quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Grandes vultos: Santos Dumont - Parte 11.

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SANTOS DUMONT – Parte 11.

Era embaixador dos Estados Unidos em França, no ano de 1908, o Sr. Henry White, que despendeu muita força de dólar a fim de “convencer” a imprensa parisiense da prioridade dos Wright sobre o nosso patrício de Cabungu. Queria a grande nação americana fartamente desmoralizada, na época, pela sua conduta de gangster no Panamá, no México etc., e pela indecência endinheirada dos seus milionários (alguns deles positivamente ladrões como John D. Ronckfeller e Jay Gould ) – construir prestígio intelectual, ganhar fama de país nobremente votado às ciências e à conquista do futuro. Espoliar Dumont era fácil. Espoliou-o. Chegou até a mobilizar os reis da Espanha, da Itália e da Inglaterra, a fim de baterem palma aos Wright. O aeroplano com motor a petróleo representava (e ela bem o viu) a maior façanha inventiva do tempo, a cristalização de um sonho milenar do homem. Pertenceria aos Estados Unidos.

Deixando-se embora “convencer” do embuste dos Wright, a Ilustration publica sobre eles o seguinte, a 1 de setembro de 1908 pag. 168):

Nous ne croyons pas, par exemple, qu’aucune photographie authentique de leur machine volante ait jamais apparu aux États-Unis avant celles qui illustrent l’article du Century Magazine et que nous reproduisons ici Ce sont eux-mêmes qu’ont fournit à la revue ces épreuves”. Traduzo: Não acreditamos absolutamente que alguma fotografia autêntica da sua máquina voadora tenha jamais aparecido nos Estados Unidos antes das que ilustram o artigo do Century Magazine e que reproduzimos aqui. Foram eles mesmos que forneceram essas fotos à revista.

Quer dizer: ninguém se lembrou, nos Estados Unidos, de erguer os olhos para o ar quando os manos Orville e Wilbur voavam em 1903, 4, 5, embora o seu motor fosse, como não podia deixar de ser, extremamente ruidoso. Os jornais franceses (e a própria Ilustration) salientam o barulho infernal que o biplano fazia voando. Pois antes de 23 de outubro de 1906, meus senhores, ninguém viu nem ouviu coisa alguma de extraordinário na terra de Tio Sam, embora os Wright cobrissem então de um só voo, segundo posteriormente disseram, vinte e quatro milhas de distância em círculo fechado. Fantástico! E se alguém observou, não teve a ideia comum de bater uma fotografia. Não houve um desgraçado reporter que possuísse curiosidade bastante para indagar que besouro enorme seria aquele…

Continua

GONDIN DA FONSECA

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