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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Literatura Ocidental - Parte 58.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 58
LITERATURA ALEMÃ
 
Reinhard Johannes Sorge, como dramaturgo expressionista, é excelente em suas tragédias de sentido religioso e como reintrodutor do coletivismo em seu teatro claramente lírico. Como importante lírico, Sorge escreveu “Gericht ueber Zarathustra”, “Mutter der Himmel” e Mustische Zwiesprache”.
 
Alfred Doeblin iniciou-se como colaborador da revista expressionista “Der Sturm” e, logo estreou com “Ermordung einer Butterblume”, ao qual seguiram: “Wadzecks Kampf mit der Dampfturbine”; “Berge, Meere und Giganten”; “Berlin Alexanderplatz”, sua obra-prima; “Der Oberst und der Dichter”; “Hamlet oder die Lange Nacht”. São impressionantes suas descrições da miséria do proletariado das grandes metrópoles industriais e o sentido que possui Doeblin da atualidade. Como crítico e ensaísta é o consagrado autor de “Minotaurus – Dichtung unter den Hufen von Staat und Industrie”.
Bert(old) Brecht é o dramaturgo e poeta que estigmatiza a sociedade burguesa e da constante interrogação perante o bem e o mal, que sabe intimamente dependentes da estruturação social. Na produção teatral deste expressionista dotado de básico sentido social revolucionário encontra-se “Dreigroschenoper”, “Mutter Courage”, “Das Verhoer des Lukullus”, “Der gute Mensch von Sezuan”, “Galileo Galilei”, “Der Kaukasische Kreidekreis” e Herr Puntila und sein Knecht”. O poeta Brecht iniciou-se como expressionista típico pelo ceticismo e romantismo invertido cuja visão amarga e anárquica ampliava-se até atingir o culto do “feio”; ao aderir à filosofia de construção do socialismo através do trabalho e da cooperação entre os homens encontrou sua própria maneira estilística, caracterizada por perfeita concisão clássica. Seu estilo foi organizado pela elaboração pessoal que o poeta retirou de seus conhecimentos da balada tradicional alemã, do lirismo sugestivo da poesia chinesa, da claridade da dramaturgia grega e da riqueza bíblica.
 
Como atuais dramaturgos citemos Friedrich Duerrenmatt (1921) e Max Frisc (1911): o primeiro, autor de “Die des Herrn Mississipi” e de “Der Besuch der alten Dame”; o segundo, é dramaturgo, com “Als der Kreig zu Ende war” “Nun singen sie wieder”, “Die chinesische Mauer”, “Don Juan” e “ Graf Oederland” e romancista (Stiller). Na temática de Duerrenmatt é constante a preocupação quanto a justiça e quanto ao absurdo existente no mundo. Frisch é o supremo mestre atual da inserção da ironia e da utilização do paradoxo; suas peças são oportunidades que constrói para sua imensa capacidade de fantasia. Duerrenmatt pode ser classificado como pertencente ao “neue Sachlichkeit”; seu estilo destaca-se pela sobriedade e clareza. 
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 105/106.

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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Literatura Ocidental - Parte 57.



HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 57
LITERATURA ALEMÃ

Expressionistas são Franz Kafka (1883-1924), Erich Maria Remarque (1898-1916), Hans Carossa (1878-1956) Bert Brecht (1898-1956), Georg Trakl (1887-1914), Rendinha Johannes Sorge (1892-1916), Alfred Doeblin (1878-1957), além de Ernest Juenger (1895-1998), Ina Seidel (1895-1974) e Zuckmayer (1896-1977).

Franz Kafka é o artista da angústia e da desesperança na situação existencial do homem moderno que apresentam os melhores dotados numa sociedade gerencial que os aliena. Kafka é um escritor da literatura universal e, talvez, a mais típica expressão do nosso mundo. Em sua obra assinala-se: “Briefe an Milena”, “Tagebuecher 1910 bis 1923”, “Erzaehlungen”, “Verwandlung”, In der Strafkolonie” e as obras máximas “Der Prozess”, “Das Schloss” e o fragmento “Amerika”. Por vezes, classificado como pertencente ao realismo mágico (“neue Sachlichkeit”), apresenta um universo de símbolos vigorosos para descrever o homem subjugado por processos inexplicáveis, injustos, imperscrutáveis, ininteligíveis.


Erich Maria Remarque escreveu “IM Westen nichts Neues”, “Der Weg zurueck”, “Drei Kameraden”, “Der Triumphbogen”, “Lieb deinen Naschsten”, “Zeit zu leben und Zeit zu sterben”, “Der Funke Leben”. Remarque é testemunha implacável dos absurdos criados contra a humanidade. Em 1932 fugiu do regime nazi-fascista. Hans Carossa, adepto da “nova ordem”, é lírico e prosador autêntico; em sua obra aparecem: “Die Schicksale des Doktors Buerger. Die Flucht”, “Eine Kindheit”, “Rumaenisches Tagebuch”, “Ser Arzt Gion” e “Geheimnisse des reifen Lebens”. Sua poesia conquista repercussão mundial. Lírico austríaco é Georg Trakl, altamente influenciado por Hoelderlin; destacam-se, como melhores momentos poéticos, “Sebastian im Traum” e “Der Herbst des Einsam”. Ernst Juenger é o defensor dos direitos individuais e significativo estilista; renegou o nazismo após um breve período de adesão. Adepto demorado na ditadura direitista hitleriana foi Erwin Guido Kolbenhayer,, notável nas biografias de Giordano Bruno e de Paracelso (trilogia). Ina Seidel, além de poetisa com nobreza de estilo, destaca-se como romancista: “Lennacker”, “Unser Freund Peregrin”, “Das unverwesliche Erbe”, “Fahrt in den Abend”, e, principalmente, em “Das Wunschkind” e “Das Labyrinth”. Carl Zuckmayer é o autor de sentido humanista que escreveu dramas de amplo êxito popular: “Der froeliche Weinberg”, “Schinderhannes”, “Ulla Winblad”, “Catharina Knie”, “Barbara Blomberg”, “Des Teufels General”, “Der Hauptmann von Koepenick”, “Gesang im Feuerofen” e “Das kalte Lincht”.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 104/105.

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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Literatura Ocidental - Parte 56.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 56
LITERATURA ALEMÃ

O romance assume na época moderna a posição de gênero dominante. Nele aparece o nome de Hermann Hesse e de Stefan Zweig, ambos predominantemente impressionistas. Hesse escreveu “Demian”, “Steppenwolf”, “Der Blick ins Chaos”, “Narziss und Goldmund”, “Peter Camenzind”, “Drei Geschichten aus dem Leben Knulps”, “Siddharta”, “Morgenlandfahrt”, “Das Glasperlenspiel”. Hesse foi fiel à missão que apontara aos escritores atuais: lembrar-se de que a alma da humanidade encontra-se em perigo e próxima do abismo, ao mesmo tempo em que deve demonstrar também sua crença na imortalidade, como bem o demonstra sua obra máxima, “O lobo das Estepes”, verdadeira visão dos fatores espirituais da atualidade através das meditações e angústias do artista. Suas composições estão plenas de espontaneidade. Stefan Zweig é o autor de romances, como “Amok”, “Verwirrung der Gefuehle”, “Brennendes Geheimnis”; ensaísta e crítico em “Sternstunden der Menschheit”, “Verlaine”, “Marie Antoinette”, “Die heilung durch den Geist”, “Der Kampf mit Daemon”, autobiógrafo rico em análise psicológica no livro “Die Welt von gestern”; sua lírica está reunida em “Die gesammelten Gedichte”. Zweig domina com facilidade a composição formal e a expressão linguística, por vezes revela magistralmente o crescendo dramático através do emprego de imagens. Outro romancista impressionista é Emil Strauss (1866), cujo sentimentalismo e vigor está presente em suas melhores obras, o romance histórico “Der nackte Mann” e a novela “Der Schleier”.

 
 Stefan Zweig

Os irmãos Mann Heinrich (1871-1950) e Thomas (1875-1955), representam o romance expressionista. Heinrich desenvolve intenso humanismo militante em busca de uma democracis real, que caracteriza pela afirmação da humanidade e da tolerância. Combateu em suas obras o nacionalismo da burguesia alemã esua pseudo moral. É autor de “Professor Unrat”, “Der Untertan”,”Die kleine Stadt”, “Das Kaiserreich” e “Der Atem”. Seu irmão tem uma visão informada pela nostalgia de uma pátria germânica composta por uma burguesia acomodada. Thomas Mann apresenta-nos o melhor romance naturalista com seu “Die Buddenbrooks”, análise microscópica da decadência espiritual do século passado através da história de uma família em decadência crescente nas quatro gerações em que é apresentada. É também autor de “Tonio Kroeger”, “Tristan”, “Joseph und seine Bruder”, “Der Tod in Venedg”, “Der Zauberberg”, “Dr. Faustus”, “Der Erwaehlte”, “Die Betrogene”, “Die Bekenntnisse des Hochstaplers Felix Krull”. Ambos, Heinrich e Thomas, fugiram do terror nazista durante o processo de massificação do povo empreendido pela “nova ordem”.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 103/104.

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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Literatura Ocidental Parte 55.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 55
LITERATURA ALEMÃ

O maior dramaturgo da época naturalista é Gerhard Hauptmann (1862-1946), cuja temática está organizada em redor do poder econômico, direitos trabalhistas, direito `vida – seja em suas obras históricas, seja em seus dramas passionais. Suas melhores obras são “Os tecelões” e “Pippa tantz”, o primeiro com introdução das grandes multidões em processo crescente de rebelia advindo do drama social provocado pelo aparecimento da máquina e o segundo definitivamente simbolista. Além de “Die Weber” e de “Pipa Dansa”, Hauptmann escreveu: ”Vor Sonnenaufgang”, considerado o maior drama do naturismo; “Der Biberpelz”; Hanneles Himmelfahrt”; “Fuhrmann Henschel”; “Schluck und Jau”; “Die Ratten”; “Till Eulenspiegel”; “Magnus Garb”; Bahnwaerter Thiel”; “Der Narr in Christo Emanuel Quint”; “Der Ketzer von Soana” e “Winckelmann”.


                                                                                    Gerhard Hauptmann

Hugo von Hofmannsthal, escritor austríaco, segue a tendência impressionista em seu intenso lirismo, que ocorre mesmo em sua produção dramática. Suas composições têm perfeição formal e material e seus termos são dispostos de maneira harmoniosa e melodiosa. O pensamento da morte está sempre em sua temática também caracterizada pela riqueza de imagens cromáticas em verdadeira magia que se aproxima do simbolismo. Sua lírica está reunida em três volumes: “Ausgewaehlte Gedichte”,”Gesammelte Gedichte” e “Gedichte und kleine Dramen”; como contista é autor de “Das Maerchen der nacht” e “Die Frau ohne Achatten”; seus dramas são “Der Tod und der Tod”, Der Tod des Tizian”, “Elektra”, “Der weisse Faecher”, “Jedermann”, “Das Salzburger grosse Welttheater” e “Der Turm”; como crítico e ensaísta é mundialmente reconhecido.

Rainer Maria Rilke, também impressionista, atinge um dos momentos máximos da literatura com seus “Sonette an Orpheus” e “Duineser Elegien”. Escreveu também “Stundembuck”, “Die Weise von Liebe u. Tod des Cornets Christoph Rilke”, “Requiem” e “Die Aufzeichnungen des Malte Laurids Brigge”: o último é trabalho em prosa, os demais são composições líricas. Há em Rilke um inexcedível tonalidade pessoal de lirismo e a imcomparabilidade de análise introspectiva que conferem alto caráter artístico à sua temática, a qual inclui a vida secreta da alma e uma triste ternura. Rilke elava o banal e o estandardizado à dignidade poética. 
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 102/103

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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Literatura Ocidental - Parte 54.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 54
LITERATURA ALEMÃ

                Richard Dehmel   
Próximo ao individualismo nietzscheniano encontra-se o escritor Richard Dehmel (1863-1920), que se distancia, no entanto, sob o ponto de vista moral-político, por sua visão socialista do mundo. Richard Dehmel é dotado de intenso sensualismo, preocupações cósmicas e sentido moral revolucionário, consequente de sua adesão ao proletariado. A produção lírica deste escritor, que se insere entre o naturalismo por sua técnica e o simbolismo por sua expressão, está coligida em “Erloesung der Venns”, “Zwei Menschen”, “Schoene wild Welt”. Pertencente a poesia de inquietude, aparece, a seguir, o poeta Arno Holz (1865-1929) caracterizado pela grande liberdade de expressão e pelo emprego do verso livre. Já Stefan George (1868-1934) inicia a “arte pura” e vã, ao estabelecer a missão da poesia no anunciar dos novos tempos (…) quando a humanidade encontraria o equilíbrio e a grandeza pelo culto ao Sol, à raça e ao sangue. O impressionismo literário alemão, anunciado por Nietzsche, considera somente o mundo atingível através de impressões provocadas e captadas pelo poeta, que se define por ser o cuidadoso e perfeito observador da vida interior. Impressionistas são Hugo von Hofmannsthal (1874-1929), Rainer Maria Rilke (1875-1926), Stefan Zweig (1881-1942) e Hermann Hesse (1877-1962). Já o expressionismo julga impossível a transcrição poética dos fenômenos da vida interior pela violência com que são caracterizados e rejeitam, sob o ponto de vista estético, qualquer separação entre forma e conteúdo; o credo artístico do expressionismo é divulgado pelas revistas “Tempestade” (1910), “Pan” (1910), “As Folhas Brancas” (1913) e o “Forum”; entre os representantes do expressionismo – termo lançado por Otto zur Linde, em oposição ao impressionismo – podem ser citados: Ernst Juenger (1895), Carossa (1878), Ina Seidel (1885), Kolbenheyer (1878), Kafka (1883-1924), Remarque (1898), Zuckmayer (1896) e, principalmente, por Bertold Brecht (1898-1956). As diversas tendências do modernismo – impressionismo, expressionismo, “neue Sachlichkeit”, simbolismo etc. – coexistem e, muitas vezes, são seguidas em fases diferentes pelos mesmos artistas. 
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 101/102.

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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Literatura Ocidental - Parte 50.



HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 50

LITERATURA ALEMÃ


Figura romântica autêntica é o poeta Frederich Hoelderlin (1770-1843) cujos poemas são dotados de extraordinária densidade que comprovam, assim, o conceito do poeta a respeito da poesia como único modo de apreensão do essencial-mieterioso no Universo e na existência. Hoelderlin é, certamente, uma influência presente na literatura mundial e mereceu estudos críticos de Martin Heidegger, nos quais o filósofo classifica-o como poeta da angustia existencial. Uma das mais diretamente determinadas influências de Hoelderlin sobre a poesia moderna pode ser localizada nos poemas líricos do austríaco Georg Trakl (1887-1914), autor de “Sebastian im Traum” e “Der herbst des Einsamen”.



Jean-Paul
Autor de ampla aceitação popular tem sido Johann Paul Friedrich Rochter, conhecido na literatura como Jean-Paul (1763-1825), e sua influência sobre as gerações posteriores, uma constante. Embora por vezes apresente excessiva complicação de enredo, não pode ser ignorada a existência de trechos esparsos com excelente beleza e significação nos textos deste lírico romântico. Jean-Paul é autor de contos e romances: “Hesperus”,”Siebenkaes”, “Titan”, etc.


Ludwig Tieck (1773-1853) é um poeta bem representativo da tentativa de reencontro com o medieval, da apresentação do terrível e do lirismo religioso. Pode ser aproximado à imagem de um pré-Baudelaire por sua musicalidade verbal e estilo. É autor de narrativas poéticas, de romances sentimentais e biográficos.


Novalis, na realidade chamado Friederich von Hardemberg (1772-1801), também como Tieck mereceu reconsideração universal com o aparecimento do simbolismo. Sua temática poética centraliza-se na constante da morte e revela extremo misticismo. De sua obra destacam-se os versos perfeitos de “Hino à Noite”. Romântico grandemente espontâneo é Ernest Theodor Amadeus Hoffmann (1776-1822), superior escritor de contos. Hoffmann é autor de “Fragmentos Noturnos”, “Os elixires do diabo”, “Últimas Narrações” e “Pontos de vista do gato Murr junto à biografia fragmentária do diretor de orquestra de Johannes Kreisler”. 
 

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 97/98.

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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Literatura Ocidental - Parte 49.



HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 49
LITERATURA ALEMÃ

Friedrich Schiller (1759-1805) tem o vigor que tipifica o grande poeta e notável eloquência, embora por vezes não evite o declamatório; seu idealismo chega a ser extremado. Também as duas características alemãs literárias fundamentais estão presentes em Schiller que sente o mundo dramaticamente dominado pela suprema antítese do instinto e da Razão e o homem necessariamente colocado perante a opção pela sujeição ou pela liberdade espiritual; desta maneira, Schiller substitui a culpa pela falta de liberdade. Em sua obra destacamos as baladas líricas, a trilogia que tem como herói Wallenstein (“O Campo de Wallenstein”, “Os Piccolomini” e “A Morte de Wallenstein”) e os dramas históricos “D. Carlos”, “Maria Stuart” e “Guilherme Tell”, seu melhor drama político, no qual o vigor das cenas centrais é destacada em meio a alguns adornos barrocos e no qual estão desenvolvidos os temas da liberdade coletiva e da liberdade espiritual, a responsabilidade pessoal perante o fluxo da história, o valor do ideal vivido etc.
Friedrich
O romantismo alemão

Não há uma “idade clássica de Weimar” antecedendo o romantismo, como é costume afirmar nas separações convencionais dos registros históricos da literaturas; há uma linha de desenvolvimento natural do processo político-econômico-social e de seus reflexos na atmosfera moral e espiritual que ocasiona a acentuação da maneira literária que já estava presente no sturm und drang e há, também, a autonomia literária de goethe ao formular seu classicismo de expressão pessoal. Caracterizam o romantismo em solo alemão o apuro da sensibilidade e a extrema musicalidade, a cosmovisão melhor fundamentada. Seu grande teórico é Friedrich Schlegel (1772-1829) segundo o qual o mundo moderno teria sido informado pelo germanismo e pelo cristianismo, conjugados em resultado final pela cavalaria, quando a linha de progresso é subitamente desviada pelo renascimento: a retomada autêntica consistiria, portanto, no retorno romântico. Também seu irmão, August Wilhelm Schlegel (1767-1845), é teórico consciente do romantismo como autor de famoso “Curso de Literatura”, que proporcionou bases ideológicas ao nascente movimento literário. 

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 96/97. 

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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Literatura Ocidental - Parte 48.


 

HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 48

LITERATURA ALEMÃ


o “sturm und drang”

O misterioso, o esotérico, o místico e o religioso literariamente expressos, que lentamente eram desenvolvidos, explodem na seguinte geração que ficaria conhecida como pertencente ao “Sturm und Drang”. Uma das constantes dos “sturmers” é a preocupação com os problemas sexuais e sociais.

Deve-se a Johann Gottfried Herder (1744-1803) a criação da “Naturpoesie”, inspirada nos primitivos cantos populares, na tradição homérica, no mundo bíblico, no ossianismo. A ele é também devida a criação da Filosofia da história. É determinante a influência de Herder sobre o escritor Goethe, cujo drama “Goetz von Berlichingen” e cujo romance “Werther”, juntos à produção dramática de Schiller, oficializam o início do Sturm und Drang.

Goethe
 
Johann Wolfgang Goethe (1749-1832) é um fenômeno único e universal da literatura alemã e oferece excepcional equilíbrio e síntese das tendências da literatura germânica. “Goetz von Berlinchingen” é uma primeira obra de genialidade e informará o drama histórico alemão; “Werther” é o primeiro êxito internacional duradouro da literatura alemã e bem exemplifica o sturm und drang como pré-romantismo; “Faust” é obra de maturidade artística e de formulação de um humanismo total quando seu autor atinge a razão serena e certo exoterismo ao mesmo tempo em que apresenta o drama interior do alemão. Progressivamente Goethe elevou-se à serenidade e harmonia gregas reformuladas por impaciências góticas e fervor bíblico. A relação de Fausto refere-se a totalidade, com o “desprezo à filosofia que se supõe totalizante”, com o cansaço perante o eruditismo, com a ciência como síntese existencial, com a estética representada superior e inultrapassavelmente pela beleza grega; Fausto é relacionado também com a mulher através do tratamento simbólico com a Virgem da Misericórdia, com Margarida e com Helena, o que pode ser transcrito como relação ao amor divino, ao amor humano e amor às formas, à alma e às ideias. A lírica goetheana elevou-se ao vértice superior no domínio do ritmo verbal e da musicalidade.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, página 96.

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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Literatura Ocidental - Parte 47.

HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 47
LITERATURA ALEMÃ

A linha de desenvolvimento pré-romântico continua com Friedrich Gottlieb Klopstock (1730-1788). Klopstock representa o primeiro desenvolvimento poético alemão que atinge estatura europeia pela perfeição na apresentação de uma lírica dos sentimentos humanos fundamentais – amor, amizade, Deus, Natureza, pátria – e na inovação que introduz ao ritmo, como o demonstra sua epopeia hexâmetros intitulada “Messias”, renovação e criação no gênero e na forma. Dignidade e solenidade adquire a linguagem poética com Klopstock. Johann Georg Hamann é autor de “Cruzada dos Filólogos” e de “Aesthetica in Nuce”, portadoras manifestas de uma nova forma de conceber o mundo e, por consequência, a literatura. São traços dominantes dessa nova visão a extrema desconfiança na Razão iluminista e nos seus sistemas filosóficos e na exaltação do poder da ciência, bem como no culto aos “gênios” e na concepção da poesia como espontaneidade e da linguagem como revelação que manifesta alegoricamente o pensamento e a alma do poeta.
Lessing
O movimento racionalista surge, principalmente, com Gotthold Ephraim Lessing (1729-1781), autor de comédias, dramas e numerosas polêmicas religiosas e de concepções artísticas. Lessing tem como drama burguês “Emilia Galotti” e o significativo “Nathan der Weise”, que sendo obra de ambientação familiar obediente aos cânones do “Aufklaerung” consegue atingir os planos do autenticamente humano. Seu ensaio estético “Lacoonte” afirma as bases da arte clássica e posteriormente influenciará Goethe. Como comédia de costumes escreveu “Minna von Barnhelm”; como crítica teatral oferece-nos “Dramaturgia hamburguesa”; como polemista religioso defende a tolerância religiosa. Com sua autoridade de figura exponencial da ilustração fornece-lhe os fundamentos e diretrizes. Contemporâneo de Lessing é Christoph Martin Wieland (1733-1813), autor de “Oberon” significativo pelo espírito e fineza e que sobrevive na ópera de Wagner. 
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, página 95
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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Literatura Ocidental - Parte 46.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 46
LITERATURA ALEMÃ
O “aufklaerung”

O final da Idade Média alemã será proporcionado com o explodir do Alfklaerung e consequente abandono do religioso como tema principal e ao ser formulada a visão que redescobre o mundo constituído por indivíduos num Universo organizado pela Natureza e orientado pela Razão.

O “Aufklaerung” inaugura a importância filisófica alemã no pensamento mundial com a predominância que assume a figura de Leibniz (1646-1716), filósofo que se expressou em francês e latim e, que, divulgado amplamente, informará o pensamento cultural do “Aufklaerung” decisivamente. A vida literária do “Aufklaerung”, caracterizada pela centralização temática no “Eu” e na Natureza será auxiliarmente influenciada pelo mundo cultural francês, representado por Descartes e por Boileau.

O primeiro aufklaerer é Johann Christian Guenther (1695-1723), cuja produção lírica possui amplitude na transcrição de suas dolorosas experiências vitais. Guenther liberta-se da influência barroca e apresenta um eu individualizado e interiorizado.

A primeira tentativa de criação de um teatro clássico germânico é realizada por Johann Christoph Gottsched (1700-1766). Em sua obra assinalam-se escritos teóricos, como “Tentativas de uma arte poética crítica para os alemães” e “O teatro alemão composto segundo as normas greco-latinas”, e a valiosa peça “Cartão Agonizante”. Gottsched foi também o criador do teatro permanente de Leipzig.

Observa-se, ainda, a influência literária suíça com seu conjunto de lirismo, de maravilhoso cristão, de sentimentalismo e irracionalismo. Nesta corrente, pode ser destacado Johann Jakob Bodmer (1698-1783) que revela seu pré-romantismo através de seus tratados críticos e sua coleção de poemas dos minnesaengers medievais e que estimula o classicismo com traduções que faz de Milton, Popppe e Butler.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, página 94.

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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Literatura Ocidental - Parte 45.



HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 45
LITERATURA ALEMÃ

A importância do século XVI é proporcionada pelo movimento da reforma que polariza as forças religiosas e políticas, permitindo a criação e fixação de uma língua geral ao povo alemão. O líder religioso Martin Luther (1483-1546) fornece o modelo definitivo de expressão linguístico-literária com sua tradução da Bíblia e com a composição de catecismos, sermões, tratados e panfletos, que, divulgados e lidos e comentados diariamente pelos fieis que aumentam em número e localização no espaço nacional, uniformizam a linguagem literária. Esta possibilidade de uma literatura nacional é restringida literalmente pela pesada ditadura ideológica exercida pelo luteranismo.


Martin Opitz
Este século oferece também a fixação da linguagem poética com Martin Opitz (1579-1639) que chefia a primeira escola silesiana, a qual pertencem também Paul Fleming (1609-1640) e Paul Gerhardt (1607-1676). Opitz estabelece a teoria dos gêneros poéticos à primeira escola silesiana durante algumas décadas através de seu tratado “Von deutscher Pocterey”. Opitz escreveu também a primeira novela pastoril alemã, “Arcádia” – uma tradução-adaptação da obra de sir Philip Sidney; converteu “Dafne” do italiano Rinuccini na primeira ópera alemã. Sua poesia lírica revela a decidida influência do petrarquismo e é ornamentada sem excesso e exuberância. Paul Fleming deixou à posteridade cerca de seiscentos poemas de temática amorosa e de assuntos convencionais. Paul Gerhardt adquire expressão literária em suas canções evangélicas, responsáveis por sua classificação como maior lírico eclesiástico luterano.

A segunda escola silesiana é de inspiração cultista e destaca os nomes de Holfmannswaldau, Lohenstein e, sobretudo, Andreas Gryphius (1616-1664), autor de comédias e tragédias que anunciam o pessimismo pré-romântico em seu contexto teatral lírico-barroco.

Paul Fleming conseguira uma primeira união do barroco ao popular, Hans von Grimmelshausen (1620-1676) realiza com mais autenticidade este encontro entre a sensibilidade popular e a expressão literária com seu “Simplicius Simplizissimus”, romance picaresco que exprime o julgamento popular a respeito da guerra dos trinta anos. Grimmelshausen é o único escritor barroco da prosa alemã.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 93/94.

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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Literatura Ocidental - Parte 44.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 44
LITERATURA ALEMÃ

O mundo germânico na Idade Média é um conglomerado de poderes políticos fracionados, de grande diversidade linguística, de tradições culturais simplesmente justapostas. A poesia popular é de uma expressão oral simultaneamente ingênua e intuitiva, oferecendo aos séculos que seguirão sugestiva matéria-prima à espera de criação artística. Duas tradições são afirmadas em ambientes restritos: uma latino-palaciana e uma tradição épico-religiosa. Confirmando o fenômeno geral de outras culturas, também a linguagem poética tem, no mundo medieval germânico, procedência sobre a linguagem prosaica. São excepcionais os níveis de serenidade e maturidade alcançados por esta poesia alemã antiga.

Em inícios do século VII surge o resultado final de uma tradição oral germânica que é, então, concentrada nos versos da “Canção de Hildebrando”, com grande originalidade em seu estilo de aliteração. Cinco séculos mais tarde, exatamente em 1210, Wolfram von Eschenbach adapta o épico de Chretien de Troyes à língua e cultura de seu país e consegue a perfeita construção de “Parsifal”, autêntica obra de arte alemã insuperável por qualquer outra medieval da Germânia. Esta novela versificada é portadora de fundo filosófico inscrito na apresentação da vida cavalheiresca em busca das glórias palacianas e da graça divina. É notável a acuidade e malícia de observação reveladas por Wolfram von Eschenbach. Na mesma época surge outra grande épica – “Cantar dos Nibelungen” – notável como épica-heroica e na escultura de seus personagens. Trata-se de uma compilação de antigas lendas e sagas, bem como da poesia cavalheiresca.

A evolução da poesia alemã prossegue, principalmente estimulada pela criação das universidades e introdução da influência italiana no século XIV. O humanismo é praticado como expressão literária, porém, não abrange as camadas populares das grandes cidades que surgem por aumento do poderio econômico burguês. Por vezes, a evolução literária alemã alcança elaborações cuidadosas e conscientes de arte linguística barroca, embora, por outras, substitua a perfeição formal pelo mero artifício verbal.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 92/93.

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