HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 74-
LITERATURA RUSSA – II
A dualidade de expressão literária prolongar-se-á até
o século XIX: há um primeiro conjunto literário de inspiração
eslava retirada do imenso repositório de contos, lendas e canções
da criação artística popular e outo conjunto literário
caracterizado pelos empréstimos ao estrangeiro, seja na inspiração,
seja no próprio nível linguístico.
A primeira grande história da Rússia é escrita nesta
ambiência oitocentista pelo filólogo e historiador Nicolas
Karamzine (1765-1826). O estilo de Karamzine atesta-lhe o esforço
para obtenção de elegância e concisão.
O romantismo russo
O romantismo inicia-se na realidade cultural russa no
princípio do século XIX e marca a real inclusão de sua literatura
à dignidade de expressão artística no domínio cultural do
Ocidente. Uma inicial manifestação literária do romantismo é
encontrada em Vassili Andreievitch Chukovski (1783-1852), por sua
importante contribuição à criação da língua poética de seu
país.
O romantismo encontra-se totalmente na vida e obra de
Alexandre Pushkin (1799-1837), criador dos primeiros grandes mitos
nos quais o povo de seu país se reconhece. Seus poemas épicos ou
líricos estão compostos num estilo que alia a simplicidade ao
poderoso vigor. É notável a influência do baironismo sobre este
autor de temas históricos ou contemporâneos, como “Boris Godunov”
e “Eugene Onegine”. Embora a influência recebida do romantismo
de expressão alemã e francesa seja uma evidência, Pushkin
inseriu-se completamente na tradição da poesia popular já em sua
primeira produção artística, o poema folclórico de gênero
épico-cômico intitulado “Ruslam e Ludmila”. A Pushkin pode-se
atribuir o nascimento real de uma poesia russa maturamente artística.
O exemplo de Pushkin foi acompanhado na geração
seguinte do romantismo através da produção literária de Michael
Lermontov (1814-1841). Também Lermontov entra em contato com a
literatura popular elevando esta riqueza expressiva aos planos de
composição artística; tanto em seu poema simbólico de meditações
sobre o Mal, “O Demônio”, como em seu “Canto de Ivã, o
Terrível” revela o poeta a influência do baironismo, embora
presente esteja a inspiração à Vigny. Michael Lermontov é também
o autor de “Um herói de nosso tempo”, romance que alcançou
grande popularidade.
Ainda pertencente à segunda geração romântica
destaca-se o escritos Nicolas Vassilievitch Gogol (1809-1852),
criador do romance e da comédia russa. Na obra deste escritor
pessimista e satirista de humor assinala-se o expandir do mal até
alcançar níveis universais e a necessidade de redenção cósmica,
duas linhas que serão basilares no desenvolvimento da literatura
russa. Gogol escreveu: “O abrigo”, romance de aspectos já
realistas; “O inspetor”, comédia satírica; “O manto”,
considerado comum fonte de inspiração aos escritores russos por
Dostoiévsky; “Taras Bulba”, quadro histórico se situações
dramáticas magistralmente construídas; e, finalmente, sua
obra-prima, “Almas Mortas”, pleno de sincera humanidade.
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora
Fulgor, edição 1968, volume 7.
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3 comentários:
Não conhecia as obras de Alexandre Pushkin.
Uma excelente postagem!
Um abraço com carinho, e ótima semana!
Meu amigo mais uma brilhante aula de história. Como sempre um post excelente.
Beijinhos
Maria
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