HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 85
LITERATURA ESPANHOLA - II
Apogeu seiscentista da literatura espanhola
No século XVI a Espanha era parte do imenso Estado de
Carlos V (na Espanha denominado Carlos I), que a converteu em
monarquia ilimitada ou absoluta ao eliminar a resistência das
cidades e a insubordinação dos senhores feudais, bem como ao
converter a nobreza em arma submissa da autoridade real. O Estado de
Carlos V é um império verdadeiramente universal dotado de riquezas
aparentemente inesgotáveis. Com seu filho Filipe II, a Espanha
separa-se do domínio hereditário dos Habsburgos, mas conserva a
liderança de seu imenso mundo geográfico, constituído na época
por possessões italianas, dos Países Baixos e pelas colônias
americanas. A amplitude dos domínios territoriais e da riqueza
resultante é acompanhada de notável ampliação cultural e
artística.
A criação da língua literária data desta época com
as obras poéticas de Juan Boscán (1490-1552), Garcilaso de la Vega
(1503-1536) e Diego de Mendonza; com a literatura de conquistas
territoriais; com Luis de Gongorra y Argote (1561-1627) e com o
imenso desenvolvimento da poesia mística.
Deve-se a Boscán o aparecimento da escola poética do
verso italiano e a introdução da influência petrarquiana. A
influência provençal e o petrarquismo já havia surgido na
literatura com o lirismo palaciano refinado até o convencional dos
“Cancioneiros” anteriores ao século XVI, porém, triunfa
literalmente com os sonetos ao modo itálico de Juan Boscán e sua
escola. Deve-se a Boscán, ainda, a tradução de “II cortegiano”
de Castiglione.
Garcilaso de la Vega é o suave poeta das canções
toscanas, a mais famosa das quais é indiscutivelmente a canção V,
conhecida como “A la flor de Gnido”. Também a musicalidade de
garcilaso de la Vega muito recebe da poética de Petrarca. D.on Diego
de Hurtado de Mendonza harmoniza com perfeição o lirismo itálico e
a tradição poética espanhola em suas trovas, sonetos e epístolas.
É comum atribuir-lhe a autoria do “Lazarillo de Tormes” (“Vida
del Lazarillo de Tormes y de sus fortunas y adversidade” – 1554),
primeira novela picaresca, mas, é problema insolúvel e altamente
improvável sua composição pelo humanista Diego de Mendonza
(1503-1575).
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora
Fulgor, edição 1968, volume 7,
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Um comentário:
Excelente post sobre a Literatura espanhola; aliás, o blog é deveras excelente.
Um abraço, Rosemildo, a vc e aos seus,
Renata
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