GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
CASTRO
ALVES – PARTE 02.
Castro
Alves desde cedo se empolgou com a causa da libertação e dele fez
uma das vozes mais convincentes no Brasil, ao lado de Joaquim Nabuco,
Rui Barbosa e tantas outras figuras ilustres. Ainda estava no Ginásio
Baiano, de Abílio César Borges, quando em 1861, aos treze anos,
declamava em Outeiro:
Se o
índio, o negro africano…
……………………………….
Ah, não
pode ser escravo
Quem
nasceu no solo bravo
Da
brasileira região.
Pedro
Calmon, que recorda esse fato, assinala que o menino resolveria
fazer-se “poeta dos escravos”. E prossegue: “Em 65 retornou o
fio a esse pensamento, que se lhe tornará, até a hora da morte, o
propósito essencial.
Sem
escravos, Guanabara…
Ao grito
do Niágara,
No
Século desfraldara a bandeira. Não a enrolou mais.
E a
escravidão – nojento crocodilo
Da onda
turva expulso la do Nilo
Vir aqui
se abrigar!
A gente
moderada estranhou-lhe a censura tremenda:
Senhor,
não deixeis que se manche a tela
Onde
traçaste a criação mais bela
De tua
inspiração.
O sol de
tua glória foi toldado…
Teu
poema da América manchado,
Manchou-o
a escravidão.
Arte,
apostolado, campanha, o que fosse, a “ideia fixa” rasgara-lhe,
entre os contemporâneos, uma estrada real. Abriram-lhe respeitosas
alas, para que parasse com os seus furiosas epítetos contra a
“mancha”. A ironia, os motejos do começo, iam-se transformando
em surpresa grave, assombro, adesão comovida. Lugar ao sol, para os
desgraçados. Redenção para os “Jobs” eternos! A lira de Castro
Alves havia de fazer o prodígio – já se profetizava.” Depois em
Recife, na Bahia, no Rio de Janeiro, em São Paulo, Castro Alves fala
ao povo, declama, escreve poemas e peças teatrais – e com isso se
torna uma espécie de esperança e remorso, transfeita em verbo, das
classes progressistas e cultas do país.
Continua
PÉRICLES
EUGÊNIO DA SILVA RAMOS
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