HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 88
LITERATURA ESPANHOLA - V
Lope de Vega deu origem a um autêntico ciclo teatral em
Espanha, dos quais os mais representativos são Tirso de Molina
(1583-1648), Guillén de Castro (1569-1631) e Ruiz de Alarcón
(1580-1639).
Tirso de Molina reforça o conteúdo nacional do teatro
de seu país e alcança posição excepcional como autor magnífico
de comédias e retratista extraordinário de personagens,
especialmente dos femininos. Seu teatro é, por essência, de
expressão barroca originalmente dinâmica e quase que até
cinematográfica, tal a mobilidade e o caráter leve e elegante de
suas composições. De suas criações teatrais duas estão
distintamente compostas com maturidade artística: “El burlador de
Sevilla y convidado de piedra” e “El condenado por desconfiado”,
o primeiro introduzindo a mítica figura de don Juan e o segundo
combinando teologicamente a onisciência divina e a essencial
liberdade humana.
Guillén de Castro é autor de “Mocedades del Cid”,
cuja inspiração provém do Romancero e que, por sua vez, serviu de
matriz direta à inspiração de Racine em “Le Cid”. Também
Cervantes serviu à inspiração de Guillén de Castro fornecendo-lhe
recursos para a elaboração de “Don Quijote de la Mancha” e “El
curioso impertinente”. Em “Las mocedades del Cid” Guillén de
Castro y Bellvís conseguiu magistralmente transcrever as poéticas
tradições populares.
Ruiz de Alarcón, embora mexicano de nascimento, é
literariamente natural da Espanha, onde construiu sua maturidade de
autor teatral. Sua força máxima pode ser localizada na elaboração
das comédias de caracteres, como em “Elexamen de maridos”, “Las
paredes oyen” e “La verdad sospechosa”. O teatro de don Juan
Ruiz de Alancón é significativamente bem construído através do
domínio da técnica no emprego de minúcias e eticamente determinado
pelo apresentar da dignidade humana. Ainda pertencente ao ciclo
lopeano, é necessário recordar a excelência de Luis Vélez de
Guevara (1579-1644) revelada, sobretudo, na apresentação clássica
do trágico, como pode ser observado em sua obra mais significativa:
“Reinar después de morir”. Necessário é recordar como
contemporâneo de Cervantes o escritor Mateo Alemán (1547-1614),
autor do primeiro romance picaresco de características barrocas,
notável pela elegância de estilo e perfeição dos comentários
psicológicos.
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora
Fulgor, edição 1968, volume7.
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