GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
CASTRO
ALVES – PARTE 03.
Quem
era, porém, o poeta? Onde nascera, de que país, onde aprendera a
escrever assim, que vinha acordar? Filho de um médico ilustre, que
viria a ser Professor da Faculdade de Medicina da Bahia, viajado,
culto e humanitário, capaz de desenhar e fazer versos, apreciador da
pintura – nasceu Antônio de Castro Alves na fazenda de Cabeceiras,
em Curralinho, na Bahia, em 14 de março de 1847. Eram seus pais o
Dr. Antônio José Alves – que receberia mais tarde a Ordem da Rosa
e o hábito de Cristo – e dona Clélia Brasília de Silva Castro,
de ascendência parcialmente espanhola.
No
Ginásio Baiano, de Abílio César Borges – o futuro Barão de
Macaúbas que Raul Pompéia haveria de imortalizar na figura do “Dr.
Aristarco”, do Ateneu – o menino revela-se para as letras.
Morre-lhe a mãe durante esse período, em 1859, o mesmo ano em que
Seceo traduz da antologia todos os poemas de Victor Hugo. Lê depois
Byron.
Em 1864,
matricula-se na Faculdade de Direito do Recife. No ano seguinte,
perde o irmão mais velho, José Antônio, e o pai em 1866, de
beribéri.
Nesse
período recifense escreve O Século, poema do qual afirmaria Joaquim
Nabuco: “O Século é a síntese das aspirações liberais de
Castro Alves… Nada me lembra tanto o poeta como esta décima
querida dele entre todas:
Quebre-se
o cetro do Papa,
Faça-se
dele uma Cruz!
A
púrpura sirva ao povo
Pra
cobrir os ombros nus.
– Sem
escravos – sem Guanabara
Que aos
gritos do Niágara
Se eleve
ao fulgor dos sóis!
Banhem-se
em luz os prostíbulos,
E das
lascas dos patíbulos
Erga-se
a estátua aos heróis!
Altiva
estrofe, na verdade, em que o poder temporal da Igreja, a miséria
das classes inferiores, a escravidão, a prostituição e o cadafalso
político eram condenados ao mesmo tempo, e que o poeta lançava à
mocidade com a formula de sua missão na América!”
Continua
PÉRICLES
EUGÊNIO DA SILVA RAMOS
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