HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 79
LITERATURA SUECA
A independência sueca inicia-se por ação de Gustavo
Vasa no ano de 1523. Não é muito distante a data em que pela
primeira vez surge uma tradução da Bíblia para o norueguês
realizada por Olaus Petri, autêntico criador da língua nacional
como meio de expressão literária.
No século XVIII, há a destacar a aproximação da
literatura escrita às tradições populares, como o revela a obra do
escritor Carl Mikael Bellman (1740-1795). Bellman elabora um mundo
poético de suprema musicalidade verbal e seus poemas originalmente
são melodias populares acompanhadas por instrumentos musicais como a
flauta e o timbale. Suas obras completas estão em “Fredmans
epistlar”, “Fredmans sanger” e “Fredmans handskrifter”.
Carl Mikael Bellman
Na geração literária que se inicia na segunda metade
do século XIX, três escritores maiores devem ser lembrados: Verner
von Heidenstam (1859-1940), Selma Lagerlof (1859-1940 e Augusto
Strindberg (1849-1912). Verner von Heidenstam dedicou-se ao romance
histórico que lhe oferecia maiores possibilidades de desenvolver
literariamente suas inclinações românticas e nacionalistas
informadas por uma dolorosa nostalgia pelo passado. Strindberg é
famoso por seus romances, como o magnífico “No quarto vermelho”,
por seus contos, como aqueles reunidos em “Casados”, e por seus
dramas, como “O pai”; a crítica sueca definiu-lhe muito bem o
aspecto essencial ao assinalar em seus escritos uma poderosa
“nostalgia da Metafísica”. Seu estilo apresenta extremos
violentos que vão do grosseiro ao supremo poético existentes em
suas composições naturalistas e determinadas por um pensamento
não-cristão quanto às fontes de inspiração. Selma Lagerlof é a
grande escritora romântica da literatura norueguesa. Em sua obra há
“Saga de Goesta Berling”, “Os laços invisíveis”,
“Jerusalém”, “Os milagres do Anticristo”, “A viagem
maravilhosa de Niels Holgersson”, “O rei de Portugal”, “O
livro das lendas”, “O carreteiro da morte”, etc. Dedicou-se à
literatura infantil ao escrever as aventuras de Niels Holgersson à
maneira de Andersen.
Na geração seguinte muitos são os escritores, no
entanto, apresentaremos os seguintes pela maior importância que
assumem: Hildur Dixelius; Sigrid Siwertz; Sven Stolp; Per Olaf
Ekstroem; Sally Salminen (1906- ), que revela imensa sensibilidade e
feminilidade em “Katrina”, e, finalmente, Ingmar Bergmann
(1918-), o notável autor de “Tenho medo” e de “O dia termina
muito cedo”. Todos estes escritores da atualidade norueguesa
transcrevem na expressão literária as inquietações e
desequilíbrios desta cultura extremamente desenvolvida e dedicada ao
culto até a impiedade do exercício consequente da lucidez humana.
Ao misticismo que permanece atuante em nível poético acrescenta-se
o realismo lúcido por excelência.
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora
Fulgor, edição 1968, volume 7.
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Um comentário:
Excelente, adoro história, saber o passado é delicioso, gosto muito, abraços Luconi
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