Eduardo VII |
GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
FLORIANO
PEIXOTO – PARTE 07
No
começo da revolta da Armada ninguém ousava crer na vitória de
Floriano, salvo o próprio Floriano – conforme atrás ficou dito.
Era, então, nosso ministro em Londres, Sousa Corrêa, íntimo do
príncipe de Gales, o futuro Eduardo VII. Judeu por parte de mãe,
Sousa Corrêa dava-se muito com os Rotschild. No dia 25 de novembro
de 1893, mandou Floriano o seguinte telegrama:
“Hoje
Rotschild informa confidencialmente Estados Unidos dispostos oferecer
bons oficios ao Governo caso V. Excia. autorize me declarar a
Rotschild que Governo aceita mediação americana. Posso acreditar
Rotschild poderão conseguir oferta positiva indecorosa por motivos
expostos meu telegrama ministro Fazenda quatro novembro. Seria
garantia segura manter no futuro instituições constitucionais. Caso
Governo possa vencer breve, mediação seria desprezada. Vitoria
completa Governo, se demorada, importará sempre pesados sacrifícios
no porvir, grandes ódios no país, profunda dissenção entre
Exército e Marinha. Rogo V. Excia. digne-se responder com possível
brevidade.”
Floriano
respondeu secamente:
“O
Governo do Brasil não entretém relações com os srs. N. M.
Rotschild & Sons senão como devedor em face de credores”
Nada
mais. Nem muito obrigado pelas suas boas intenções, nem
cumprimentos cordiais – nada. Sousa Corrêa esfriou.
Após a
capitulação de Saldanha da Gama e Custódio José de Melo, os
Rotschild voltaram à carga telegrafando ao ministro da Fazenda
(Felisberto Freire):
“Sabemos
que os oficiais rebeldes, tendo tomado refúgio a bordo dos navios de
guerra portugueses, o governo brasileiro está desejoso de que o
governo inglês, de acordo com os outros governos europeus, use de
sua influência em Lisboa para entrega dos ditos rebeldes. Nestas
circunstâncias esperamos ter o direito de dizer a V. Excia. e ao
Presidente da Eduardo VIIRepública Brasileira que a esquadra inglesa nunca
entregaria refugiados, uma vez abrigados nos navios de S.M. E temos
muita razão para acreditar, portanto, que o governo inglês não só
não queira aconselhar Portugal a agir de modo diverso como venha a
sustentá-lo em sua recusa em entregá-los.
Continua
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