HISTÓRIA
DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA
OCIDENTAL – PARTE 45
LITERATURA
ALEMÃ
A
importância do século XVI é proporcionada pelo movimento da
reforma que polariza as forças religiosas e políticas, permitindo a
criação e fixação de uma língua geral ao povo alemão. O líder
religioso Martin Luther (1483-1546) fornece o modelo definitivo de
expressão linguístico-literária com sua tradução da Bíblia e
com a composição de catecismos, sermões, tratados e panfletos,
que, divulgados e lidos e comentados diariamente pelos fieis que
aumentam em número e localização no espaço nacional, uniformizam
a linguagem literária. Esta possibilidade de uma literatura nacional
é restringida literalmente pela pesada ditadura ideológica exercida
pelo luteranismo.
Martin Opitz
Este
século oferece também a fixação da linguagem poética com Martin
Opitz (1579-1639) que chefia a primeira escola silesiana, a qual
pertencem também Paul Fleming (1609-1640) e Paul Gerhardt
(1607-1676). Opitz estabelece a teoria dos gêneros poéticos à
primeira escola silesiana durante algumas décadas através de seu
tratado “Von deutscher Pocterey”. Opitz escreveu também a
primeira novela pastoril alemã, “Arcádia” – uma
tradução-adaptação da obra de sir Philip Sidney; converteu
“Dafne” do italiano Rinuccini na primeira ópera alemã. Sua
poesia lírica revela a decidida influência do petrarquismo e é
ornamentada sem excesso e exuberância. Paul Fleming deixou à
posteridade cerca de seiscentos poemas de temática amorosa e de
assuntos convencionais. Paul Gerhardt adquire expressão literária
em suas canções evangélicas, responsáveis por sua classificação
como maior lírico eclesiástico luterano.
A
segunda escola silesiana é de inspiração cultista e destaca os
nomes de Holfmannswaldau, Lohenstein e, sobretudo, Andreas Gryphius
(1616-1664), autor de comédias e tragédias que anunciam o
pessimismo pré-romântico em seu contexto teatral lírico-barroco.
Paul
Fleming conseguira uma primeira união do barroco ao popular, Hans
von Grimmelshausen (1620-1676) realiza com mais autenticidade este
encontro entre a sensibilidade popular e a expressão literária com
seu “Simplicius Simplizissimus”, romance picaresco que exprime o
julgamento popular a respeito da guerra dos trinta anos.
Grimmelshausen é o único escritor barroco da prosa alemã.
Fonte:
“Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968,
volume 7, páginas 93/94.
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