quarta-feira, 20 de abril de 2022

Grandes vultos: Santos Dumont - Parte 15.


Demoiselle

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SANTOS DUMONT – Parte 15.

Transcrevendo, como se fosse na íntegra, um longo artigo de La Nature (Paris, 6 de outubro) do Sr. G. Chalmarès, informa a Literary Digest aos seus leitores: “This is very litle a source of energythat will enable him to fly through the air”. – “Isto é pouco realmente (o salto de 8 metros) mas suficiente para demonstrar que uma pessoa pode transportar consigo uma fonte de energia que a habilite a voar”. Está certo.

Em 1908, a máquina dos Wright era ainda, como frisamos e refrisamos, um aeroplano de parque de diversões, subindo de um trilho seguro a uma pilastra de 6 metros, e daí, por um sistema de pesos, projetando-se no ar. Se aterrasse fortuitamente num campo, a quilômetros de distância, tinha de ser transportado em caminhões ou carro de bois para junto de seu hangar – na hipótese de querer subir de novo – a fim de o reerguerem no trilho e o reatirarem no espaço. Isto em 1908. Em 1906, conforme não nos cansaremos de repetir, o “14-bis” (que se chamou, também, Oiseau de proie – “Ave de rapina”) ergue-se do chão por si mesmo; e em 1909 Santos Dumont ia visitar os seus amigos Rothschild com o “Demoiselle”, aterrando e subindo em qualquer parte.

A má fé da Literary Digest evidencia-se no fato de ela haver truncado insidiosamente o artigo de La Nature. Diz a revista francesa:

La journée du 13 Septembre 1906 sera désormais historique, car, pour la première fois, un homme s’est élevé dans l’air par ses propres moyens”. – “O dia 13 de setembro de 1906, será doravante um dia histórico, pois, nele, pela primeira vez um homem subiu ao ar valendo-se dos seus próprios recursos”.

A Literary Digest não traduziu esta parte, o que é grave: e errou na data escrevendo 15 de setembro em lugar de 13. O erro é venial, sem dúvida, mas demonstra insegurança, desleixo, leviandade, atrapalhação… A proeza de Santos Dumont incomodou-a de tal maneira que, no mesmo número, dá três notícias dela, sendo uma de página inteira.

Continua

GONDIN DA FONSECA

quarta-feira, 6 de abril de 2022

Grandes vultos: Santos Dumont - Parte 14.



GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SANTOS DUMONT – Parte 14.

Patriótica, adversa em extremo a Santos Dumont, e invejosa de sua glória, a revista Lirerary Digest, de 24 de novembro de 1906, dedica-lhe, entretanto, uma página inteira, publica a fotografia do “14-bis” e declara, aludindo ao primeiro salto de 8 metros em Bagatelle:

!The first sucessful trials of an aeroplane that were freely open to public observatin took place in Paris on September 15 last”. – As primeiras experiências realizadas com sucesso por um aeroplano, e que o público pôde ver livremente, tiveram lugar em Paris a 15 de setembro último.

A seguir, informa cheia de malícia: “The experiments of the brothers Wright in this country were muche more extensive and successful, but the public was not allowed to note their details”.As experiências dos irmãos Wright neste país foram muito mais extensas (o voo de Santos Dumont tinha sido de 8 metros apenas) e bem sucedidas, mas delas (dessas tais experiências) não pôde o público observar quaisquer detalhes.

Isto equivale mais ou menos a dizer: “aqui nos Estados Unidos os Wright já voaram mais de 8 metros, mas ninguém viu. Creiam, por patriotismo”.

Voar secretamente, invisivelmente, vinte e quatro milhas em circuito fechado, como no ano de 1908 eles juraram ter feito antes de Santos Dumont, é acontecimento que só não espanta nos Estados Unidos.

Continua a Literary Digest: “As primeiras experiências do aeroplano de Santos Dumont apresentam, portanto, interesse especial, maior ainda, que os seus voos subsequentes, embora mais longos”. “The first trials of Santos Dument’s aeroplane therefore possess spedial interest, even more his subsequent flights, which have been much longer”. E adiante: “Since this memorable first trial, Santos Dumont has done much better”. – Desde essa memorável primeira experiência, Santos Dumont fez muito mais”.

Continua

GONDIN DA FONSECA

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