GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
CASTRO
ALVES – PARTE 01.
“E das
lascas dos patíbulos
Erga-se
a estátua do heróis!”
Quando
se fala em libertação dos escravos, no Brasil, desde logo se evoca
o nome de Castro Alves, o poeta. Não que tenha sido ele, o primeiro,
em nossa terra, a pregar a abolição da escravatura. A história das
ideias favoráveis à completa manumissão dos africanos já era
velha de mais de cem anos, nas glebas de Vera Cruz, quando o vate
baiano começou a produzir e a declamar suas estrofes que
galvanizaram a consciência nacional. “De todos os países
civilizados – escreve José Maria dos Santos – foi mesmo o Brasil
aquele que cujo seio partiu o primeiro grito da redenção dos
escravos africanos. Os felizes e belos esforços dos abolicionistas
ingleses só começaram realmente no primeiro quartel do século XIX.
Entretanto, ainda estava em meio o século XVIII, quando o Padre
Manuel Ribeiro Rocha, advogado e bacharel formado pela Universidade
de Coimbra, enviava da Bahia para Lisboa os originais do seu generoso
e esplêndido trabalho O Etíope Resgatado. Era uma longa e bem
estudada memória que, partindo das mais nobres considerações
humanas e cristãs, concluía por um sistema completo de emancipação
gradual e progressiva, baseado inicialmente na suspensão do tráfico
transoceânico e na libertação do ventre escravo.” Depois,
lembra-o ainda José Maria dos Santos, seguiram-se sugestões como a
de Francisco Moniz Barreto, que em 1818 se pronunciou favoravelmente
à suspensão do tráfico marítimo e a libertação dos escravos no
interior do país – ideia que, alguns anos depois, chegou a ser
redigida para apresentação como projeto de Lei por José Bonifácio,
na Constituinte de 1823. Sucedeu-se a efetiva apresentação de
quatro projetos que visavam a abolição completa, por parte dos
deputados Ferreira França, pai e filho (1830-1833). Essas
iniciativas, e muitas outras, foram isoladas. Em 1850, Eusébio de
Queiroz extingue definitivamente, e sob penas severas, o tráfico
negreiro. Com a guerra da secessão e a vitória de Lincoln, só o
Brasil, na América, mantinha o cativeiro. A Junta de Emancipação
Francesa dirigiu um apelo ao Imperador D. Pedro II, e este, na Fala
do Trono de 3 de maio de 1867, refere-se à emancipação do elemento
servil. Data de 28 de setembro de 1871 a Lei do Ventre Livre e, em 13
de maio de 1888, finalmente, a Princesa Isabel assina a Lei Áurea.
Continua
PÉRICLES
EUGÊNIO DA SILVA RAMOS
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