Esquadra de Papelão |
GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
FLORIANO
PEIXOTO – PARTE 06
Floriano
calmo. Institui imediatamente Salvador de Mendonça, ministro do
Brasil em Washington, a fim de que traduza aquele manifesto para a
turma do State Department. Trata-se de uma revolução monarquista e
os Estados Unidos não deveria apoiá-la, como a estavam apoiando,
sob a cor de neutralidade. Salvador de Mendonça age e o State
Department muda definitivamente de atitude: passa a uma posição
estritamente neutra.
A
estratégia de Floriano era simples: cercar a esquadra e não deixar
os federalistas do Rio Grande do Sul transpor Itararé.
Para
isso conta no Rio Grande com gente braba que não topa o Gumercindo
Saraiva e peleja por esporte. Uma gauchada temível.
Moreira
César anda pelo Paraná praticando diabruras. Louco furioso. Mas que
pode Floriano fazer? Chegam-lhe voluntários do Norte e das escolas
do Rio. Ele arma-os. Manda comprar no exterior uma esquadra para dar
combate à de Saldanha da Gama e Custódio José de Melo. O princípio
de autoridade deve manter-se.
– Esquadra
de papelão! – bradam os custodistas. Vai ser metida a pique pelo
Saldanha! Ah, ah, ah!
No dia
13 de março o Almirante Jerônimo Francisco Gonçalves, a frente da
“esquadra de papelão”, manda içar a sua insígnia a bordo da
nau que comanda e apresta-se para dar combate a Saldanha e a
Custódio. Ambos o evitam. Capitulação geral. Abrigam-se na corveta
portuguesa “Mindelo” comandada por um filho do poeta cego Antônio
Feliciano de Castilho. Em Portugal, o Rei D. Carlos fica furioso com
a atitude desse oficial de marinha e com a estupidez do seu ministro
no Rio, o Conde de Parati. Viu a questão nitidamente. Parecia-lhe
absurdo quebrar a neutralidade, tomar partido pelos rebeldes!
Floriano
cortou relações diplomáticas com Portugal.
Saldanha
da Gama, considerando o erro que cometera ao revoltar-se, partiu para
uma espécie de suicídio, no Rio Grande do Sul. Presunçoso,
arrogante, mas digno. Nobre caráter. Preferiu morrer a sobreviver
ingloriamente derrotado.
Continua
GONDIN
DA FONSECA
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