GRANDES VULTOS
BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
TOBIAS BARRETO – PARTE
01.
[1839-1889]
“Nao
compareço entre vós, para fazer-me admirar, mas para fazer-me
compreender”. Isso afirmou Tobias Barreto no célebre Discurso
em mangas de camisa, pronunciado no Clube Popular da
Escada, em 1877.
Embora
Tobias diga,nessa ocasião, que desejava ser compreendido e não
admirado, sempre gostou de uma e de outra coisa. Poeta arrebatado e
condoreiro arrancava aplausos de quantos o ouviam. Era tribuno
eloquente e inflamado e exímio tocador de violão . Com estes
atributos, o notável sergipano tornava-se alvo de admiração. Mas
é evidente que o filósofo e o sociólogo seriam menos compreendidos
do que o tocador de violão; o poeta e o orador eram aplaudidos.
Tobias
Barreto deve ser examinado como um inovador, um revolucionário que,
com golpes de talento e cultura, abriu caminhos largos e descortinou
novos horizontes para a inteligência nacional. Muito teve que
demolir e no seu afã demolidor se expôs a certas restrições e
críticas. Ele deve ser estudado dentro do seu papel histórico, em
determinado momento da vida brasileira e, assim estudado e examinado,
não se poderá negar que cumpriu perfeitamente sua missão. Um
filósofo no verdadeiro sentido da palavra, mas um filósofo que
antes de tudo, teria que combater princípios e ideias mais velhos do
que o Brasil. Ao adiante veremos o que foi essa luta que sacudiu,
agitou e renovou o pensamento nacional. Por ora direi que o Brasil se
formara à luz dos ensinamentos da Igreja Católica Apostólica
Romana e que o catolicismo, por força do artigo 5º da Carta Magna,
então vigente, foi a religião oficial do Império até a
Proclamação da República, e que Tobias defendia ponto de vista
diferente da Igreja quando se arremetia contra o direito natural.
Para
melhor entender Tobias, é preciso acompanhar as fases mais
importantes da sua vida, onde o labor intelectual atinge os pontos
mais altos.
Nasceu
Tobias Barreto de Menezes, na Província de Sergipe, em Campos, no
dia 7 de junho de 1839, sendo seus pais Pedro Barreto de Menezes e
Emerenciana de Menezes. A casa, humilde, refletia a pobreza da
família. Era mestiço, o nosso Tobias. terminado o curso primário,
transfere-se para Instância, onde estuda latim com o Padre
Domingos Quirino, depois Bispo de Goiás. Dessa época até ingressar
na Academia de Direito do Recife, levou vida errante, estudando e
lecionando. Vai às cidades de Maroim, Lagarto, Itabaiana, Aracaju,
Maceió, Salvador, tendo por algumas vezes voltado a Campos, sua
terra natal.
Continua…
BRASIL
BANDECCHI
Um comentário:
Mais uma partilha de um vulto da vossa história literária que eu não conhecia. Aliás creio que já uma vez lhe disse, que conheço muito pouco dos vossos escritores.
Um abraço
Postar um comentário