HISTÓRIA DA LITERATURA
MUNDIAL
LITERATURA PORTUGUESA –
PARTE 21
A Arcádia Lusitana. Essa
escola literária foi fundada em Lisboa, em meados do século XVIII,
por três jovens bacharéis coimbrenses: Antônio Dinís da Cruz e
Silva, Esteves Negrão e Gomes de Carvalho, mas só o primeiro deles
viria a se tornar um escritor conhecido.
Pretendia, a Arcádia,
reformar a poesia portuguesa, e os seus componentes acreditavam que
isso poderia ser conseguido imitando os escritores da Antiguidade
Clássica, eliminando tudo que fosse supérfluo numa obra, procurando
conservar-se fiel à realidade da natureza e abolindo a rima.
A obra mais importante de Cruz
e Silva é um poema heroico-cômico, O Hissope, em que o autor
ridiculariza uma desinteligência ocorrida entre o deão e o bispo de
Elvas. Além dessa obra, Cruz e Silva ainda escreveu Metamorfoses,
inspirada no Brasil, onde esteve por ocasião da Inconfidência
Mineira, e uma comédia teatral: O Falso Heroísmo.
De um modo geral, os árcades
– Correia Garção, Domingos dos Reis Quita e Manuel de Figueiredo,
entre outros, além dos já citados – pouco produziram de
importante no campo das letras, mas nem por isso deixaram de exercer
uma apreciável influência no panorama literário de Portugal, mercê
da importante atividade crítica e doutrinária a que se dedicaram.
Mas não existiram apenas
árcades em Portugal, na época. Aliás, é exatamente entre os que
não se filiavam a essa academia literária que vamos encontrar o
maior nome das letras portuguesas no século XVIII: Manuel Maria
Barbosa du Bocage, nascido em 1765 e falecido em 1805.
A atividade literária de
Bocage limitou-se a dois campos: tradução e poesia, mas é
especialmente como poeta que ele ficou conhecido. Escreveu dois
livros: Rimas, em 1791, e Poesias, só publicado postumamente, em
1853. Bom poeta,de grande inspiração, de rima e ritmo fáceis
Bocage gostava de retratar-se nas suas obras, comparando-se a Camões:
Camões, grande Camões, quão
semelhante
Acho teu fado ao meu, quando
os cotejo!
Ludíbrio, como tu, da sorte
dura,
Meu fim demando ao céu, pela
certeza
De que só terei paz na
sepultura...
Além da sua própria pessoa,
os temas das suas poesias são o amor, a morte, a infelicidade, o
destino, o que possivelmente se explica pelos seus problemas de
saúde.
Bocage foi mal compreendido
pelos seus contemporâneos, para o que muito contribuiu, sem dúvida,
a linguagem um pouco desabrida que costumava usar nos seus escritos.
Aliás, é exatamente nessa qualidade que é popularmente conhecido.
Obs: Com relação as
informações históricas e geográficas contidas neste post, favor
considerar a época da edição do livro/fonte.
Fonte: “Os Forjadores do
Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.
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