GRANDES VULTOS
BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
TOBIAS
BARRETO – PARTE 09.
O
filósofo emergiu do crítico, no momento em que o terreno se
afigurou suficientemente desbravado para receber construções, e em
que o espírito sentiu necessidade de dar expansão a suas faculdades
criadoras, que não se haviam esgotado com as produções estéticas.
Como filósofo, foi um ensaísta dos mais atraentes, pelo capitoso de
estilo, como pela segurança e originalidade dos conceitos. Faz
lembrar Waldo Emerson, the great American essayst, cuja influência
sobre o estilo e o pensamento de um considerável grupo de escritores
foi manifesta durante longo período, segundo atestam historiadores
da literatura norte-americana. E são manifestas as simpatias de
Tobias Barreto pelo pensador americano, simpatias que bem claro
denunciam uma afinidade espiritual mais ou menos conscientemente
reconhecida.
Seus
mestres em filosofia, porém, foram, depois de Vacherot e de Auguste
Comte, os altos espíritos tedescos, Kant, Helmolty, Lange,
Schopenhauer, Hartman, Spir, Noiré, particularmente este último e o
genial, o emocionante autor do Mundo Como Vontade”. Com os nomes
acima citados, que soavam em nossa terra com aspecto fortemente
revolucionário, estava o sergipano escudado para semear novas
ideias. Ainda não é o professor da Academia do Recife. O famoso
concurso se aproxima, estamos vislumbrando o ano de 1882. Antes desse
grande momento da vida de Tobias e da história do pensamento pátrio,
lembremo-nos que em 1879, ele ocupava uma cadeira de deputado
provincial de Pernambuco, quando através de uma propositura
inteligente, levantou, em plenário, discussão sobre a emancipação
da mulher. Renovador e agitador de ideias, aceitou o debate no
terreno em que o colocaram. E, da tribuna, discursava:
“Mas
essa mesma questão da emancipação da mulher não é coisa
extravagante; é o nome dado a um dos mais sérios assuntos da época,
em toda sua complexidade. Ele oferece três pontos de vista
distintos; o ponto de vista político, civil e social. Quanto ao
primeiro, a emancipação política da mulher, confesso que ainda não
a julgo precisa, eu não a quero por ora. Sou relativista; atendo
muito às condições de tempo e de lugar. Não havemos mister, ao
menos no nosso estado atual, de fazer deputadas ou presidentas de
província”.
Continua…
BRASIL
BANDECCHI
Um comentário:
Não era uma contradição? Defender a emancipação da mulher, mas não a querer em territórios chave como a politica por exemplo?
Um abraço
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