quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Grandes vultos: Santos Dumont - Parte 10.



GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SANTOS DUMONT – Parte 10.

Talvez julguem fastidioso e inútil reunir aqui maior número de provas, mas assim é necessário. Até 23 de outubro de 1906, não há um mísero jornal dos Estados Unidos, nem mesmo da terra dos Wright, que os acredite fotograficamente, documentadamente, com sucessos de voo em aeroplano com motor. A Europa também os desconhece, a fundo, nesse campo.

Todavia, enquanto nos cansamos em acumular fatos sobre fatos, os Estados Unidos continuam, com a máxima simplicidade, a crer apenas na palavra dos srs. Wrights e a afirmar que eles voaram em 1903. Mentira.

Mas porque motivo todos os historiadores ingleses e americanos não falam hoje, sequer, em Santos Dumont e no “14-bis”? Por que não averíguam pormenores; uns copiam os outros, e a verba de propaganda de Tio Sam é respeitável no câmbio atual. Política do dólar. O cruzeiro não vale nada no mercado externo e dólar vale muito. Riam-se de mim, seus incrédulos! Riam-se à vontade. Mas eu tenho razão.

Haverá porventura alguma possibilidade de me desmentirem? Nenhuma. As primeiras fotografias do aeroplano dos Wrigts, publicadas nos Estados Unidos aparecem na revista Century Magazine, em setembro de 1908. Quando nesse ano Wilbur partiu para a Europa, ia preso ao contrato de 500 mil francos a que alude Santos Dumont na passagem atrás citada. Foi o caso que um comitê de espertalhões franceses, presidido pelo repugnante trapaceiro Lazare Weiller, entrou em entendimentos com os dois célebres americanos a fim de, obtida a sua patente de invenção, a venderem a um governo qualquer por soma fabulosa. A maroteira falhou, mas Wilbur ainda conseguiu passar a mão em metade da quantia combinada; recebeu de Weiller 210 mil francos, equivalentes, então, a mais ou menos 50 mil dólares, alapardou-se com eles depois de voar em Paris e em Roma, e partiu para a sua terra, fundando ali uma companhia, a Wright Company, cujo inocente propósito consistia em assenhorear-se de direitos exclusivos para a construção de aeroplanos do mundo inteiro. Acabou enleando-se em dezenas de processos nos tribunais europeus e americanos, até que morreu de febre tifoide em 30 de maio de 1912. O irmão espichou em 1948, gozando tranquilo o seu inqualificável furto – o furto da glória de Santos Dumont.

Continua

GONDIN DA FONSECA

 

Meus queridos amigos(as), seguidores(as) e visitantes!

A baboseira acima exposta foi a última postagem efetuada no ano de 2021. Aproveito a chegada do Natal para fazer uma pequena pausa destinada a um pequeno e merecido descanso, a fim de concatenar as ideias e recarregar as baterias, prometendo que, se DEUS quiser, retornarei em 2021, quando retribuirei todas às visitas, pois quem visita, espera ser visitado.

Aproveito também, para agradecer a valiosa companhia e compreensão de todos, pois sem essa extraordinária ajuda, jamais teria chegado aonde cheguei.

Muito obrigado de coração.

Mais uma vez, um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo para todos.

“QUE DEUS SEJA LOUVADO!”

Beijos no coração de todos.

 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Grandes vultos: Santos Dumont - Parte 09.


Campo de Bagatelle

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SANTOS DUMONT – Parte 09.

Santos Dumont – escreve o jornalista – é um homem de imenso entusiasmo. Pressentimo-lo ao conversar com ele; e certificarmo-nos dessa verdade quando nos lembramos que diariamente ele arrisca a vida e sacrifica a juventude e a fortuna em holocausto à sua deusa alada”.

Adiante, a revista imprime, numa bela página dupla, a melhor fotografia que conheço do voo de Santos Dumont, de 220 metros, em 12 de novembro, no campo de Bagatelle. A cercadura dessa página, artisticamente elaborada, recorda as principais tentativas humanas para a conquista do ar, desde a do Padre Lana, no século dezessete! Encima-a o seguinte título, mais do que documentário: “Man flies at last. M. Santos Dumont’s triumphant flight of 231 yeards in his aeroplane” – “O homem voa, finalmente! A perfomance triunfal de 231 jardas, realizada pelo Sr. Santos Dumont no seu aeroplano”.

Sob a fotografia lemos: ”constituiu um trunfo essa experiência, visto que se efetuou realmente um voo; parece, agora, que a conquista do ar é apenas uma questão de tempo”. “The experiment was a triumph, for actual flightwas achieved; and it seems as thought it were only a matter of time for the conquest of the air to be accomplished…”

Transcrevo esta revista por ser a mais popular e importante de Londres, mas não houve jornal inglês de feição moderna que silenciasse o feito de Santos Dumont. Poderia transcrever dúzias de notícias.

Em 1908, quando Wilbur Wright voa em França, escreve ainda a Illustratred London News, nº 26 de setembro, pag. 428:

The brother Wright of aeroplane fame, Whome experiments in América were for só long wrapped in unfashonable mystery, seem now to have entered into a strenuous, though friendly, rivalry with one another as the two shall break greater number of records in public”.

Traduzo: “os irmãos Wright, de fama aviatória, cujas experiências na América se envolveram durante tanto tempo num impenetrável mistério, parecem ter agora iniciado uma extenua e amigável competição entre si, para verem qual dos dois quebrará publicamente maior número de recordes”. E o Graphic (Londres) sublinha muito discreto: “todo mundo sente que o êxito de Wilbur Writght é devido mais à sua perícia do que às qualidades do aparelho”. – “It os generally fel that his sucess is due more to his personal skill than to any qualities inherent in the machine”.

Continua

GONDIN DA FONSECA


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