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quarta-feira, 5 de março de 2014

Literatura Ocidental - Parte 76.

 

HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 76-
LITERATURA RUSSA – IV

Os últimos escritores do século são: Alexandre Herzen (1812-1870), autor do notável texto de “Memorias”; Michel Bakunine (1814-1876), precursor do niilismo e autor de “Os princípios da revolução”; Saltykov-Chtchedrine (1826-1889),romancista em “História de uma cidade” e “A Família Golovlef”; Nicolas Leskov (1860-1904), escritor realista e Alexandre Ostrovsky (1823-1886), renovados da dramaturgia russa e criador do gênero comédia-drama.
 
Época de revolução e de construção do socialismo
 
Quatro escritores devem ser destacados inicialmente: Máximo Gorki (1868-1936), Alexis Tolstoi (1883-1945), Ilya Ehrenburg (1891-1967) e Vladimir Maiakovski (1893-1930).
 
Com Golki a visão da miséria e das injustiças tem o misticismo substituído pelo entusiasmo revolucionário e pelo realismo de transformação da sociedade em suas próprias bases. Em seus romances o proletário assume a posição central de herói numa visão social de luta pela liberdade e pela justiça sociais. De seus romances, verdadeiros cantos ao povo citamos: “A mãe” sua obra-prima; “Minha infância”, “Asilo Noturno” etc. Alexis Tolstoi é o autor de “Caminho de Tormentos”, impressionante e vasto panorama da realidade social de um país convulsionado interna e externamente nos anos que precedem à Primeira Guerra Mundial e nos sofridos anos de heroísmo na defesa da pátria. Seu realismo tem profundas raízes sociais pela amplitude de sua visão.
 

Ilya Ehrenburg é o consagrado escritor da época inicial de construção do socialismo soviético e sua criatividade literária é significativamente fecunda. Ehrenburg atravessou os anos mais difíceis da revolução, o estalinismo e os anos do realismo soviético em seus aspectos mais ingênuos sob o ponto de vista da teoria da literatura, atingindo uma posição excepcional dentro do mundo cultural russo. Em sua produção literária devem ser destacados: “A Queda de Paris”, “Moscou não crê em lágrimas” e “O degelo”.
 
O grande e insuperável cantor dos novos tempos é, indubitavelmente, Vladimir Maiakovski, que adapta o modernismo à sua função positiva na construção da nova sociedade. Em “Versos e Prosa” podemos constatar sua capacidade de inovador dos recursos poéticos que o caracterizam como violento e lírico no estilo. Seus poemas já foram muito bem caracterizados como efervescência vertiginosa pelas relações múltiplas que o poeta estabelece com o leitor e que terminam por alcançar-lhe o objetivo artístico a que se propõe: a transformação do leitor. Sua poesia é essencialmente uma poesia de combate a bem do futuro. São também de fundamental importância pela sua validade as obras de Leonide Leonov (1889-1994), Valentin Kataev (1897-1986), Michael Zochtchenko (1895-1958), Alexandre Fadeiev (1901-1956), Constantin Fedine (1892-1977) e outros.
 

Como escritores soviéticos podemos citar ainda: André Bely (1880-1934), Serge Essenine (1895-1925), Isaac Babel (1894-1940), Boris Paternak (1890-1961), M. Bubenov, Vladimir Dudintsev, Boris Palevoi e Evutchenko. Babel distingue-se pela presença impressionante da violência em seus bem construídos contos; Bely é um poeta que revela seu entusiasmo revolucionário e seu sentimento humano através da técnica literária do simbolismo; Polevoi revela em seus romances a técnica à Daudet e a preocupação constante de sua vida íntima quanto à necessidade da realização autêntica pessoal; Dudintsev oferece amplos estudos das paixões na plenitude de suas forças; Pasternak, muitíssimo explorado pela crítica anti-soviética, é o poeta do lirismo intenso e apaixonado que compôs “Minha irmã, a Vida”, “Doutor Jivago” e “Segundo Nascimento”; Evutchenko é o cantor da juventude em seus problemas de versões soviéticas dos “angry voung men”.
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.  

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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Literatura Ocidental - Parte 75.

 
HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 75-
LITERATURA RUSSA – III
 
Segunda metade do século XIX
 
O prestigio da literatura russa afirma-se definitivamente com as obras lançadas na segunda metade do século XIX, autêntica época áurea de criação da linguagem artística. Como seus representantes máximos aparecem os escritores Ivan Turguenev (1818-1883), Fiódor Mikailovich Dostoiévski (1821-1881) e Lev Tolstoi (1828-1910).
 
Turguenev é um observador terno e amargurado de uma Rússia já anacrônica que inutilmente pretende estabilizar-se. Observa-se no estilo de Turguenev seu europeísmo e culto da perfeição formal; em sua temática são notáveis as descrições de costumes, as apresentações paisagistas e a presença do povo. Seus romances têm os títulos de “Memorias de um caçador”, “Pais e Filhos”, “Dmitri Rudin”, “Fumaça”, “Terras Virgens” e “Águas Primaveris”. Por suas doutrinas de “subversão nulista” e pelas críticas que lançou à administração tzarista sofreu prisão e exílio.
 

Fiódor Mikailovich Dostoiévski desenvolve a linha de indignação social resolvida na adoção do misticismo e do messianismo universal. Em sua obra observa-se a ausência da natureza e o predomínio da realidade psicológica e social; a primeira revelando o domínio dos homens por um mal universal, a segunda demonstrando lucidamente os aspectos de uma sociedade absurdamente organizada. A lúcida recusa à resignação perante um sofrimento sem causa aparente caracteriza seus heróis, como Muishkine em “O Idiota” ou Aliocha em “Os Irmãos Karamazov”. Na obra deste defensor dos humilhados e ofendidos aparecem os romances: “Pobre gente”, terna narrativa sobre um pequeno empregado; “Recordações da casa dos mortos”, que apresenta a trágica vida dos penitenciários russos; “Crime e Castigo”, análise psicológica dos criminosos; “Os Irmãos Karamazov”, sua obra-prima; “O Idiota”; “Humilhados e Ofendidos”; “Alma Casta” etc. Dostoiévski participou do desenvolvimento da imprensa periódica como fundador das revistas “O Tempo” e “A Época”.
 
Lev Tolstoi é um artista extremamente sensível, notável na observação simultaneamente realista e idealizadora do povo russo. Seus romances de grande densidade descrevem perfeitamente os costumes e analisam com maestria a psicologia de seus compatriotas. Em sua produção literária assinala-se: “Ana Karenina”, visão da sociedade russa que assume posição de uma das maiores obras da literatura do século; “Sonata de Kreutzer”, apresentação da miséria social dos servos e operários; “Ressurreição”, tentativa utópica de sintetizar o cristianismo místico, o hinduísmo, o budismo e o socialismo idealista; “Guerra e Paz”, quadro da sociedade russa na década de invasão napoleônica que constitui sua obra-prima e um dos romances maiores da literatura universal. Como obras menores Tolstoi apresenta: “O reino de Deus está dentro de ti”, “Ivan Ilytch”, “O Poder das Trevas” etc
 
Importante, ainda, é o escritor Anton Pavlovitch Tchekov (1860-1904), cujas novelas, embora breves, apresentam singular densidade de percepção, como o demonstra a mais dignificativa delas: “Os camponeses”. Sua principal contribuição consiste na atividade de dramaturgo que desenvolveu com objetividade, humorismo e realismo e compôs a partir da observação dos dramas interiores do ser humano. Entre suas obras contam-se: “As três irmãs Ivanov”, “Tio Vania”, “História Melancólica”, “O Quarto número Seis”, “A estepe” “Pesadelo”, “Os Inimigos”, “Queridinha”, “O Pomar das Cerejeiras” e “A Feiticeira”. Destaca-se no estilo de Tchekov a simplicidade e a observação humorística da vida. 
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 

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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Literatura Ocidental - Parte 74.

   HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 74-
LITERATURA RUSSA – II
  
A dualidade de expressão literária prolongar-se-á até o século XIX: há um primeiro conjunto literário de inspiração eslava retirada do imenso repositório de contos, lendas e canções da criação artística popular e outo conjunto literário caracterizado pelos empréstimos ao estrangeiro, seja na inspiração, seja no próprio nível linguístico.
 
A primeira grande história da Rússia é escrita nesta ambiência oitocentista pelo filólogo e historiador Nicolas Karamzine (1765-1826). O estilo de Karamzine atesta-lhe o esforço para obtenção de elegância e concisão.
 
O romantismo russo
 
O romantismo inicia-se na realidade cultural russa no princípio do século XIX e marca a real inclusão de sua literatura à dignidade de expressão artística no domínio cultural do Ocidente. Uma inicial manifestação literária do romantismo é encontrada em Vassili Andreievitch Chukovski (1783-1852), por sua importante contribuição à criação da língua poética de seu país.
 
O romantismo encontra-se totalmente na vida e obra de Alexandre Pushkin (1799-1837), criador dos primeiros grandes mitos nos quais o povo de seu país se reconhece. Seus poemas épicos ou líricos estão compostos num estilo que alia a simplicidade ao poderoso vigor. É notável a influência do baironismo sobre este autor de temas históricos ou contemporâneos, como “Boris Godunov” e “Eugene Onegine”. Embora a influência recebida do romantismo de expressão alemã e francesa seja uma evidência, Pushkin inseriu-se completamente na tradição da poesia popular já em sua primeira produção artística, o poema folclórico de gênero épico-cômico intitulado “Ruslam e Ludmila”. A Pushkin pode-se atribuir o nascimento real de uma poesia russa maturamente artística.

 
O exemplo de Pushkin foi acompanhado na geração seguinte do romantismo através da produção literária de Michael Lermontov (1814-1841). Também Lermontov entra em contato com a literatura popular elevando esta riqueza expressiva aos planos de composição artística; tanto em seu poema simbólico de meditações sobre o Mal, “O Demônio”, como em seu “Canto de Ivã, o Terrível” revela o poeta a influência do baironismo, embora presente esteja a inspiração à Vigny. Michael Lermontov é também o autor de “Um herói de nosso tempo”, romance que alcançou grande popularidade. 
 
Ainda pertencente à segunda geração romântica destaca-se o escritos Nicolas Vassilievitch Gogol (1809-1852), criador do romance e da comédia russa. Na obra deste escritor pessimista e satirista de humor assinala-se o expandir do mal até alcançar níveis universais e a necessidade de redenção cósmica, duas linhas que serão basilares no desenvolvimento da literatura russa. Gogol escreveu: “O abrigo”, romance de aspectos já realistas; “O inspetor”, comédia satírica; “O manto”, considerado comum fonte de inspiração aos escritores russos por Dostoiévsky; “Taras Bulba”, quadro histórico se situações dramáticas magistralmente construídas; e, finalmente, sua obra-prima, “Almas Mortas”, pleno de sincera humanidade.
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 

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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Literatura Ocidental - Parte 73.


 
HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 73-
LITERATURA RUSSA – I

As condições sócio-históricas existentes na Rússia até o final do século XVII apresentam-se tipicamente como medievais, mas, já existem atividades culturais de certa intensidade. A vida cultural apresenta numerosos documentos literários de caráter religioso e sugestiva tradição poética e lendas populares na literatura principalmente oral e encontra seus centros de irradiação nas cidades de Kiev, Novgorod e, posteriormente, Moscou. 
 
A riqueza literária observada nos níveis erudito-clerical e literário-popular mantém-se em isolamento devido à infinidade de dialetos e, portanto, de uma língua comum de extensão nacional, e resultante ou reforçada pelas especiais condições do poder econômico político que impede o estabelecimento de relações significativas entre a elite cultural e o povo submetido.
 
 
A idade moderna é introduzida na Rússia com a ascensão de Pedro, o Grande, ao trono de todas as Rússias em 1682. A grande significação do período de Pedro é a inclusão de seu país no continente europeu pelas transformações sócio-econômicas que empreende e pelas possibilidades culturais que proporciona. Esta excepcional experiência de ação histórico-cultural acelera a ruptura com o passado e intensifica a lenta abertura à realidade europeia, embora as elites russas adotem a expressão francesa e alemã não apenas por esnobismo mas pelo prolongamento de sua marginalização à sensibilidade popular e, pelas dificuldades que encontram para a formação de uma língua literária de amplitude nacional, seja na expressão prosaica, seja na expressão poética. 
 
O primeiro autor na literatura russa a merecer destaque, sob a ótica cultural do ocidente, é Michael Vassilievitch Lomossov (1711-1765). Para empreender a tarefa de criar os aspectos gerais de uma língua literária comum à nação, Lomossov escreve uma gramática que consiste numa quase-criação artificial ao combinar o velho slavon da literatura clerical à riqueza dialetal e aos empréstimos modernistas retirados das línguas europeias. Lomossov escreve também um tratado a respeito da expressão literária clerical intitulada “Da utilidade dos livros da igreja para a língua russa”. Lomossov aponta também em suas composições em prosa e verso a imensa riqueza folclórica à espera de expressão literária.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 

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