quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Grandes vultos: Santos Dumont - Parte 02.

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

SANTOS DUMONT – Parte 02.

Disse e repetiu-se que Santos Dumont inventara a dirigibilidade dos aeróstatos. Absurdo. A dirigibilidade é de outrem. Ele se dedicou primeiro aos balões, como esporte, e depois aos dirigíveis. Homem de gênio – e dos maiores homens de gênio do mundo – viu que o motor a explosão era o único certo para voar e aplicou-o, com espanto geral, num dos seus dirigíveis. Até então se utilizavam motores a vapor, pesadíssimos, ineficientes.

Desde a primavera de 1900, um tal Deutsch de la Meurthe, magnata francês de petróleo, estabelecera um prêmio de cem mil francos para a Comissão Científica do Aero-Clube de Paris conferir ao primeiro balão dirigível ou aeronave de qualquer natureza “que entre 1º de outubro de 1900, 1901, 1902, 1903 e 1904 se elevasse do Parque de Aerostação de Saint-Cloud e, sem tocar em terra, por seus próprios meios, após descrever uma circunferência tal que nada se encontrasse inclusive o eixo da Torre Eiffel, retornasse ao ponto de partida no tempo máximo de meia hora”. A esses 100.000 francos adicionaram-se, mais tarde, 25.000.

Depois de várias tentativas sem êxito, conseguiu Santos Dumont a 19 de outubro de 1901, realizar essa proeza. Muito rico, distribuiu o prêmio (enormíssimo para a época) pelos pobres de Paris. Um delírio. Ninguém no mundo alcançou, jamais, a sua popularidade após tão estrondoso feito.

Era a primeira viagem aérea científica, Havia um horário de partida, um horário de chegada e um percurso predeterminado. Santos Dumont efetuou-a e essa glória jamais lhe poderá ser contestada.

Ele numerava todas as suas aeronaves. Aquela com que contornou a Torre Eiffel chamava-se “Santos Dumont nº 6”

Mais tarde surge o problema do avião. Havia planadores; não, porém aviões. Santos Dumont fabricou um, baseando-se no “papagaio celular” de Lourenço Hargrave, e pendurou-o no seu dirigível nº 14 para aprender a manejá-lo. Depois soltou-o do dirigível e crismou-o de “14-bis”. Aplicara-lhe um motor Antoinette, de 24 cavalos, que alterou para outro – também Antoinette, mas por ele modificado – de 50 cavalos.

Continua

GONDIN DA FONSECA

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...