Senador Feijó |
GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
SENADOR
FEIJÓ – PARTE – 02
O
assunto foi levado à Câmara,
acusado o ato do Ministro de anticonstitucional. Mas a seção de 21
de agosto findou por não aceitar a denúncia de
inconstitucionalidade, dando assim a Feijó, que justificou os seus
atos. A ordem era mesmo aquela que dera a major Lima e Silva: levar
tudo a ferro e fogo.
Em
dado momento, surgindo um levante na própria Quinta da Boa Vista,
residência do Imperador, Feijó acusa o tutor de D. Pedro, José
Bonifácio, de ser o responsável por ela. E exige sua demissão do
cargo, no que é atendido. Era mais uma vitória. Mas o Senado
rejeita a medida e José Bonifácio volta à tutoria. A vitória dura
muito pouco. E Feijó renuncia ao cargo.
Estávamos
no ano de 1832.
Mas
Feijó não desiste da atividade política e no ano seguinte,
elege-se Senador pelo Rio de Janeiro
A
renúncia de Feijó, trouxe, porém, outras
consequências:
os regentes decidem renunciar igualmente. O Senado não aceita a
renúncia e pede aos renunciantes que continuem ainda por algum
tempo. A todos parecia, entretanto, que uma Regência
Trina não era de molde a ajudar a tranquilizar o País e começa-se
a pensar em transformá-la
em uma Regência
exercida por um só homem: e esse homem devia ser um homem de pulso:
Feijó.
A
24 de setembro de 1834, falecia em Lisboa o imperador que três anos
antes havia abdicado. A morte de D. Pedro I
desanimou os caramurus, e
trouxe um pouco de calma à vida política do Império. Nessa
aparente calmaria levou-se a efeito em todo o País a eleição do
novo Regente, em substituição à Regência Trina, tendo sido Feijó
eleito em 7 de abril de 1835, Regente do Império com 2.828 votos
contra 2251 dados a Holanda Cavalcanti.
Mas nem
a eleição do Regente nem mesmo a morte de Pedro I foram suficiente
para acalmar o país. Por todas as províncias surgiam provas
inequívocas de descontentamento popular, que na realidade nada
tinham a ver pessoalmente contra o Regente mas sim contra a situação
aflitiva em que o país se encontrava. Feijó tratou de combater, a
ferro e fogo, essas contínuas agitações que iam do Pará ao
Rio Grande do Sul, onde começava a “guerra dos Farrapos”. A
própria violência com que Feijó buscava aplacar essas revoltas
deram causa a um sem número de protestos, nas ruas como nas Câmaras,
o que levou Feijó a dizer: “Não tenho em bocadura para rei
constitucional”. Queria ter as mãos livres. Mas, ao contrário,
tinha-as atadas pelas leis e pela Constituição.
Então
renuncia, em 19 de setembro de 1837. Para substituí-lo foi escolhido
o Presidente da Câmara dos Deputados, o Senador do Império, Araújo
Lima, de uma família de plantadore s de cana de açúcar de
Pernambuco.
E Feijó
volta para S. Paulo.
Nessa
ocasião já se começava a agitar a ideia da “maioridade” do
Imperador. Essa luta pela maioridade tinha um fundamento econômico:
até então o governo era praticamente exercido pelos comerciantes do
Rio de Janeiro, que sustentavam o Imperador. Com a morte deste, esses
comerciantes viram enfraquecidas suas forças. Não obstante a
Regência, exercida por um paulista era ainda a continuação do
poder dessa mesma classe. Mas Araújo Lima era senhor de engenho, e
isso significava o descontentamento da burguesia urbana do Rio de
Janeiro, de S. Paulo e de outras províncias em que essa classe
dominava politicamente. Para muitos, a única maneira de garantir o
predomínio dos senhores de engenho e produtores de açúcar, a base
econômica do Império, era declarar a maioridade do príncipe,
rodeando-se de senhores de engenho, embora isso pudesse significar um
“golpe de estado”, que na realidade foi.
A 20 de
julho de 1840 é apresentado à Câmara o projeto de maioridade, que
declara o príncipe apto a assumir o seu posto de imperador. E a 22
era o mesmo aprovado.
Mas nem
assim houve a paz qu e o país precisava. Nem todos aceitaram a
maioridade e novas agitações surgiram por todas as províncias. A
mais importante delas foi a que se verificou em Sorocaba, pelo ano de
1843. Feijó, doente, mal podendo andar, decide, entretanto, dar
apoio aos revoltosos, que agiam sob pretexto de que havia “coação”
contra o imperador menino. O oficial designado para proceder o
esmagamento da insurreição era precisamente o mesmo Lima e Silva,
amigo e executor das ordens de Feijó, quando este era ministro da
Justiça. E Lima e Silva, sempre um defensor da ordem, é
precisamente quem tem de prender o sacerdote político Feijó, o que
faz evidentemente constrangido.
Feijó é
preso como “chefe da rebelião” e exilado para outra cidade. Mas
dado o seu estado de saúde, volta a S. Paulo, onde afinal, a 10 de
novembro de 1843, descansa o corpo e o espírito definitivamente.
Leôncio Basbaum
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Um comentário:
Olá, Rosemildo...
Senador Feijó é daquelas figuras que fizeram História, tal como o Tiradentes.
Bem interessantes, esses posts sobre ele. estive pesquisando sobre ele e fiquei mais rica, culturalmente falando, só k minha mão não deixa ainda eu desenvolver aqui um pouco daquilo k li.
Agradeço sua nova visita e palavras gentis.
beijos e boa semana.
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