HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 82
LITERATURA DOS PAÍSES BAIXOS – I
Cedo tornaram-se os Países Baixos sede de importantes atividades sócio-econômicas que, mais tarde, lhes proporcionaria significativa posição de liderança na evolução social. O pioneirismo holandês pode ser atestado no desenvolvimento de centros urbanos de poderosa economia e de irradiação artístico-cultural: no sul, Flandres é o ponto central com expressão literária nos séculos XI e XII, no norte o centro de intensidade sócio-econômica é estabelecido em Bruges e em Gand no século XIII.
A unificação do desenvolvimento cultural pelo
estabelecimento de relações vivas entre os diversos centros dos
países, seja em formas internas, seja em formas externas, é
prejudicada pelas diversidades dialetais, por separações
religiosas, por desníveis sociais-significativos e pela
instabilidade política – fatores que estarão presentes nos
séculos posteriores.
Desidério Erasmo de Rotterdam
Como primeiros documentos importantes da literatura dos
Países Baixos podem ser apontados: a sátira popularmente
determinada contra o feudalismo, cujo título é “Reinaert de Vos”
e que, tradicionalmente, é atribuída a Willem; a produção
místico-lírica de Hadewijch; o “Tratado da Contemplação” e
“Cântico” – escritos por Jan van Ruusbroeck (1293-1381), de
inspiração helênico-cristã e de conteúdo místico; finalmente,
antes de iniciar-se a idade renascentista, a peça teatral
“Elekerlijk” de Pierre Doorland.
O Renascentismo apresenta apenas um nome importante nos
Países Baixos: o humanista holandês Desidério Erasmo de Rotterdam
(1467-1536), autor da famosa obra “Encomium Moriae” (o Elogio da
Loucura). Além desta obra-prima, Erasmo escreveu outros livros,
todos em latim: “Enchiridion Militis Christiani”, um tratado de
teologia: “Adálgio”; “Colloquios”; e “De-Duplici Copia
Verborum et Rerum”. Deve-se a Erasmo a direção da edição
basilense da Bíblia, bem como da edição dos clássicos latinos e
gregos. Como humanista cristão foi tolerante e moderado, pregando o
término da cisão religiosa com uma igreja terceira voltada à
pureza das origens evangélicas e não escolásticas. Este notável
estilista foi bem um homem renascentista caracterizado pela lucidez.
Sua influência estendeu-se vigorosamente a todo o domínio cultural
do Ocidente. Em seu país o Renascimento não apresenta qualquer
outro nome importante, pois, a literatura dos Países Baixos nesta
época está reduzida às atividades de uma elite retórica.
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora
Fulgor, edição 1968, volume 7.
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Um comentário:
Li de um fôlego só e adorei.
Rosemildo, tenha uma feliz Páscoa.
Abraços,
Renata Cordeiro
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