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HISTÓRIA DA LITERATURA
MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE
37
LITERATURA
NORTE-AMERICANA
O escritor mais representativo no período da juventude
literária norte-americana é Benjamin Franklin, cujo pensamento é
um misto de senso comum e de reacionalismo e se expressa num estilo
simples e claro. Franklin forneceu na otimista Filosofia
norte-americana a ingênua figura do heroi conquistador self-made.
O século XIX eleva a literatura norte-americana ao
nível significativo. Boston e Filadélfia cedem lugar a Concord e
seu grupo de escritores: Emerson (1803-1882), Hawthorne (1804-1861) e
Thoreau (1817-1862). A grande filosofia da época é o
transcendentalismo, transplantação do romantismo ao solo puritano e
de bases idealistas que exaltam as ilimitadas oportunidades da alma
humana. Os mais conhecidos livros da doutrina do individualismo
superior, determinado pela natureza espiritual da realidade e pela
ascese das virtudes morais burguesas e que determina o pensamento de
Ralph Waldo Emerson, são as duas sedes de seus Ensaios, alguns dos
quais têm maturidade realmente artística. Embora o pensamento
emersoniano traga a ideia de que para a reforma social seja
suficiente a reforma pessoal através da autodisciplina e quase
coloque o otimismo ingênuo e a sensação de conquista como
verdadeiras “obrigações”, traz também uma das melhores
tradições norte-americanas: o não conformismo. Nota-se como
defeito do escritor Emerson certa falta de organicidade.
O não conformismo é também a linha mestra do
pessamento de Henry David Thoreau. Thoreau distingue-se de Emerson
por não ser um filósofo eclético e situar a origem de seu
não-conformismo na análise da situação humana sob a revolução
industrial que se inicia com seus aspectos de mecanização e
padronização do ser humano. Resta ao homem a elaboração de uma
maneira pessoal de vida, e Thoreau assim o aconselha e exemplifica.
Embora simplisticamente através do retorno à integridade,
naturalidade e contentamento obtidos na comunhão com a natureza.
Suas ideias estão apresentadas com austeridade de estilo no livro
“Walden”.
Nathaniel Hawthorne é o primeiro grande literato
norte-americano. O autor de “The Scarlet Letter” e de “The
House of the Seven Gables” é um romancista ético que analisa
psicologicamente a vida interior a transfere-lhe as verdades ao mundo
concreto através de complexos simbólicos. Suas personagens são
concebidas como corporificação de traços psicológicos e morais. É
constante, na temática de Hawthorne, o retorno ao passado. Com
Herman Melville (1819-1891) efetiva-se a maturidade literária
americana. De seus contos nota-se a técnica do suspense e o intenso
simbolismo, como em “Benito Cereno”, e a trágica observação
que se mantém serena perante a submissão da inocência à
fatalidade, como em “Billy Bud”. Como romance, aparentemente
reduzidos a simples aventuras marítimas, mas, que, de fato, incluem e
estão estruturados ao redor de densa pesquisa metafísica, cita-se
“Typee”, “Omoo” e sua obra-prima no gênero “Moby Dick”.
Curiosamente a cosmovisão de Melville é antiamericana, apesar do
muito que se deve ao puritanismo: o Mal é onipresente e revela-se
através da miséria, do sofrimento e do pecado do ser humano
completamente impotente. Melville foi redescoberto na década de 20 e
“Moby Dick” reconhecida como imenso mito moral.
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora
Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 83/84.
Um comentário:
Gosto de estar aqui silenciosamente
a ler os seus posts. São para
ler e ficar com mais conhecimento.
Um bj.
Irene Alves
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