Custódio de Mello |
GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
JÚLIO
DE CASTILHOS – PARTE 02.
Foi
durante as discussões que então se processaram, que procurou por em
prática suas ideias positivistas, colocando-se por várias vezes em
oposição a Rui Barbosa, em virtude do seu “ultra-federalismo”.
Entre
outras ideias, advogou o unicameralismo, que dispensava a existência
do senado, sendo, todavia, derrotado. Também não viu vencedora sua
proposta no sentido de conceder o voto aos analfabetos. Lutou ainda,
sem êxito pela liberdade tributária, segundo a qual os Estados
poderiam estabelecer cada qual seus próprios tributos, com uma
determinada percentagem para o governo federal. Defendeu finalmente a
liberdade dos cultos, ideia que viu vencedora, pois essa era a
opinião geral, nas circunstâncias.
Encerrados
os trabalhos da Constituinte, regressou ao Rio Grande, sendo logo
solicitado para elaborar a Constituição do Estado. Nesse seu
trabalho, Castilhos esmerou-se por impregná-lo de suas ideias
positivistas, aliás nem sempre ortodoxas. Uma das singularidades
desta Constituição era a que permitia a qualquer cidadão exercer a
Medicina, a Cirurgia Dentária, manipulação de drogas (farmácia)
sem diploma e sem mesmo haver cursado qualquer escola, bastando saber
ler e escrever e registrar-se na Diretoria da Saúde.
A 13 de
junho de 1891 é nomeado Presidente do Estado. Mas a 3 de novembro
dissolve o Congresso e esse ato provocou no Rio Grande uma onda de
descontentamento. Um grupo de cidadãos dirigiu-se ao Palácio do
Governo exigindo que Castilhos renunciasse “para ficar com o povo”
contra a ditadura. E Castilhos decide renunciar. Quando lhe
perguntaram “a quem entregaria o Governo” respondeu: “Ao caos,
à anarquia”. E foi de fato o que aconteceu.
Com a
curta normalização da situação política, que se seguiu à
renúncia de Deodoro e a ascensão de Floriano, foi por fim eleito
Castilhos Presidente do Estado. Era de fato o primeiro presidente
realmente eleito. Estávamos a 25 de janeiro de 1893.
Mas não
era ainda a paz. Ao contrário, os acontecimentos na Capital Federal,
com a rebelião da Marinha sob as ordens do Almirante Custódio de
Mello, repercutiram no Rio Grande, para onde, aliás, seguiram alguns
dos revoltosos. Todas as forças anticastilhistas se uniram para
derrubar não apenas Floriano, mas principalmente Júlio de
Castilhos.
O
Presidente teve de empregar a maior energia e severidade, e mesmo a
extrema violência para derrubar as forças inimigas, o que afinal
conseguiu.
Continua
LEONCIO
BASBUM