GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
JOSÉ
CARLOS DO PATROCÍNIO – PARTE 06.
Antônio
Bento entrava, por sua vez, na luta, criando organizações de
escravos de caráter ofensivo como os “Caifazes” que promoviam a
sedição nas lavouras de café e tramavam as fugas, cada vez
maiores, protegidas pelos ferroviários. Segundo relato de um
historiador “não havia trem de passageiros no qual um negro fujão
não encontrasse onde se esconder, como não havia estação onde
diretamente alguém o não recebesse e orientasse”, apesar dos
prêmios publicados em editais para quem capturasse escravo fugido”
Vários
quilombos domésticos foram instituídos, onde se homiziavam os
escravos após as fugas. Distinguiram-se neste mister várias
famílias ilustres cariocas e paulistas. De São Paulo os escravos
eram remetidos para o Rio, por Antônio Bento, Raul Pompéia, Luís
Murat, Gaspar da Silva e a remessa era precedida de um aviso senha:
Segue Bagagem. Embarcados na E. F. Central do Brasil, eram instruídos
para, na estação do Rio, dirigir-se a um cavalheiro que trouxesse à
lapela uma camélia branca, dando-lhe a senha “Raul”, obtendo
como resposta “Serpa”, quando então poderiam julgar-se salvos.
A
população escrava ultrapassava a casa do milhão num total de 14
milhões de brasileiros entre brancos e pretos.
Em toda
parte formavam-se os famosos quilombos, organizações de negros
fugidos, aperfeiçoadas dos rudimentares quilombolas, iniciadas nos
primeiros lustres do século XVIII como pioneiros na luta pela
libertação dos escravos. Dos primeiros destacaram-se por sua
organização social perfeita o “Quilombo do Jabaquara”, em
Santos e o dos “Palmares”, no Nordeste, dirigido pelo célebre
rei Zumbi. O historiador Oiliam José chega a arrolar, em Minas, a
formação de 9 quilombos, além de outros mais, de pequena
expressão, pululando por todo o território mineiro.
Entrosava-se
na campanha o grande Rui Barbosa, amigo íntimo de José do
Patrocínio. Em seu célebre discurso no comício do Teatro
Politeama, promovido pela Confederação Abolicionista em 28 de
agosto de 1887, dizia: “O Partido Liberal belga dispunha-se a
derramar sangue, para obstar a inundação ultramontana. Os
abolicionistas brasileiros lutam apenas com a força persuasiva da
palavra contra a escravidão. E querem sufocá-los! O Império
inteiro comove-se; os “meetings” reproduzem-se até nas capitais
mais poderosas do escravismo, como Campinas; e o trono parece
insensível às ansiedades do País.
Continua…
S. SILVA
BARRETO
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