Alexandre de Gusmão |
GRANDES VULTOS
BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
TOBIAS
BARRETO – PARTE 17.
Não
quero encerrar este esboço sem tomar por mais alguns instantes a
vossa preciosa atenção. Desejo situar Tobias Barreto no panorama da
nossa História, pois que ele é um dos marcos mais impressionantes
da marcha do pensamento brasileiro. A História do Brasil começa no
período que vai de 1492 a 1494, isto é, da descoberta da América
ao Tratado de Tordesilhas. Desta data em diante, Portugal já tem
direito sobre uma parte embora pequena na América, tanto é que
entendo que Pedro Álvares Cabral, acima de tudo, tomou posse da nova
terra em nome do Rei. Limitava-se o Brasil a uma faixa litorânea,
conforme dispunha o referido acordo. Os paulistas romperam essa linha
imaginária, isto é, rebelaram-se contra o tratado, na afirmação
de uma vontade própria, no imperativo de forte predestinação,
atirando-se contra imposições externas. Notai que falei em
imposições externas e não influências, pois estas todos os países
e culturas recebem no intercâmbio universal. Imposição é aquilo
que não se pode aclimatar dentro das fronteiras físicas e
espirituais de um povo. Da maneira que estou conduzindo o meu
raciocínio, esta exposição tem razão de ser.
A
expansão do Brasil era uma necessidade do meio e da sua existência,
e tinha sentido de libertação. E é por isso que chamo a todo
movimento de afirmação e libertação nacional de Anti-Tordesilhas.
O Tratado de Tordesilhas era a divisão de parte do mundo entre os
países da Península Ibérica e não se fundava numa realidade local
e sim em interesses extralocais.
O
Tratado de Madri (1750) é um tratado Anti-Tordesilhas, onde se
reconhece, com a aplicação do uti-possedetis, graças à capacidade
do santista Alexandre de Gusmão, a expansão territorial brasileira,
contrária ao que ficou assentado entre as coroas de Espanha e
Portugal. Esta tese que desenvolverei em trabalho futuro, é o
símbolo do pensamento brasileiro na sua afirmação nacional, na sua
originalidade, libertando-se de tudo quanto constitui amarras ao seu
desenvolvimento.
Um dos
acontecimentos mais significativos e profundo da nossa independência,
é a fundação dos cursos jurídicos. O ano de 1827 é tão
importante como os de 1815, 1822 e 1831. As academias de São Paulo e
do Recife irão formar estadistas, filósofos e juristas. A
literatura teria no seu seio impulsos poderosos. E houve um processo
histórico, cuja aparência era diferente, mas de substância
idêntica, pois ao mesmo tempo em que no Recife se cuidava de dar
outro sentido ao Direito, aqui em São Paulo, ferviam as ideias
abolicionistas e republicanas. Ambos os movimentos se irmanavam e
socialmente se completavam.
Continua…
BRASIL
BANDECCHI
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