quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Grandes vultos: Santos Dumont - Parte 08.


GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SANTOS DUMONT – Parte 08.

Darei a palma aos irmãos Wright (respondo eu) no dia em que se descobrir que antes de 23 de outubro de 1906, um jornal qualquer do mundo, mesmo de Dayton, Ohio, notificou vagamente, entre os “faits-divers”, um pequenino voo mecânico desses figurões, autenticando-o com fotografia.

Exibam os Estados Unidos uma gravura apenas, uma única – mesmo falsa, tapeativa, mistificadora – impressa antes dessa data acerca de voos de Orville e Wilbur Wright em aeroplano com motor, e este meu livro será, definitivamente, afastado da circulação.

A melhor revista ilustrada da Inglaterra era, em 1906, como ainda hoje, a Illustrated London News. Quando Santos Dumont voa em França pela segunda vez, cobrindo 60 metros de percurso, ela estampa uma fotografia do “14-bis” (3 de novembro de 1906, pag. 629) sob o seguinte título: “One step nearer flyng: new machines to conquer the air. The first flight of a machine heavier than air. Santos Dumont winning the Archdeacon prize”. Notem: the first flight of a machine heavier than air – o primeiro voo de um aparelho mais pesado que o ar.

Sob a fotografia lê-se: “the only fotograf of a memorable event, showing the height attained” – “fotografia única de um acontecimento memorável, mostrando a altura atingida”.

Mais tarde, a 24 de novembro de 1906, divulga a Illustrated London News uma longa entrevista com Santos Dumont, proclamando: ”ha hoje um homem que se distanciou muito dos outros na conquista do ar. O seu nome está em todas as bocas”. Nem uma palavra acerca dos Wright.

Interrogado sobre os dirigíveis, Santos Dumont responde:

Podem satisfazer para fins bélicos mas, para esporte, são volumosos demais. Precisamos do aeroplano a fim de alcançarmos velocidades maiores. Atingiremos com ele, no futuro, 60 milhas por hora! Além de outras vantagens sobre os dirigíveis, tem o aeroplano a de ser bastante mais barato: o meu custou-me pouco, e o construí em breves meses.

Continua

GONDIN DA FONSECA

 

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Grandes vultos: Santos Dumont - Parte 07.

 

Acidente que matou o Tenente Selfridge

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SANTOS DUMONT – Parte 07.

L’approche de la mauvaise saison semble redoubler le zèle de nos aviateurs et la semaine que vient de s’écouler a vu encore de suoerbes envolés. Un fort grave accident est survenu malheureusement a l’aviateur américain Orville Wright. Le 17 de septembre, au cours d’expériences lesquelles il enlevait avec lui un passager, le lieutenant Selfridge, une hélice de l’appareil se brisa: l’aéroplane déséquilibré fut précipité sur le sol d’une hauteur de 25 mètres. Le lieutenante est mort quelques heures après la chute, Orville Wright a une jambe brisée, et est condamné au repos pour 40 jour au moins”.

Há 10 de outubro de 1908, escreve ainda La Nature: “Après quelques jours d’inactivité apparente, employés à modifier son appareil, Wilbur Wright a repris au Mans le cours de ses espériences. Le 3 octobre il a exécuté avec un passager, un vol de 51 m. 1/3; la vitesse réalisée fut d’environ 60 Km. 600 m. … La principale des transformations apportées à l’appareil a èté la suivante: les kélices ont été remplacées, par de nouvelles, dont les palettes ont une largeur double des premières. De son coté. Farman a repris également ses essais au camp de Châlons, et réussit de remarquables envolées, couvrant 42 kilomètres em “4 m. 32 s.”

Wilbur Wright modificou, pois, o seu aeroplano na Europa, a fim de poder voar melhor. Nos Estados Unidos, o irmão espatifou-se e matou numa queda o primeiro passageiro que levava – o Tenente Selfridge. Onde a pretendida vantagem desses cavalheiros sobre os aviadores europeus de 1908? Orville, quebrada uma perna, tem de ficar de cama 40 dias. Wilbur aproveita as experiências de Farman e de outros, para alterar o biplano com que apedreja o espaço arremessando-se de um trilho de madeira de 24 metros, graças a um peso colossal de 700 quilos suspensos num pilone e solto no momento da partida.

Retrucar-me-ão que cito apenas jornais franceses, e Santos Dumont vivia em França. Que argumento com “parti-pris”.

Continua

GONDIN DA FONSECA

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