comemorar mais um ano de vida.

R.S. Furtado


MEUS QUERIDOS AMIGOS


Hoje, 23 de setembro, como a maioria de vocês sabem, eu e meus dois filhos estamos aniversariando, Rosemildo Filho completa 52 anos e Rosenildo completa 46 anos. Eu, particularmente, estou chegando aos oitentinha com a graça de DEUS.


As pessoas costumam dizer que o tempo passa rápido. Será? Alguém já parou para pensar nesse detalhe? Eu já! E a curiosidade falou mais alto. Afinal, 80 anos não são 80 dias.

80 anos é simplesmente igual a 960 meses ou, 29.220 dias ou, 701.280 horas ou, 42.076.800 minutos ou, 2.524.608.000 segundos.


Bobagem né, o importante é que estamos vivos e saudáveis, em condições de agradecer ao nosso querido PAI pela graça de termos chegado até aqui, e com a esperança de alcançar mais uns aninhos no futuro.


QUE DEUS SEJA LOUVADO”


Rosemildo Sales Furtado

Obs: Os cálculos foram efetuados considerando-se que de 1942 a 2022, tivemos 20 anos bissexto. Portanto, foram 60 anos compostos de 365 dias e 20 anos compostos de 366 dias.


quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Grandes vultos: Getúlio Vargas - Parte 03.

    

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

GETÚLIO VARGAS – Parte 3.

Por isso mesmo, nas eleições de março de 1930, foi eleito a “bico de pena”, Júlio Prestes. A Aliança Liberal não concordou com essa eleição acusada de fraudulenta e começou a preparar um levante armado, para derrubar Washington Luís e substituí-lo por um outro presidente. O assassinato de João Pessoa em meados de 1930 por um parente, num incidente que na verdade bada teve de político, foi pretexto que serviu para desencadear o movimento.

A 03 de outubro de 1930, Getúlio Vargas, apoiado por seus conterrâneos e amigos, Osvaldo Aranha, Flores da Cunha e outros, e ainda por vários políticos mineiros, como Antônio Carlos, presidente do Estado, e tendo o apoio do então coronel Góis Monteiro, alagoano, mas servindo no Rio Grande, iniciou-se um movimento militar que, partindo só Sul, começou a caminhar-se para São Paulo, afim de em seguida atingir a Capital Federal, o Rio de Janeiro.

Nesse ínterim, para pacificar o País, um grupo de militares resolve depor o Presidente, entregando o poder ao grupo militar que vinha do Sul, encabeçado por Getúlio Vargas, a 24 de outubro. Terminava assim o movimento revolucionário e Getúlio assumia o poder, com presidente da República a 15 de novembro.

Em 9 de j ulho de 1932, os velhos remanescentes do antigo PRP decidem derrubar Getúlio Vargas e iniciam a “Revolução Constitucionalista” a pretexto de dar ao País uma nova Constituição. Ao fim de três meses de guerra civil, os paulistas são derrotados. Não, obstante, em 1934 um Congresso eleito elabora uma nova Constituição e elege Vargas para Presidente da República.

Um ano depois, a Aliança Nacional Libertadora tenta um golpe militar para derrubar Getúlio. Essa organização era dirigida por Luís Carlos Prestes. Mas o golpe fracassa, sendo abafado em poucos dias, e seus chefes, inclusive Luís Carlos Prestes, presos e condenados a longas penas.

Getúlio decidiu então que devia continuar no governo do País e, aproveitando o pretexto de um documento apócrito, o Plano Cohen, elaborado em princípio por um chefe integralista, dá por sua vez um golpe de Estado, em novembro de 1937, fechando o Congresso e promulgando uma nova Constituição. Começava então o Estado Novo.

Continua

LEÔNCIO BASBAUM

 

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Grandes vultos: Getúlio Vargas - Parte 2.

  

                                                      Washington Luís

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

GETÚLIO VARGAS – Parte 2.

Reeleito deputado, renunciou ao mandato, para poder dedicar-se â advocacia. Mas sua inclinação natural para política, levou-o a candidatar-se novamente em 1917, para logo a seguir, em 1923, eleger-se deputado federal. Dado o seu claro discernimento político, foi escolhido para líder de sua bancada e, em 1926, foi então convidado pelo então Presidente Washington Luís, a assumir o cargo de Ministro da Fazenda. Tendo posteriormente sido eleito para governador do seu Estado, Rio Grande do Sul, deixou a pasta que ocupava para assumir seu novo posto.

Iniciava-se então, no País, uma grande agitação política em torno da sucessão de Washington Luís. De acordo com a prática em voga desde o Presidente Prudente de Morais, a sucessão presidencial se fazia sempre por uma forma de revesamento, em que um político de São Paulo, era substituído por um de Minas Gerais, os dois estados que, por sua riqueza e por sua população, dominavam a política nacional. Era a chamada política do “café com leite”, da qual, aliás, o povo estava cansado, pois eram apenas os mesmos políticos, com outros nomes, dominantes dos dois Estados, sem que nada se modificasse. O Brasil, tudo indicava, iria ainda continuar por muitos anos um país. agrícola, vivendo da exportação do café, sem que ninguém se importasse com o povo e com o desenvolvimento da nação. As eleições eram puramente formais, e se resolviam nos gabinetes com atas de eleições feitas, literalmente, a “bico de penas”, de acordo com combinações prévias dos grupos dominantes, sendo o voto popular fraudado.

O candidato dessa vez era Júlio Prestes, então governador do Estado de São Paulo. Como Washington Luís também era de São Paulo, esse fato desgostou o Partido Republicano Mineiro, convencido de que “agora era sua vez”.

Surgiu então a ideia de escolher um candidato que não fosse nem mineiro nem paulista e a escolha recaiu sobre Getúlio Vargas. Além de Minas houve um outro Estado cujo governador, João Pessoa, também decidira não aceitar a imposição de um candidato escolhido pelo Presidente da Paraíba. Esse fato deu início a .formação de uma nova organização política, fora dos partidos tradicionais, disposta a mudar os rumos da política econômica e financeira do País e seus costumes políticos, a Aliança Liberal. Seu programa logo empolgou o País. Começou então um agitado período da vida política nacional que vinha modorrando havia muitos anos, com o povo quase afastado das urnas, pois seu voto não era levado em consideração.

Continua

LEÔNCIO BASBAUM .


sábado, 6 de agosto de 2022

Grandes vultos: Getúlio Vargas -- Parte 1.



GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

(1883 - 1954)

GETÚLIO VARGAS – Parte 1.

Este povo de quem fui escravo, não mais será escravo de ninguém”

Getúlio Vargas, um dos mais eminentes estadistas brasileiros, encheu as páginas de nossa História por quase um quarto de século. Mesmo tantos anos após sua morte, é ainda hoje uma bandeira das reivindicações populares. Su, Alzira, Lutero e Jandira. a permanência não está apenas nas páginas da História, mas na memoria do povo. Tornando-se conhecido como o pai dos pobres, seu papel na vida política brasileira se destaca por vários motivos. O primeiro deles está na “legislação trabalhista” que atendeu algumas das reivindicações mais sentidas dos trabalhadores: criou a estabilidade no emprego, o salário mínimo, indenização por dispensa sem justa causa e outras, pois antes dele, os assalariados não tinham direito algum. Foi ainda ele quem tentou pela primeira vez romper a estrutura colonial do Brasil, não somente por arrear do poder as antigas classes dominantes, os fazendeiros de café, simbolizadas pelo Partido Republicano Paulista, Partido Republicano Mineiro e outros semelhantes dos vários Estados do País, como dar início a uma tentativa de industrialização e independência econômica nacional ao criar o monopólio da extração do petróleo, criando a Petrobras e ao fundar a Companhia Siderúrgica Nacional, de Volta Redonda. Subindo na crista de um movimento militar revolucionário, sua vida foi toda pontilhada de acidentes e obstáculos levantados por todos aqueles que tiveram seus interesses contrariados, terminando por fim de uma forma trágica, coerente aliás, com a vida que levou e os atos que praticou.

Getúlio Vargas, ou simplesmente Getúlio, como o povo o tratava, nasceu em São Borja, no Rio Grande do Sul, a 19 de abril de 1883, terceiro filho do general Manuel do Nascimento Vargas e de sua mulher Cândida Dorneles. , Alzira, Lutero e Jandira.

Aprendeu as primeiras letras com a professora D. Carolina Ferreira e foi mandado para Ouro Preto, onde já se encontravam seus irmãos mais velhos, Viriato e Protásio. Tinha então 14 anos. Depois de pouco tempo regressou ao Rio Grande do Sul para se alistar no 6.º batalhão de Infantaria, em S. Borja, pois pretendia ser militar. Concluído o estágio, ingressou em 1899, como cadete, na Escola Preparatória e de Tática, do Rio Pardo.

Em virtude de um acidente entre alunos,em que se envolveu, juntamente com seus irmãos, voltou para Porto Alegre, a fim de terminar seu tempo de serviço militar. Na capital, matriculou-se, como ouvinte, na Faculdade de Direito. Mas ao iniciar-se a luta pela integração do Acre ao território brasileiro, levada a feito pelo seu conterrâneo Plácido de Castro, que então empolgava o País, apresentou-se como voluntário. O Tratado de Petrópolis deu fim à luta que então se iniciava, voltando por isso a Rio Grande, onde reiniciou seus estudos na Faculdade de Direito.

Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais a 23 de dezembro de 1907, tendo sido o orador da turma. Posteriormente, foi nomeado promotor público na Comarca de Porto Alegre e, em 1909, decidiu regressar à sua cidade natal para exercer a profissão de advogado. Foi então que começou a se interessar mais diretamente pela política, elegendo-se deputado estadual na legislatura de 1909 a 1912.

Em 1911 casou-se com a jovem Darcy Sarmanho, que tinha então apenas 15 anos, resultando do matrimônio cinco filhos: Manuel Antônio, Getúlio, Alzira, Lutero e Jandira.

Continua

LEÔNCIO BASBAUM

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Grandes vultos: Santos Dumont -- Parte 22.



GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SANTOS DUMONT – Parte 22.

Subo no alto do Pão de Açúcar e engulo este livro folha por folha, se dois aviões, um de 300 e outro de 600 quilos de peso, se ergueram alguns metros do chão em pista plana e em dia sem vento, acionados, respectivamente, por motores do primeiro ano do século, de 16 e 24 cavalos, queimando gasolinas de 1903 ou 1905, pouco superiores aos querosenes de hoje – e voarem, o primeiro durante três minutos e meio e o segundo durante meia hora, conforme os Wright afirmam ter voado. Disseram eles que, ao subir em 1903, o vento soprava com uma velocidade de 22 milhas (cerca de 35 quilômetros). Comenta espirituosamente Gago Coutinho que, com semelhante vendaval, não seria só o biplano dos patuscos “inventores” a voar. Voaria telhados de zinco, andaimes, guarda-chuvas abertos, chapéus, paletós, saias de mulheres e roupa na corda ou em coradouros. Iria tudo pelos ares.

Provem, hoje, os Estados Unidos, mas honestamente, a superioridade aviatória dos dois melros sobre Santos Dumont: num terreno plano e em dia calmo – sem trilho de lançamento, pilão ou catapulta – levantem do chão o primeiro aparelho deles, com o seu motor-1903 de 16 cavalos e 4 cilindros alimentado a gasolina da época, aplicando-lhes três rodas para facilidade de decolagem. Repitam depois a prova, nas mesmas condições, com o suposto aparelho de 1905, de peso maior (cerca de 600 quilos) e motor de 24 h.p. Eu assistirei. Se as experiências forem bem sucedidas, correrei logo para o alto do Pão de Açúcar e cumprirei o prometido. Engolirei este livro folha por folha confessando, em público e raso, que os Wright e não Santos Dumont iniciaram, no mundo, o voo mecânico.

Escrevendo em Paris no jornal Le Fígaro Littéraire a 03 de julho de 1956, o velho Gabriel Voisin, que assistiu aos voos de 10, 12, 20 e 30 metros de Wilbur Wright em agosto de 1908 no Hipódromo de Hunaudières (antes de ele modificar o seu aeroplano e voar em Auvours aproveitando-se das experiências de Santos Dumont, Ferber, Delagrange e do próprio Voisin) espanta-se por teimarem ainda hoje os Estados Unidos em “descobrir qualquer valor nessa máquina inutilizável dos Wright, pois nada do que eles inventaram subsistiu no que veio depois”.

Em 1903 os Wright planavam: não voavam. Experimentariam, quando muito, motores elétricos. Isto no máximo. Voar invisivelmente com o motor a petróleo, que ronca de modo extraordinário, e de mais a mais a baixa altura (pois o recorde vertical de 100 metros só foi obtido em 18-12-1908) é absurdo.

Demonstrei, exaustivamente, que em 1906 não houve jornal da Europa que atribuísse aos Wright a paternidade do voo a motor. E ao jornais dos Estados Unidos, mesmo os que procuravam torcer a verdade para servir esses cavalheiros, classificavam-no como simples “experimenters” – “experimentadores” – sem os sobrepor a quaisquer outros. Não creio que, depois do que deixo escrito, haja alguém de boa fé, ou mesmo de má fé, que duvide da prioridade de Santos Dumont.

GONDIN DA FONSECA


quarta-feira, 13 de julho de 2022

Grandes vultos: Santos Dumont - Parte 21.



GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SANTOS DUMONT – Parte 21.

Existe a carta que, em 1904, escreveram a L’Aérophile, de Paris, sobre os voos confidenciais de 17-12-1903. Apresentada, todavia, em 1944, por um dos seus hidrófobos partidários, s engenheiros de São Paulo, técnicos de aviação, F. A. Brotero e Romeu Corsini – ambos honestamente declararam que, por ela, ninguém afirmaria terem-se os dois parceiros erguido do chão um milímetro. “Pela descrição sumária e tecnicamente incorreta que fazem do aparelho – assevera Corsini – nada se poderia afirmar. De fato, nem porque se chame aeroplano a um aparelho qualquer será obrifado a voar. No caso em apreço, a escassez de dados -e quase absoluta, forçando a um único pronunciamento seguro: sem a admissão, por nós, de determinadas condições imprescindíveis, não podemos julgar da possibilidade de voar uma tal máquina.” E adiante: “nada escreveram sobre o assunto que possa pesar decididamente a seu favor”. Salienta Brotero: “os dados fornecidos são omissos e incompletos. Sobre a questão dos conhecimentos aeronáuticos dos autores dessa máquina, se me cingir exclusivamente ao que está na carta, é impossível fornecer qualquer resposta.

Pesava o “14-bis”, a princípio, cerca de 200 quilos; e depois, segundo leio em revistas europeias e americanas de 1906, mais ou menos 300, o que equivale a umas 600 libras. Precisou de um motor de 50 h.p. para se erguer do chão. Ora, o fabuloso, o mitológico biplano dos Wright – elucida a revista The Scientific American de 3 de novembro de 1906 – pesava o dobro. Dispunha, no início, quando o seu peso ascendia apenas a 335 quilos, de um motor de 16 cavalos e 4 cilindros (segundo confissão dos mesmos Wright) substituído depois por um de 24 cavalos. Transcrevo, exatamente traduzidas, as palavras da citada revista Ianque:

O jovem brasileiro, embora com um aparelho do mesmo tipo usado pelos experimentadores americanos, mas de metade do seu peso (of about one-half its weight), achou que um motor 50 cavalos era necessário para se erguer ao ar e a prosseguir a uma velocidade de 25 milhas horárias – enquanto os Wright, com um aparelho que pesava o dobro e tinha a metade da força (of twice the weight and half the power), alegam ter desenvolvido quase o dobro da velocidade (38 milhas por hora)”.

Continua

GONDIN DA FONSECA

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Grandes vultos: Santos Dumont - Parte 20.

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SANTOS DUMONT – Parte 20.

Eu tinha para todas essas ideias uma inferioridade imensa. Imaginava bem as coisas, mas não sabia desenho de máquinas. Nessa época, porém, eu morava em Nova Iorque com o engenheiro Raul Ribeiro da Silva, que não só desenhava admiravelmente, como era um cérebro de inventor, cheio de ideias originais. Ademais, conhecia bem a mecânica. Associei-me a ele e pedimos patente. Foi isso no dia 5 de novembro de 1918. O pedido de patente teve o número 261.182. Nele aparece o nome de Raul Ribeiro da Silva antes do meu, por pura gentileza de minha parte. Mas tratava-se evidentemente da velha ideia de 1911 desenvolvida. A patente foi concedida.

Foi concedida a ele então, como havia sido concedida a dos Wright em 1906. E ele inventou tanto o avião a jato em 1918 como os Wright inventaram em 1903 ou 1905 o avião mecânico… “Ninguém acende uma lâmpada e a põe debaixo de um alqueive” – disse Cristo no Sermão da Montanha (Mat. 5,15). Quem, tendo descoberto a navegação aérea a motor, conservaria em segredo esse valioso feito durante cinco anos – de 1903 a 1908? Quem?

Ainda que toda a imprensa do mundo falasse em 1903 do aeroplano a motor dos Wright, isto de nada valeria sem provas documentais, fotografias, exatas, de que eles haviam voado. Toda a imprensa do mundo falou dos discos voadoras de Marte. E isso não demonstrou cabalmente a sua existência, porque dela não se tiveram provas documentais, fotografias, exatas.

Vimos, que, nos Estados Unidos, só quatro ou cinco jornais veicularam boatos de voos, desses sujeitos. Mas quantos se calaram? Todos os restantes. Milhares. E entre esses milhares os de Dayton, Ohio (conforme atrás referimos). Eles voavam ali, em Springfield, percorrendo, ruidosamente, segundo disseram, a 39 metros de altura, distâncias de 4,500 metros (1904) 18 quilômetros (26 de setembro de 1905) e 39 quilômetros (5 de outubro do mesmo ano) – e ninguém os enxergava, ninguém ouvia coisa alguma. Será possível? Qual! Deixemo-nos de infância! Brincadeira tem hora.

Continua

GONDIN DA FONSECA

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Grandes vultos: Santos Dumont - Parte 19.

Blériot
 

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SANTOS DUMONT – Parte 19.

Á 22 de maio de 1906 – bradam ainda os defensores da prioridade dos Wright – eles obtiveram uma patente de avião com motor. E Santos Dumont ainda não voara! Sai desta, seu Gondin!

Chantagem! Pirataria! Em maio de 1906 a quadrilha Wright-Chanute possuía a certeza plena de que alguém na França, na Inglaterra ou em qualquer parte da Europa ia voar. Existiam prêmios de aviação instituídos. Havia gente estudando, experimentando. Chocava-se o ovo. O pinto quebraria a casca mais hoje mais amanhá. Então, que golpe baixo arquitetaram? Registro de patente. Talvez para impedir que Santos Dumont ou alguém do seu grupo voasse nos Estados Unidas. Eram enredadores, mistificadores, litigantes, gananciosos.

Mas que prova essa patente de invenção? Simplesmente que a “gang” Wright-Chanute arquitetava, no cérebro, um aparelho de voo mecânico. Mais nada. Pensavam. Isso em maio de 1906. Isso quando Santos Dumont, Blériot e outros não pensavam apenas – mas realizavam.

Se registro de patente provasse prioridade, a invenção dos aparelhos a jacto devia ser atribuída aos Medeiros e Albuquerque. Diz ele no segundo voluma das Memórias.

Em Paris, em 1911, eu li a descrição dos motores de aviões. Neles se produzem explosões de gases, que impelem os pistões dos motores e é esse movimento aproveitado para fazer girar as hélices. Desde logo que acudiu a ideia de que seria possível suprimir os motores: Fazer com que as explosões dos gases movessem diretamente a própria hélice. Para isso, um meio simples: se o eixo das hélicas fosse oco e fossem ocas e perfuradas as bordas das pás das mesmas de um dos lados, os gases das explosões, entrando pelos eixos e escapando-se por um dos lados das pás fariam girar as hélices. Seria exatamente o mesmo princípio dos torniquetes hidráulicos. Apenas, em vez de água, gases.

Como alguém me tivesse encorajado, decidi-me a pedir patente para a minha ideia. Foi a patente francesa nº 427.217 de 13 de março de 1911. Com a minha absoluta inabilidade para explorar coisas industriais, nunca procurei tirar proveito disso. Sete anos depois, Nova Iorque, meditando sempre sobre o caso, vi que se podia ir mais adiante. Em 1911, eu perguntara:”Para que motor?” Em 1918, eu perguntei: “E para que hélice?” Os gases, em vez de passar pelas pás das hélices, para obriga-las a se moverem, podiam ser projetados diretamente na atmosfera.

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quarta-feira, 1 de junho de 2022

Grandes vultos: Santos Dumont - Parte 18.

 

Capitão Feber

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SANTOS DUMONT – Parte 18.

E a Smithsonian Instituition, de Washington? Esse museu de ciências, dos maiores do mundo, jamais admitiu os Wright como pioneiros da aviação antes de outubro de 1942. Repugnando-lhe confessar a prioridade de Santos – pois é incoercível o desprezo que todo o ianque nutre (de modo claro ou subreptício) pelos “decadentes” povos latinos, atribuiu a Langley a paternidade do voo a motor, embora o seu “Aerodrome” virasse submarino todas as vezes que ele se arriscava a experimentá-lo perto do Rio Potomac. Nunca voou. A teoria da Smithsonian Instituition era de que, se lhe pusessem rodas e um motor mais leve, se ergueria no ar. Claro! Mas com rodas e um motor mais leve já o aparelho não seria o de Langley… escreve a revista Times de 02-11-42:

Orville Wright got só mad about i that in 1928 he sent the original Kitty Hawk machine to a London Museum. Kindly Dr. Abbot, naturally perturbed at the loss of a possible exhibit, began to turn the matter over in his mind. After 14 years of gentle revolving, he made his decision jast week: the Wright brothers were indeed the first to make a sustained flight in a hea vier-than-air-machine”.

Se em 1942, só após a segunda edição do meu livro e sua repercussão dentro e fora do Brasil é que a Smithsonian Instituition , de Washington, vendo aluídas as pretensões ianques a primazia do voo mecânico, aderiu aos Wright. Pasmem!

Mal Santos Dumont realiza o primeiro voo a motor no mundo, em outubro de 1906, Wilbur Wright escreve dos Estados Unidos ao Capitão Ferber, pedindo-lhe que o elucide sobre a forma e a estrutura do “14-bis”. Ele tem rodas, estranha o pândego! Que excentricidade! Rodas! “Para partir, Santos Dumont há de rodar sobre um campo extenso e bem uniforme. Graças a um pilone de lançamento, Orville e eu iniciamos o voo com velocidade, de modo muito mais prático.” Não voavam. Planavam. Mesmo em 1908, quando em Paris o aeroplano a motor já não constituía segredo para ninguém, a geringonça dos Wright só descia pelos seus próprios meios. Subir? Não! Não subia por si.

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quarta-feira, 18 de maio de 2022

Grandes vultos: Samtos Dumont - Parte 17.


William Howard Taft

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SANTOS DUMONT – Parte 17

Isto mesmo repete em 1911 o Sr Richard Ferris, em seu livro How to fly, edição de Thomas Nelson & Sons, Nova Iorque, pág. 395: “Estes (os voos de Santos Dumont em 1906) foram, na Europa, os primeiros realizados por aparelhos mais pesados que o ar e, bem assim, os primeiros voos públicos do mundo”. --These were first flights of heavierthan-air machines in Europe, and the first flights anywhere”.

Ainda em 1953, numa biografia do grande brasileiro dedicada à juventude ianque e bastante inspirada nos meus escritos (Bicyclesin the sky, Edtôres Ch. Scribner’s Sons, New Tork) proclama a Senhora Rosa Brown: “Santos Dumont made the first public showing of an airplane in flight, for the Wrights did not make a public flight until 1908”. “Santos Dumont realizou a primeira demonstração pública de um aeroplano em voo, pois os Wright não voaram publicamente antes de 1908”.

Não ignora que, em 1903, alguns jornais dos Estados Unidos noticiaram voos a motor dos Wright. Fizeram-no por sugestão de um inteligentíssimo pirata americano por eles mancomunado: Octavio Chanute, sujeito bastante instruído e de ampla goela – ávido de dinheiro. Foram esses jornais o World de Nova Iorque, de 19 de dezembro, o New York Daily Tribune, da mesma data, o New York American e o Virginian Pilot, de Norfolk. Nenhum desses papéis públicos, entretanto, autêntica as fantasias que imprime – Não direi já com fotografias, mas com gravuras ou simples desenhos imaginosos. E nenhum declara (isto é essencialíssimo) que viu o que divulga. Nenhum! Todas as notícias são de orelhada, de palpite – não de vista. E os Wright, temendo que alguém se dispusesse a averiguar a autenticidade de tais balelas (pois tratava-se de voos planados e não a motor) declararam imediatamente que elas, na realidade, carecia de consistência. Que eram exageradas! Desmentiram-nas preto no branco, por intermédio de Octavio Chanute. Redondissimamente.

Claro que eram exageradas, falsas! Tão exageradas, tão falsas, que, em fins de 1905, o Ministro da Guerra de Washington, dirigido por William H. Taft, ainda não acreditava terem eles a sua passarola em estado de alçar voo – “brought to the stage of pracitical operation” (John R. Mc. Mahon, The Wright Brothers). Os Estados Unidos mostravam-se então vitalmente interessados em solucionar o problema do voo mecânico. Em Washington, o Congresso votara 100.000 dólares (cem mil dólares!) para tal fim e, com uma parte desses fundos o governo financiaria as experiências de Langley. Gastaria um milhão, dois, dez! Pois nessa época, respondendo a uma carta em que os Wright propunham a venda ao Estado de sua engenhoca, William Howard Taft, de Ohio, da terra de Orville, deu o contra! Ignorava as proezas dele e do mano em Dayton, Ohio. Ele, Taft, nascido, criado e educado em Cincinnat – vizinho de Dayton! Ele que tinha em Dayton centenas de amigos e que sempre passava por lá. Ele, homem culto, super informado, futuro presidente dos Estados Unidos. É de arrasar! Escachante!

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GONDIN DA FONSECA

quarta-feira, 4 de maio de 2022

Grandes vultos: Santos Dumont - Parte 16.



GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SANTOS DUMONT – Parte 16.

Muito mais decente a atitude do Herald e de outros grandes jornais e revistas de Nova Iorque, Chicago, e até de São Francisco admitindo lisamente a vitória do nosso patrício como autor do primeiro voo mecânico do homem. Não é aqui meu intuito, porém, registrar a opinião dos que lisamente admitiram essa vitória, e que foram todos, por assim dizer, em 1906 – mas reproduzir as dos raríssimos que a negaram e mostrar-lhes a improcedência. Do contrário – fosse outro o meu critério – este livro transformar-se-ia numa poliantéia infinita, fatigante.

A revista Scientific American, não desejando que a paternidade do primeiro voo em aeroplano, a luz do dia, pertença a um south american, apela para Sir Hiram Maxim. Ele, Maxim, teria sido o primeiro a voar!

Mas a Illustrated London New na entrevista com Santos Dumont a que referimos, assevera categoricamente que o sucesso do brasileiro nada tem de semelhante com o pretendido voo de Sir Hiram Maxim, cujo aeroplano rolava sobre trilhos de ferro e não se erguia do chão. Também o dos Wright não se erguia, nem em 1908!

Aliás a Enciclopédia Britânica informa sobre o aeroplano de Maxim: “on each of the two occasions in 1903 on which it was tried something went wrong with the launchig arrangements and the machine was wrecked.” – “Das duas vezes em que o experimentaram, em 1903, alguma coisa não funcionou no arranjo para o arremesso ao ar, e a máquina espatifou-se”.

Não esquecer que Sir Hiram Maxim era inglês adotivo, e inglesa a Illestrated London News.

Estabelecemos, portanto, nas páginas anteriores, o fato indestrutível de que parte da imprensa americana reconhece em Santos Dumont – Santos Dumont: o primeiro homem que voou em aeroplano com motor. Outra parte, desejando extorquir para os Estados Unidos a glória do brasileiro, tem de afirmar, entretanto, que ninguém viu voar os Wright; que “the first sucessful trials of an aeroplane that were freely open topublic obsevation, took ĺace in Paris ob September 15”. “As primeiras experiências realizadas com sucesso por um aeroplano, e que o público pôde ver livremente tiveram lugar em Paris a 15 de setembro”.

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GONDIN DA FONSECA

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