quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Grandes vultos: Getúlio Vargas - Parte 6.

 

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

GETÚLIO VARGAS – Parte 6.

Inicia então, uma violenta campanha contra o Presidente, acusando-o de ser o mandante do atentado. Mais tarde os pistoleiros são identificados e presos e se descobre então que os mesmos pertencem à guarda particular do Palácio de Catete, dirigida pelo chefe do seu serviço de proteção pessoal, Gregório Fortunato, o qual, como amigo fiel, acompanhava Getúlio havia muitos anos. Esse fato recrudesceu os ataques contra ele. Começou a falar-se em um “mar de lama” que rodeava o Catete. À verdade, todavia, é que o Presidente tudo ignorava e ficou chocado com os fatos que afinal de contas somente o prejudicaram.

Um grupo de militares decidiu convidar Getúlio a renunciar para acabar com a agitação que começava em todo o país, com risco de se estender às ruas e a conflitos armados. Getúlio não aceitou. Sugeriram que se licenciasse por algum tempo, por um pequeno período, suficiente para que voltasse a calma à nação. Getúlio por fim aceita, retira-se para seus aposentos particulares e na mesma noite dispara um tiro no peito. Era a 24 de agosto de 1954.

Sua morte trágica chocou profundamente a nação, provocando em muitas cidades, principalmente no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, graves agitações populares, com empastelamento de jornais que atacavam o falecido presidente. Carlos Lacerda teve de refugiar-se nos Estados Unidos. Alguns dias depois, seu corpo foi embalsamado, e levado ao Rio Grande para ser enterrado em sua cidade natal.

Antes de suicidar-se, deixara uma espécie de testamento político que, tal como sua morte trágica, emocionou a nação e todo o povo, pelas verdades que ali eram ditas. Acusando os que o levaram à morte. Essa carta testamento se transformou depois em uma bandeira de luta do Partido Trabalhista Brasileiro, do qual era presidente.

Apesar de ter exercido durante alguns anos uma verdadeira ditadura, durante o Estado Novo, durante o qual o Congresso não pôde funcionar, e os jornais eram censurados pelo DIP, a imagem que dele resultou para História, foi a de um “ditador sorridente” e amado pelo povo, pois fora o único, dentre os muitos presidentes que o antecederam, a tomar conhecimento da existência do povo e atender a muitas de suas reivindicações. Até mesmo sambas – a música popular, por excelência em muitos Estados, se fizeram em seu louvor, o mais conhecido dos quais era “O Sorriso do Gegê”.

No Rio de Janeiro, na Cinelândia, centro da cidade, por meio de contribuições populares, ergueram-lhe um busto que, duas vezes por ano, no dia de seu nascimento, a 19 de abril e no dia de sua morte, 24 de agosto, é ainda hoje reverenciado com flores e orações.

LEONCIO BASBAUM

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