quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Grandes vultos: Getúlio Vargas - Parte 2.

  

                                                      Washington Luís

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

GETÚLIO VARGAS – Parte 2.

Reeleito deputado, renunciou ao mandato, para poder dedicar-se â advocacia. Mas sua inclinação natural para política, levou-o a candidatar-se novamente em 1917, para logo a seguir, em 1923, eleger-se deputado federal. Dado o seu claro discernimento político, foi escolhido para líder de sua bancada e, em 1926, foi então convidado pelo então Presidente Washington Luís, a assumir o cargo de Ministro da Fazenda. Tendo posteriormente sido eleito para governador do seu Estado, Rio Grande do Sul, deixou a pasta que ocupava para assumir seu novo posto.

Iniciava-se então, no País, uma grande agitação política em torno da sucessão de Washington Luís. De acordo com a prática em voga desde o Presidente Prudente de Morais, a sucessão presidencial se fazia sempre por uma forma de revesamento, em que um político de São Paulo, era substituído por um de Minas Gerais, os dois estados que, por sua riqueza e por sua população, dominavam a política nacional. Era a chamada política do “café com leite”, da qual, aliás, o povo estava cansado, pois eram apenas os mesmos políticos, com outros nomes, dominantes dos dois Estados, sem que nada se modificasse. O Brasil, tudo indicava, iria ainda continuar por muitos anos um país. agrícola, vivendo da exportação do café, sem que ninguém se importasse com o povo e com o desenvolvimento da nação. As eleições eram puramente formais, e se resolviam nos gabinetes com atas de eleições feitas, literalmente, a “bico de penas”, de acordo com combinações prévias dos grupos dominantes, sendo o voto popular fraudado.

O candidato dessa vez era Júlio Prestes, então governador do Estado de São Paulo. Como Washington Luís também era de São Paulo, esse fato desgostou o Partido Republicano Mineiro, convencido de que “agora era sua vez”.

Surgiu então a ideia de escolher um candidato que não fosse nem mineiro nem paulista e a escolha recaiu sobre Getúlio Vargas. Além de Minas houve um outro Estado cujo governador, João Pessoa, também decidira não aceitar a imposição de um candidato escolhido pelo Presidente da Paraíba. Esse fato deu início a .formação de uma nova organização política, fora dos partidos tradicionais, disposta a mudar os rumos da política econômica e financeira do País e seus costumes políticos, a Aliança Liberal. Seu programa logo empolgou o País. Começou então um agitado período da vida política nacional que vinha modorrando havia muitos anos, com o povo quase afastado das urnas, pois seu voto não era levado em consideração.

Continua

LEÔNCIO BASBAUM .


sábado, 6 de agosto de 2022

Grandes vultos: Getúlio Vargas -- Parte 1.



GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

(1883 - 1954)

GETÚLIO VARGAS – Parte 1.

Este povo de quem fui escravo, não mais será escravo de ninguém”

Getúlio Vargas, um dos mais eminentes estadistas brasileiros, encheu as páginas de nossa História por quase um quarto de século. Mesmo tantos anos após sua morte, é ainda hoje uma bandeira das reivindicações populares. Su, Alzira, Lutero e Jandira. a permanência não está apenas nas páginas da História, mas na memoria do povo. Tornando-se conhecido como o pai dos pobres, seu papel na vida política brasileira se destaca por vários motivos. O primeiro deles está na “legislação trabalhista” que atendeu algumas das reivindicações mais sentidas dos trabalhadores: criou a estabilidade no emprego, o salário mínimo, indenização por dispensa sem justa causa e outras, pois antes dele, os assalariados não tinham direito algum. Foi ainda ele quem tentou pela primeira vez romper a estrutura colonial do Brasil, não somente por arrear do poder as antigas classes dominantes, os fazendeiros de café, simbolizadas pelo Partido Republicano Paulista, Partido Republicano Mineiro e outros semelhantes dos vários Estados do País, como dar início a uma tentativa de industrialização e independência econômica nacional ao criar o monopólio da extração do petróleo, criando a Petrobras e ao fundar a Companhia Siderúrgica Nacional, de Volta Redonda. Subindo na crista de um movimento militar revolucionário, sua vida foi toda pontilhada de acidentes e obstáculos levantados por todos aqueles que tiveram seus interesses contrariados, terminando por fim de uma forma trágica, coerente aliás, com a vida que levou e os atos que praticou.

Getúlio Vargas, ou simplesmente Getúlio, como o povo o tratava, nasceu em São Borja, no Rio Grande do Sul, a 19 de abril de 1883, terceiro filho do general Manuel do Nascimento Vargas e de sua mulher Cândida Dorneles. , Alzira, Lutero e Jandira.

Aprendeu as primeiras letras com a professora D. Carolina Ferreira e foi mandado para Ouro Preto, onde já se encontravam seus irmãos mais velhos, Viriato e Protásio. Tinha então 14 anos. Depois de pouco tempo regressou ao Rio Grande do Sul para se alistar no 6.º batalhão de Infantaria, em S. Borja, pois pretendia ser militar. Concluído o estágio, ingressou em 1899, como cadete, na Escola Preparatória e de Tática, do Rio Pardo.

Em virtude de um acidente entre alunos,em que se envolveu, juntamente com seus irmãos, voltou para Porto Alegre, a fim de terminar seu tempo de serviço militar. Na capital, matriculou-se, como ouvinte, na Faculdade de Direito. Mas ao iniciar-se a luta pela integração do Acre ao território brasileiro, levada a feito pelo seu conterrâneo Plácido de Castro, que então empolgava o País, apresentou-se como voluntário. O Tratado de Petrópolis deu fim à luta que então se iniciava, voltando por isso a Rio Grande, onde reiniciou seus estudos na Faculdade de Direito.

Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais a 23 de dezembro de 1907, tendo sido o orador da turma. Posteriormente, foi nomeado promotor público na Comarca de Porto Alegre e, em 1909, decidiu regressar à sua cidade natal para exercer a profissão de advogado. Foi então que começou a se interessar mais diretamente pela política, elegendo-se deputado estadual na legislatura de 1909 a 1912.

Em 1911 casou-se com a jovem Darcy Sarmanho, que tinha então apenas 15 anos, resultando do matrimônio cinco filhos: Manuel Antônio, Getúlio, Alzira, Lutero e Jandira.

Continua

LEÔNCIO BASBAUM

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