HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 80
LITERATURA DINAMARQUESA
O primeiro monumento da literatura dinamarquesa é a
tradução realizada por Christiern Pedersen (1480-1554), padre. A
seguir, assinala-se também no país central da União de Kalmar a
ação repressora da expressão literária que o luteranismo inicial,
em sua austeridade, rigidez e puritanismo, instala nos países em que
se afirma como religião dominante.
A primeira geração literária do século XIX iniciará
o processo de maturidade artística, principalmente através de seus
representantes: Christian Winther (1796-1876), importante em seus
poemas de temática amorosa ou de dimensão épica, como o atestam
respectivamente “Til Een” e “Hjortens Flugt”; Poul Martin
Moeller (1794-1838), notável pela naturalidade de seu estilo; e,
completando, Carsten Hauch (1790-1872), escritor humanista que se
dedicou à poesia lírica.
Hans-Christian Andersen
A primeira obra dinamarquesa a obter reconhecimento
universal é a que devemos a Hans-Christian Andersen (1805-1875),
notável contista. Há em seus contos, por detrás da aparente
ingenuidade, um poderoso complexo de aspectos imaginativos,
humorísticos, melancólicos e irônicos – resolvidos numa síntese
que se eleva à verdade poética. De sua produção literária
citam-se: “O menino moribundo”, “Fantasias e esboços”,
“Álbum sem desenhos”, “O improvisador” etc. Andersen
dedicou-se, ainda, à poesia e seus poemas destacam-se igualmente
como dos melhores existentes no domínio nórdico.
Contemporaneamente a Andersen, a Dinamarca oferece ao
mundo o escritor-filósofo Soeren Kierkegaard (1813-1855), que seria,
ao lado de Marx, uma das maiores determinantes do pensamento
filosófico-cultural do século XX. Kierkegaard desenvolve suas
coordenadas filosóficas por oposição ao hegelianismo – súmula
perfeita do idealismo racionalista – ao afirmar o existencial de
preferências ao racional, a ruptura à continuidade, a angústia à
tranquilidade, o abismo entre o ser e o pensar à sua identificação,
a existência concreta à abstração, a conjuntura subjetiva aos
fins objetivos independentes, o desconexo ao espírito sistematizador
etc. A influência do seu pensamento é reforçada em nosso século
através do filósofo Martin Heidegger.
Como modernos escritores dinamarqueses devem ser
citados: Blicher, autor de “Novelas Jutlandesas”; Martin A.
Hansen, autor de “Viagem de Jonathan”; Johannes V. Jensen, o mais
representativo deles; Schandorph, autor de “Gente pequena”; e,
Henrik Potoppidan, além do crítico George Brandes, autor de famosa
“Correntes Principais da Literatura do Século XIX”. Hansen
destaca-se pelas descrições e análises realistas dos esmagamentos
das pessoas por meios socialmente estreitos e o empreende através de
bem construído estilo. Jansen tem sua máxima realização
descritivo-analista quando, lúcida e poeticamente, introduz em sua
prosa a vida dos camponeses do século passado.
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora
Fulgor, edição 1968, volume 7.
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Um comentário:
Olá Rosemildo!
Gostei muito dessa postagem da Literatura Ocidental.
A gente descobre muita coisas boas, poetas e contistas maravilhoso nessa história da Literatura das décadas passada.
Deixo um abraço!
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