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Martins Júnior |
GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
CLÓVIS
BEVILÁQUA – PARTE - 03
Continuava
Clóvis em seu namoro com a literatura. Colaborava em “Folha Nova”,
“Escapêlo”, “Esteriógrafo”. De parceria com Martins Júnior,
publicava as “Vigílias literárias”.
Atraiu-o
a Filosofia. E por motivos filosóficos e não religiosos, foi que
traduziu, em colaboração com João Alfredo de Freitas, a obra de
Soury: “Jesus e os Evangelhos”.
Ao
quarto ano do curso jurídico, vem a travar conhecimento com a obra
de Von Ihering, e desperta para o Direito. Começa a realizar-se. Faz
conferências. Promove estudos. Polariza os colegas. O celebérrimo
concurso de Tobias Barreto é o estímulo que o empolga e impele na
carreira definitiva.
Ao
terminar o curso em 1882, deixa aos colegas a melhor das impressões
como atesta uma “silhueta” escrita por Martins Júnior, na “Folha
do Norte” (Recife). Ei-la: – “ Um talento superior. Talvez o
maior da geração acadêmica que abrangeu o período de 1879 a 1882.
Um ótimo coração. Uma enorme modéstia, que chega a degenerar em
“gaucherie”. Um caráter de ouro, com transparências límpidas
de cristal. Rosto redondo e cheio. Um leve tom amorenado na pele.
Olhos castanhos, pensativos. Boca rasgada, com o lábio superior
pintado por um bigodinho pouco espesso. Cabelos pretos e corridos,
sempre baixos. Um largo peito desenvolvido, como que feito para a
luta.
Sim. “…
como que feito para a luta...”
Se, por
alguns anos, foi singela e sem lutas a vida do herói que hoje
festejamos, doravante já não lhe posso fazer um relato plano, sem
asperezas e vicissitudes. Sua vida totaliza-se com as obras, com os
pensamentos, com os livros, com as lutas, com o desenvolvimento da
Pátria.
Omito as
rápidas incursões no campo político. Era avesso a tal atividade.
Continua
MANUEL
AUGUSTO VIEIRA NETO