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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Literatura Ocidental - Parte 43.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 43

LITERATURA NORTE-AMERICANA 
 

Robert Lee Frost é o poeta oficial dos E.U.A. Seu estilo coloquial atinge notável elevação; sua aparente simplicidade e humor escondem apenas a seriedade e o nível simbólico e imaginativo de seus poemas, compostos com incomparável técnica de harmonização de opostos.


A poesia de Sandburg abrange o grosseiro e o delicado, o selvagem e o maravilhoso que sente sensivelmente da realidade comum. Sandburg enriquece sua inspiração recorrendo ao folclórico e eleva-a com seu compromisso de artista de preocupações sociais e de fé absoluta no futuro das classes trabalhadoras.


O enriquecimento da expressão poética é atingido por “Edward Estlin Cummings” ao recorrer ao dialetal, ao poema de determinações jazísticas e ao exagero dos recursos gráficos. E.E. Cummings evita assim, o romântico, sem que oculte o lírico.


William Carlos Williams expressou sua criatividade poética no estilo imagista e no expressionista, mas, sempre revelando a apreensão do mundo fortemente determinada pelos aspectos sensíveis e colocada numa seleção do essencial real.

Coleridge
O rápido panorama da literatura americana pode ser encerrado com a lembrança do ativo movimento de crítica literária representado pelos modernos novos críticos: Edmund Wilson (1895), autor de “Axel's Castle” e notabilizado pelos estudos que empreendeu sobre o simbolismo e também pela determinação da influência exercida pelo freudismo e pelo materialismo dialético sobre o desenvolvimento literário; Robert Penn Warren (1905),bem representado por seu estudo do simbolismo em “The Rime of the Ancient Mariner”, de Coleridge; Cleanth Brooks (1906), autor de “The Well-Wrought Urn”; e, finalmente, John Crowe Ransom (1888), autor de “The New Criticism”. 
 

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 91/92.


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quarta-feira, 5 de junho de 2013

Literatura Ocidental - Parte 42



HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 42
 LITERATURA NORTE-AMERICANA 
 
Incontestavelmente assinalamos um significativo autor teatral americano ao considerarmos a dramaturgia de Eugene O'Neill: “The Web”, “Bound East for Cardiff”, “The Monn of the Caribbees”, “Chris Christopherson” (reescrito como “Anna Christie”), “Diff'rent”, “Gold”, “The Straw”, “All God's Chillun Got Wings”, “The Fountain”, “The Great God Brown”, “Dynamo”, “Days without End”, a comédia “Ah, Wilderness!”, “The Icemen Cometh”, “Long Journey into Night”, mas, atinge seus momentos supremos em “Beyond the Horizon”, “The Emperor Jones”, “The Hairy Ape”, “Desire under the Elms”, “Lazarus laughed”, “Marco Millions”, “Strange Interluce” e a trilogia de “Mourning Becomes Electra”. O'Neill recebeu a influência das tragédias gregas, das tragédias de Ibsen e de Strindberg, mas colocou-se em configuração extremamente pessoal de harmonia realista e simbolista. Talvez sua mais impressionante peça “The Emperor Jones” – magnífico e original estudo expressionista que O'Neill realiza do medo em processo de intensificação. 
 
A atual renovação da dramaturgia americana encontra expressão em Edward Albee, autor que se aproxima do absurdo e cujas criações dramáticas são dotadas de altura simbólica. Albee tentou a elaboração entre-surrealista, entre-antiteatro com “The American Dream”, mas, encontra-se, sobretudo, pelo estilo neo-naturalista, como o demonstram “Bessie Smith”, “Zoo Story” e “Who's Afraid of Virginia Woolf. Na temática de Edward Albee encontramos o destaque não dos acontecimentos, mas das relações mútuas e das oscilações sujeito-objeto, seja no desenvolvimento anti-proustiano das relações entre a imaginação e a existência, seja na crítica plena de desespero e de angústia que realiza do global sistema da sociedade como observa em seu país.
 
Diz-se da poesia que constitui gênero eminentemente anti-americano, e comprovação deste fato seria a desconfiança com que são considerados os poetas – elementos duvidosos, inassimiláveis, desajustados e decididamente irrecuperáveis para o paraíso massociety do “American way of living”... Tornando a citar os grandes poetas T.S. Eliot e Ezra Pound – culturalmente europeus – destacamos Frost (1874-1963), Archibald MacLeish (1892-1982), Carl Sandburg (1878-1965), E.E. Cummings (1894-1964) e William Carlos Williams (!883-1963). 
 
A influência de Elliot e de Pound é revelada nos poemas de Archibald MacLeish. É magistral o domínio da rima interna e da terza rima como recursos musicais por este poeta que concisamente definiu o poema como:

A poem should not mean but be. A poem shoud be palpable and mute As a globed fruit”
(em “Ars Poetica”)

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 90/91.

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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Literatura Ocidental - Parte 40.




HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 40
LITERATURA NORTE-AMERICANA

Naturalismo norte-americano
 
Theodore Dreiser e Sinclair Lewis (1871-1945; 1885-1951) representam bem o naturalismo em solo ianque. Theodore Dreiser, normalmente considerado materialista, não o é realmente, a não ser que o seja na modalidade vulgar e mecanicista; há em seus escritos uma secreta admiração pelos homens da burguesia financeira até a política que estigmatiza, além de um poderoso misticismo que lhe informa o raciocínio, o que se completou com a adoção de uma clara atitude religiosa. Seus romances atacam uma série de tabus, como a situação sexual da mulher (“Jenny Gerhardt”), o poderio do dinheiro (“The Financier”), a vontade de poderio e a grande cidade americana (“Titan”) e o capitalismo (“An American Tragedy”). O mito da ciência e a simplificação dos móveis humanos a dinheiro e sexo diminuem um pouco o valor de seu melhor romance, “An American Tragedy”, notável pela realidade das lutas de classe e pelo destaque atribuído à responsabilidade humana.

Sinclair Lewis é testemunha mais lúcida das duas décadas que seguem o ano de 1920 e seu estilo tem forte sabor de reportagem. Lewis antecedeu Sartre ao recusar também um prêmio de alto prestígio internacional (“Pulitzer” 1925) e justificar a recusa por considerá-lo tentativa de tornar o escritor “obediente e estéril”. Suas obras principais são “Maim Street”, “Babbitt” e “It Can't happen Here”. “Main Street” disseca o provincianismo em sua deformação não apenas das vítimas, mas também para os que o empregam para o triunfo fácil: “It Can't Happen Here” sincera e corajosamente aponta o perigo do ressurgimento fascista. Lewis destaca-se pela técnica dos detalhes e pelo realismo da linguagem com a qual exercita a sátira.

A geração perdida

A geração que ficaria considerada como perdida, graças à consagrada expressão com que Gertrude Stein (1874-1946) a designou, segue a linha de desenvolvimento iniciada por Dreiser-Lewis e é composta, sobretudo, por Ernest Hemingway (1898-1961), Henry Miller (1891), Fitzgerald (1896-1940), John dos Passos (1896), William Faulkner (1897-1962) e John Steinbeck (1902).

Hemingway que praticamente melhor representa esta geração de voluntários da primeira guerra mundial e que são iludidos em sua convicção de eliminar definitivamente o mal quando a segunda guerra explode, é uma lendária figura de aventureiro, por sua participação na revolução espanhola, na libertação de Cuba e nas “aventuras” africanas; seu raro vigor recebe estímulo na convicção de que o heroísmo é necessário para viver, embora este heroísmo possa ser resumido na aventura de morrer gratuitamente. Em sua técnica narrativa evita os comentários de autor e as autoanálises de personagens estruturando a estória à Maupassant através da própria ação. Estilisticamente, observa-se na simplicidade sintática relacionando as orações a partir da principal e formando-as de maneira simples e raramente integrando parágrafos. Hemingway é um autêntico criador de mitos heroicos centralizados em valores primitivos, como a coragem e a perseverança. Entre os seus escritos estão: “A Farewell to Arms”, “To Have and Have Not”, “For Whom the bell Tolls” e “The Old man and the Sea” – este último é extraordinário em sua concentração de “mood” e tom. O tema central de sua produção é o problema de enfrentar a morte apenas armado com o valor da intensidade.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 87/88.


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                                    Meus queridos amigos!

Hoje estarei me submetendo a uma limpeza da lente intraocular que me foi implantada quando de uma cirurgia de catarata, realizada já há alguns aninhos atrás. Rsrs. Portanto, dependendo das recomendações do médico, pois tenho também que me submeter a retirada de alguns quilinhos de pterígio – com data ainda a ser marcada – devo me ausentar das telinhas (TV e PC) por algum tempo, rogando a DEUS que seja o menor possível.

Mais uma vez, agradeço a indispensável compreensão de todos, prometendo voltar logo que me for permitido, pois, como sabem, é muito difícil viver sem o valioso convívio de vocês.

Beijos no coração de todos.

QUE DEUS SEJA LOUVADO!

Rosemildo Sales Furtado.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Literatura Ocidental - Parte 39.



HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 39
LITERATURA NORTE-AMERICANA 
 
Já o universalismo pode ser representado por Henry James (1843-1916), intelectual de formação europeia. Henry James escreveu sobre a realidade americana que o obsecava como um visitante onisciente o faria. Seus romances psicológicos – “The Ambassators”, “The Wings oh the Dove” e “The Golden Bow” – revelam-lhe a lucidez impiedosa, o caráter subjetivo e simbólico dos dramas e a devoção aos valores morais. Seus romances têm construção centralizada em paradoxos desenvolvidos com suprema ironia e técnica que o consagram com a realização máxima do romance em seu país. Como crítico literário destaca-se pela autoria de “The Art of Fiction”, magnífico ensaio sobre o romance que é válido até nossos dias.

Emily Dickinson (1830-1886) é um fenômeno original não apenas na excelência de seu lirismo como, principalmente, pelo modernismo avançado de sua técnica na combinação do harmônico e do dissonante e na maestria com que, sob uma superfície enganadora de simplicidade, multiplica os sentidos das palavras que emprega para transmitir a violenta oposição de seus sentimentos e conceitos. A ousadia de suas metáforas intensifica e amplia as imagens centrais de seus poemas.

É necessário destacar três outros escritores desta primeira fase de literatura norte-americana autêntica: Washington Irving (1783-1859), James Fenimore Cooper (1789-1851) e o grande poeta Walt Whintman (1819-1892)

Washington Irving é o iniciador do conto americano e da descrição de tipos regionais, inserindo-se por seu humor, como Mark Twain, na tradição de Goldsmith, mas, por seu estilo gracioso e humorístico. Transforma o conto gótico ao introduzir o humor que torna o terror altamente divertido. Escreveu “Rip Van Winkle” e “The legend of Sleepy Hollow”.

James Fenimore Cooper é, por sua vez, o criador das descrições de cenas norte-americanas e dos acontecimentos e personalidades locais. Seus romances estão centralizados no heroísmo de Natty Bumpo: as principais obras pertencem ao ciclo de Leatherstocking” (“The Deerslayer”, “The Last of the Mohicans”, “The Pathfinder”, “The Pionees” e “The Prairie”). Nunca será demais ressaltar a contribuição de Cooper na emancipação da literatura norte-americana. 
 
Walt Whintman é contemporâneo de Emily Dickinson. Caracterizado pelo individualismo sbjetivo,pelo misticismo, pelo sentimento nacionalista e pelo culto do homem comum, Walt Whintman é um emancipador poético, ou, como o expressou Burroughs, “sua obra apresenta a força de dissolver barreiras em vez de erguê-las, dissolver formas, escapar de fronteiras estreitas, colocar o leitor numa colina e não numa esquina”. O manifesto de Whitman em seu livro “The Leaves of Grass” proclama as linhas básicas de seu romantismo. É impressionante a riqueza de imagens (inclusive as não poéticas), sons e símbolos colocadas nos poemas segundo a enumeração caótica.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 85/86.
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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Literatura Ocidental - Parte 38.


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  HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 38
LITERATURA NORTE-AMERICANA 
 
O grande poeta anterior à época da secessão é Edgar Allan Poe (1809-1849) dominado pela atração pelo fantástico e pelo esotérico. Poe conquistou reconhecimento exterior, principalmente na França, por literatos como Baudelaire, Valéry e Yeats na Inglaterra, enquanto no E.U.A. recebia críticas de Emerson e de outros. Como teórico da literatura, Poe define poesia como “the rhythmical crestion of Beauty”, a finalidade da arte como o prazer e não a verdade, a obtenção do prazer estético através da unidade e da concisão e a criação poético como deliberação consciente elaborada com precisão e rigidez quase equivalentes a um procedimento matemático combinatório. São características da poesia de Poe: o predomínio do imaginativo sobre o racional, a qualidade musical do verso, a nostalgia pela serenidade grega, o predomínio distante no tempo e no espaço sobre o real imediato, o gótico exclusivamente poético e o uso de repetições dextramente modificadas. Os principais poemas de Poe, como “The Raven” ou “Anabel Lee”, seus ensaios de literatura, “The Poetic Principle” e “The Philosophy of Composition”; concorrem com suas estórias para sua imortalização. Seu herói Auguste Dupin é predecessor de Sherlock Holmes pelo uso da análise racional para descoberta e reconstrução de acontecimentos.

A primeira romancista norte-americana, Beecher-Stowe (1811-1896) é a célebre autora de “Uncle Tom's Cabin”, que em apenas dez meses teve a tiragem de 300 mil exemplares. “Uncle Tom's cabin” exprime o conjunto de sentimento pré-revolucionários, mas, evidentemente, a concepção corrente de que tenha “provocado” a Guerra da Secessão é utópico exagero... 
 
Após a vitória do Norte em 1865 os grandes temas norte-americanos são propostos e os grandes valores definidos. As principais ideias-força da civilização nascem e se afirmam neste período: o gigantismo, o messianismo da liberdade, o problema indígena, o problema negro e a coexistência de duas tendências: o isolacionismo e o universalismo.

O isolacionismo seria bem representado por Samuel L. Clemens, conhecido na literatura como Mark Twain, típico representante da América em processo de rápida expansão territorial e autêntico homem da fronteira. Este escritor dos ambientes sulinos exerce um realismo aproximado ao dos humoristas ingleses do século XVIII, como Fielding e Goldsmith, e atinge o nível de alta literatura com seu “Huckleberry Finn” – romance picaresco que alcança a estatura de épico popular. Há profundas notas trágicas em seu humorismo e o pessimismo explodirá no final de sua vida ao publicar “The Mysterious Stranger”. Este escritor que é celebrado como o “americano autêntico” adotou para suas estórias a própria língua popular falada em toda sua truculência e em seu pleno pitoresco.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 84/85.

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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Literatura Ocidental - Parte 37.


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HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 37

LITERATURA NORTE-AMERICANA 
 
O escritor mais representativo no período da juventude literária norte-americana é Benjamin Franklin, cujo pensamento é um misto de senso comum e de reacionalismo e se expressa num estilo simples e claro. Franklin forneceu na otimista Filosofia norte-americana a ingênua figura do heroi conquistador self-made. 
 
O século XIX eleva a literatura norte-americana ao nível significativo. Boston e Filadélfia cedem lugar a Concord e seu grupo de escritores: Emerson (1803-1882), Hawthorne (1804-1861) e Thoreau (1817-1862). A grande filosofia da época é o transcendentalismo, transplantação do romantismo ao solo puritano e de bases idealistas que exaltam as ilimitadas oportunidades da alma humana. Os mais conhecidos livros da doutrina do individualismo superior, determinado pela natureza espiritual da realidade e pela ascese das virtudes morais burguesas e que determina o pensamento de Ralph Waldo Emerson, são as duas sedes de seus Ensaios, alguns dos quais têm maturidade realmente artística. Embora o pensamento emersoniano traga a ideia de que para a reforma social seja suficiente a reforma pessoal através da autodisciplina e quase coloque o otimismo ingênuo e a sensação  de conquista como verdadeiras “obrigações”, traz também uma das melhores tradições norte-americanas: o não conformismo. Nota-se como defeito do escritor Emerson certa falta de organicidade.
O não conformismo é também a linha mestra do pessamento de Henry David Thoreau. Thoreau distingue-se de Emerson por não ser um filósofo eclético e situar a origem de seu não-conformismo na análise da situação humana sob a revolução industrial que se inicia com seus aspectos de mecanização e padronização do ser humano. Resta ao homem a elaboração de uma maneira pessoal de vida, e Thoreau assim o aconselha e exemplifica. Embora simplisticamente através do retorno à integridade, naturalidade e contentamento obtidos na comunhão com a natureza. Suas ideias estão apresentadas com austeridade de estilo no livro “Walden”.
Nathaniel Hawthorne é o primeiro grande literato norte-americano. O autor de “The Scarlet Letter” e de “The House of the Seven Gables” é um romancista ético que analisa psicologicamente a vida interior a transfere-lhe as verdades ao mundo concreto através de complexos simbólicos. Suas personagens são concebidas como corporificação de traços psicológicos e morais. É constante, na temática de Hawthorne, o retorno ao passado. Com Herman Melville (1819-1891) efetiva-se a maturidade literária americana. De seus contos nota-se a técnica do suspense e o intenso simbolismo, como em “Benito Cereno”, e a trágica observação que se mantém serena perante a submissão da inocência à fatalidade, como em “Billy Bud”. Como romance, aparentemente reduzidos a simples aventuras marítimas, mas, que, de fato, incluem e estão estruturados ao redor de densa pesquisa metafísica, cita-se “Typee”, “Omoo” e sua obra-prima no gênero “Moby Dick”. Curiosamente a cosmovisão de Melville é antiamericana, apesar do muito que se deve ao puritanismo: o Mal é onipresente e revela-se através da miséria, do sofrimento e do pecado do ser humano completamente impotente. Melville foi redescoberto na década de 20 e “Moby Dick” reconhecida como imenso mito moral.
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 83/84.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Literatura Ocidental - Parte 36.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 36

LITERATURA NORTE-AMERICANA


Como ocorre em toda a América, os primeiros escritos norte-americanos só podem ser assim denominados por capricho geográfico: a presença dominadora da pátria-mãe está presente em tais textos tanto em suas ideias e temas como em seus estilos. Realmente, a emancipação literária norte-americana poderia ser localizada no século XIX.

No século XVII o pais está em franco processo formador de sua nacionalidade e cultura e as primeiras características norte-americanas podem ser estabelecidas, embora a vida literária esteja quase que reduzida a sermões e controvérsias religiosas e escassa seja a produção poética. O mundo puritano em sua austeridade, de fato, não oferece campo propício à expressão literária, preferindo concentrar-se num mundo centralizado em Deus e no desejo de uma vida extra-terrena sob orientação das meditações retiradas dos ensinamentos bíblicos. Alguma força poética pode ser saboreada no poema puritano “Day of Doom”, cujo título completo é, à maneira do século, “The Day of Doom, or description oj the great and last Jud-gement, with a short discourse about Eternity”, mas, esteticamente, é tarefa ousada. “Day of Doom” gozou de ampla popularidade e seu autor é Michael Wigglesworth (1631-1705). Em 1939, no entanto, foi redescoberta e publicada a poesia do poeta metafísico Edward Taylor (1645-1729), portadora de vigorosa e sensual imagética e dos aspectos cromáticos.

O século seguinte é a época dos “filósofos naturais”, como Jefferson e Franklin (1743-1826; 1706-1790), e da crença do poder ilimitado da razão num mundo organizado para o progresso humano. A religião revelada é tornada natural, num autêntico deísmo e Deus é conceituado como a causa primeira organizadora da ordem suprema que rege o Universo. Nesta época, o mundo cultural americano está centralizado e contido em Filadélfia.

Os direitos humanos tal como apresentados na Declaração da Independência podem ser resumidos numa receita simplista para obtenção da felicidade: seria a soma de seus tríplices fundamentos: vida, liberdade e propriedade. A ela está ligado o nome de Thomas Jefferson, que fortemente contribuiu para a construção dos Estados Unidos e de seu pensamento político fundamental. Jefferson é mais importante como anarquista individualista que estrutura o pensamento pela conquista da liberdade política, religiosa e intelectual e o concretiza mais por políticas diretas do que como literato. Seus temas centrais: libertação dos escravos, liberdade de expressão, sistema universal de educação, combate à “witch-hunt” (termo que cunhou para designar o terrorismo cultural da época...) e afirmação do direito fundamental de protestar pela violência.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 81/83.

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