A Revolta da Armada |
GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
FLORIANO
PEIXOTO – PARTE 03
Em 1889
Floriano era Ajudante General do Exercito – posto que hoje
corresponde a Chefe do Estado-Maior. Não acreditava no êxito da
conspiração republicana. Carecia, porém, de convicções
monárquicas. Assim, a atitude que adotou foi – como ele próprio
disse – a de “carneiro de batalhão”.
Inegavelmente,
o Exercito sentia-se muito mais identificado a Floriano que a
Deodoro. Floriano era a competência técnica, a coragem tranquila.
Deodoro acreditava nos olhares fulminantes, nas barbas belicosas, na
espada desembainhada, rutilante ao sol em cargas teatrais de
cavalaria. Um romântico.
Antes de
dissolver o Congresso a 3 de novembro de 1891, Deodoro consultou
Floriano perguntando-lhe que atitude assumiria:
– Manoel
– respondeu-lhe Floriano – eu sou carneiro de batalhão. Para
onde vai o batalhão vai o carneiro.
– O
Exercito está comigo.
– Está?
Eu sigo junto. Sou carneiro de batalhão.
Custódio José de Melo |
Vinte
dias depois, Custódio José de Melo revoltava a esquadra contra
Deodoro e ele renunciava, passando o poder a Floriano. Aí, deixou
Floriano de ser carneiro de batalhão para se tornar “comandante do
batalhão”. A coisa mudava de aspecto. O comandante e não o
carneiro é que traça o itinerário a seguir. Custódio José de
Melo não percebeu isso. A 6 de setembro de 1893 revolta de novo a
esquadra esperando de Floriano atitude igual à de Deodoro em 1891.
Erro fatal. Até então, governo algum do Brasil resistira a um
pronunciamento militar: nem D. Pedro I, nem D. Pedro II, nem Deodoro.
Mas agora estava no poder um homem que exigia respeito ao princípio
de autoridade. Bloqueou a esquadra impedindo-a de desembarcar tropas,
confinando-a na baía da Guanabara. Ninguém acreditava que Floriano
vencesse: só ele. Cria em si mesmo. Os que supunham que ele jamais
impediria os revoltosos de se apossarem de Niterói desenganaram-se
quando do ataque ao forte da Armação.
Continua
GONDIN
DA FONSECA
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