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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Literatura Ocidental - Parte 75.

 
HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 75-
LITERATURA RUSSA – III
 
Segunda metade do século XIX
 
O prestigio da literatura russa afirma-se definitivamente com as obras lançadas na segunda metade do século XIX, autêntica época áurea de criação da linguagem artística. Como seus representantes máximos aparecem os escritores Ivan Turguenev (1818-1883), Fiódor Mikailovich Dostoiévski (1821-1881) e Lev Tolstoi (1828-1910).
 
Turguenev é um observador terno e amargurado de uma Rússia já anacrônica que inutilmente pretende estabilizar-se. Observa-se no estilo de Turguenev seu europeísmo e culto da perfeição formal; em sua temática são notáveis as descrições de costumes, as apresentações paisagistas e a presença do povo. Seus romances têm os títulos de “Memorias de um caçador”, “Pais e Filhos”, “Dmitri Rudin”, “Fumaça”, “Terras Virgens” e “Águas Primaveris”. Por suas doutrinas de “subversão nulista” e pelas críticas que lançou à administração tzarista sofreu prisão e exílio.
 

Fiódor Mikailovich Dostoiévski desenvolve a linha de indignação social resolvida na adoção do misticismo e do messianismo universal. Em sua obra observa-se a ausência da natureza e o predomínio da realidade psicológica e social; a primeira revelando o domínio dos homens por um mal universal, a segunda demonstrando lucidamente os aspectos de uma sociedade absurdamente organizada. A lúcida recusa à resignação perante um sofrimento sem causa aparente caracteriza seus heróis, como Muishkine em “O Idiota” ou Aliocha em “Os Irmãos Karamazov”. Na obra deste defensor dos humilhados e ofendidos aparecem os romances: “Pobre gente”, terna narrativa sobre um pequeno empregado; “Recordações da casa dos mortos”, que apresenta a trágica vida dos penitenciários russos; “Crime e Castigo”, análise psicológica dos criminosos; “Os Irmãos Karamazov”, sua obra-prima; “O Idiota”; “Humilhados e Ofendidos”; “Alma Casta” etc. Dostoiévski participou do desenvolvimento da imprensa periódica como fundador das revistas “O Tempo” e “A Época”.
 
Lev Tolstoi é um artista extremamente sensível, notável na observação simultaneamente realista e idealizadora do povo russo. Seus romances de grande densidade descrevem perfeitamente os costumes e analisam com maestria a psicologia de seus compatriotas. Em sua produção literária assinala-se: “Ana Karenina”, visão da sociedade russa que assume posição de uma das maiores obras da literatura do século; “Sonata de Kreutzer”, apresentação da miséria social dos servos e operários; “Ressurreição”, tentativa utópica de sintetizar o cristianismo místico, o hinduísmo, o budismo e o socialismo idealista; “Guerra e Paz”, quadro da sociedade russa na década de invasão napoleônica que constitui sua obra-prima e um dos romances maiores da literatura universal. Como obras menores Tolstoi apresenta: “O reino de Deus está dentro de ti”, “Ivan Ilytch”, “O Poder das Trevas” etc
 
Importante, ainda, é o escritor Anton Pavlovitch Tchekov (1860-1904), cujas novelas, embora breves, apresentam singular densidade de percepção, como o demonstra a mais dignificativa delas: “Os camponeses”. Sua principal contribuição consiste na atividade de dramaturgo que desenvolveu com objetividade, humorismo e realismo e compôs a partir da observação dos dramas interiores do ser humano. Entre suas obras contam-se: “As três irmãs Ivanov”, “Tio Vania”, “História Melancólica”, “O Quarto número Seis”, “A estepe” “Pesadelo”, “Os Inimigos”, “Queridinha”, “O Pomar das Cerejeiras” e “A Feiticeira”. Destaca-se no estilo de Tchekov a simplicidade e a observação humorística da vida. 
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 

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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Literatura Ocidental - Parte 01.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 01

ORIGENS

O conjunto cultural Ocidental resulta do grande amálgama ocorrido aproximadamente no século VII com a inclusão de elementos germânicos e eslavos dentro da civilização greco-latina já cristianizada. Apresenta uma igualdade de concepção de vida, com parentescos linguísticos áricos e um complexo de mitos e de ideias-forças. A ideia central do domínio cultural do ocidente é o aprofundamento pelo cristianismo da noção greco-romana do homem livre e do cidadão. Valores religiosos que a enriqueceram são: a ideia de um único DEUS Universal, o messianismo e a atribuição de um sentido ao desenvolvimento histórico com a inserção do devenir humano ao devenir cosmológico.

A extraordinária expansão do Ocidente supera os demais conjuntos culturais e realiza, com certo sucesso, a transmissão ou imposição de sua cultura e de suas formas de expressão. Os heróis típicos desta civilização em incessante movimento de expansão orientam-se em direção ao devenir humano, no sentido da imposição do humano sobre todas as coisas do mundo e do cosmo. Prometeu, Hércules, Ulisses, Aquiles, Fausto, Hamlet, Rolando, Don Quixote são, essencialmente, homens de ação que desejam esclarecer os mistérios, ainda que sob risco de vida; que querem substituir o destino cego e implacável pela humanização do mundo: que lutam para substituir as forças cegas pelo conhecimento de sua realidade e posterior aplicação benéfica.


A BÍBLIA

Uma das fontes desta cultura é a Bíblia, obra que fundamenta o cristianismo e informa todo o pensamento do Ocidente, direta ou indiretamente. Esta famosa e permanente influência central dentro do complexo cultural do Ocidente marca a elevação de línguas modernas à dignidade literária: fornece temas a sua literatura e engloba todos os valores nascidos no Oriente clássico e integrados pelos pensadores judeus.

A Bíblia cristã compreende duas partes: o Antigo e o Novo Testamento , especificamente cristão. O Antigo Testamento está escrito em hebreu, o Novo em grego.

Até o século X a.C. Apenas tradições orais existem. No século X a.C. São consignadas por escrito as Crônicas Reais e no século seguinte, as Leis e Tradições. No século VIII a.C. surgem os livros de Amós, Oséias, Miquéias e o primeiro Isaías; no século seguinte, o Deuteronômio, Jeremias; no outro século, Juízes, Samuel, Reis, Ezequiel, o segundo Isaías e Zacarias; mais um século – o V a.C. – e aparecem graficamente Leis, Pentateuco e Malaquias e, no século seguinte, inspirado numa tradição de origem árabe, é redigido o Livro de Jó. Crônicas e Eclesiastes datam do século III a.C.; os Salmos e Daniel, no século seguinte; e, finalmente, no século I, aparece o Livro da Sabedoria. As datas têm valor aproximativo, alguns livros foram compostos em partes com diferente localização cronológica.

Divulgados inicialmente a todos lugares de prece na Palestina são recolhidos no século III a.C. por doutos judeus que procedem com os critérios científicos possíveis. Obedecendo a ordens de Ptolomeu Filadelfo, reuniram grande número de manuscritos, estabeleceram um texto definitivo e o traduziram para o grego. Esta versão conhecida como alexandrina ou, pitorescamente, como Versão dos 70 (quando na realidade eram 72 os sábios do empreendimento religioso-cultural...) compreende os textos que hoje conhecemos como os Deuterocanônicos e que os doutos da Palestina recusaram como apócrifos, julgamento que, modernamente, foi referendados pelos Reformadores. A Igreja considera os Deuterocanônicos como textos inspirados.

O Novo Testamento compreende os evangelhos canônicos de Mateus, Marcos, Lucas e João, bem como os Atos dos Apóstolos, as Epístolas e o Apocalipse. Acredita-se que estes textos datem do século primeiro da nossa era.

No século I foi constituída uma tradução latina da Versão Alexandrina e acrescentados textos posteriormente compostos. São jerônimo fez a revisão no século IV, adotando o procedimento comparativo com textos hebreus e caldeus. Com exceção dos Salmos, que são os da primeira Vulgata, o restante da Bíblia admitida pela Igreja provém da Vulgata de São Jerônimo.

A primeira tradução da Bíblia em língua moderna foi a de John Wycliff em inglês (1320-1395). Seguiram-na as versões alemã, por Martinho Lutero e a francesa por Jacques Lefebvre d'Etaples. A mais famosa versão em língua inglesa foi realizada em 1611 pelo rei Jaime.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, volume 7, páginas 23/25.  

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