GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
JOSÉ
CARLOS DO PATROCÍNIO – PARTE 05.
Eram
como sessões contínuas, regadas pela cerveja, entremeadas pelas
pilhérias de Paula Nei e os versos de Bilac, onde a libertação era
uma bandeira que todos faziam questão de desfraldar, numa união
nunca vista no solo brasileiro. Apenas uma nota discordante se ouvia
entre os escritores aristocratas, a do senador José de Alencar, que,
infelizmente, levantou sua voz no Senado contra a “Lei do Ventre
Livre”, depois de declarar não querer discutir o assunto,
afirmando “Levantar um protesto contra esta grande calamidade
social que, sob a máscara de lei, ameaçava a Nação Brasileira”.
A
campanha abolicionista recrudescia em todos os sentidos; José do
Patrocínio comandando as hostes populares; Nabuco no Congresso, com
suas palavras candentes, funda em 7 de setembro de 1880 a célebre
“Sociedade Brasileira Contra a Escravidão”. Num dos salões, em
casa de seus familiares, na Praia do Flamengo, sob o troar de canhões
que, segundo descrição de André Rebouças em “A Gazeta da Tarde”
da época, Nabuco parecia dizer aos governantes: “Mentis! Não há
liberdade, nem independência em uma terra de um milhão e quinhentos
mil escravos”! No Rio Grande do Sul funda-se a “Sociedade
Abolicionista Nabuco”; no Ceará, a “Sociedade Cearense
Libertadora”. Na mesma época, surge, comandado por um grupo de
mulheres, tendo à frente D. Virgínia Vila Nova, cunhada de José do
Patrocínio, o “Clube Abolicionista José do Patrocínio”. Em 12
de maio de 1883, com o fito de agrupar em um só centro as diversas
sociedades surgidas em todos os recantos do País, já, então, em
número de 12, José do Patrocínio, seguido por André Rebouças,
João Clapp e outros, fundam a “Confederação Abolicionista”,
instalada solenemente em uma sala da redação da “Gazeta da
Tarde”.
Em São
Paulo, concomitantemente, Luís Gama e Antônio Bento comandam a
campanha. O primeiro, num discurso pronunciado no Centro Operário
Italiano, pulveriza o “direito” escravista e profere sentenças
como estas: “O escravo que mata o seu senhor, seja em que
circunstancia for, age em legítima defesa” e a seu filho ensinava
como primeira lição da cartilha: “Trabalha para que este País
não tenha reis nem escravos”.
Continua…
S. SILVA
BARRETO
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