HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 87
LITERATURA ESPANHOLA - IV
O início do século XVII marca o apogeu da literatura
espanhola, com a produção de Miguel de Cervantes Saavedra
(1547-1616), Lope de Vega (1562-1635) e Francisco de Quevedo y
Villegas (1580-1645).
Cervantes é a grande expressão universal da literatura
espanhola pela extraordinária apresentação de “El Ingeniosa
hidalgo Don Quijote de la Mancha”, vasta síntese artística dos
elementos da cavalaria agonizante, contra os quais é vigorosa
sátira, e do realismo popular. Don Quijote tem sua força
artístico-expressiva afirmada na maestria e perfeição com que
fornece dois mitos, resumidos e simbolizados no “ingenioso hidalgo”
e em seu companheiro Sancho Panza, e a inspiração do artista
consegue neles revelar o autêntico reflexo da alma espanhola.
Admirável é também a habilidade e o conhecimento no retratar as
mulheres, o que é definitivamente atestado na apresentação de
Dulcinéia, reunião extraordinária da beleza, do bem e da verdade.
A presença universalmente significativa de “Don Quijote” e sua
verdade nacional insuperável convertem a literatura espanhola a ele
posterior em autêntico processo de diálogo e retorno. Cervantes não
se esgota em sua realização máxima, porém, alcançaria
excepcional posição literária com a prosa de suas “Novelas
exemplares”.
Até o aparecimento de Lope de Vega a arte teatral
espanhola podia ser resumida na inspiração religiosa ou no máximo
na original existência dos aspectos de comédia de costume que
apresenta as partes dialogadas do romance picaresco da “Celestina”,
composto durante o século XV e cuja autoria, embora às vezes
atribuída a Fernándo de Rojas, é desconhecida. Lope de Vega vem
enriquecer a arte teatral com a criação da comédia espanhola e
com a transcrição harmoniosa e globalizante dos tipos humanos e dos
sentimentos em seus numerosos enredos, em seus personagens e em
qualquer dos gêneros que poeticamente serviram-lhe de expressão: o
épico, o lírico e o dramático. Em sua inacreditável produção
duas obras podem superiormente revelar-lhe a grandeza artística:
“Peribáñez y el comendador de Ocaña” e “Fuente Ovejuna”,
ambas no gênero de comédia heróica. Lope Félix de Vega Carpio é
o criador do teatro espanhol, seja pela temática, seja pela própria
estruturação de suas criações. Lope de Vega foi, ainda,
significativo como prosador e como poeta, respectivamente agradável
em “La Dorotea”, de narração elegante e que inclui traços
picarescos, e em “Canción a la muerte de Carlos Félix”,
poema-elegia que transmite vigorosamente o sentimento doloroso do
poeta.
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora
Fulgor, edição 1968, volume 7
Visite também:
Um comentário:
Como sempre um espaço onde a boa cultura lidera em suas postagem, é gratificante poder estar aqui e absorver o que tem de melhor na arte da palavra! BRAVO!!!
EU CRIEI UM NOVO BLOG SÓ DE DUETOS, VENHA CONHECER E SER UM SEGUIDOR, ABRAÇOS,
EFIGENIA
Postar um comentário