Senador Feijó |
GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
SENADOR
FEIJÓ – PARTE 01
(1784 1843)
“Não
tenho embocadura para Rei Constitucional”
O
senador Feijó, Padre Diogo Antônio Feijó, Regente do Império, é
uma das mais impressionantes figuras de nossa História, na qual
deixou sua marca em virtude de sua forte personalidade.
Filho de
pais incógnitos, foi recolhido e educado pelos seus pais adotivos,
Félix Antônio Feijó e sua mulher Escolástica Maria de Jesus, que
o encontraram, à porta de sua casa em S. Paulo, por volta de meados
de 1784.
Como
acontecia frequentemente naquela época, em casos semelhantes, foi
enviado a um seminário onde se ordenou padre em 1809, tornando-se a
seguir professor de humanidades, nas cidades de Campinas e Itu, onde
se fixou por muitos anos. Mas o seu temperamento inquieto e
inconformado o levou a interessar-se por outros problemas, sobretudo
os políticos.
Em 1821
já era Deputado às Cortes de Lisboa. Tratava-se de um período de
grandes agitações tanto em Portugal como no Brasil, onde o problema
da Independência nacional já havia sido colocado e era objeto de
grandes debates. Em Lisboa, juntou-se aos demais brasileiros, em
defesa de uma “possível independência do Brasil”, recusando a
assinar a nova Constituição portuguesa.
De
volta ao Brasil no fim do ano de 1822, já proclamada a nossa
independência de Portugal, Feijó lança-se a uma nova campanha.
Observando a situação do clero no Brasil, que vivia, segundo seu
testemunho “em permanente escândalo”,
por haver grande número de sacerdotes vivendo abertamente em
concubinato, decidiu propor à Câmara
a suspensão
do celibato dos padres. “Enfim, senhores, disse ele na Câmara,
em 10 de outubro de 1823, ao defender o seu projeto, a história
conserva o triste quadro de escândalos,
deboches, adultérios e mil outros crimes que desonram a santidade do
ministério
eclesiástico, ao ponto que o clérigo, que parecia continente, era,
por isso mesmo, suspeito dos piores crimes”... “têm
sido tão públicos e tão
frequentes os escândalos dos padres nesta parte, que os
protestantes, maliciosamente têm afirmado que o papa mais quer ver o
seu clero concubinado que casado.
Tentou
provar que a Câmara tinha autoridade para votar a suspensão do
celibato obrigatório, permitindo aos padres que o quisessem,
contrair matrimônio. Seu projeto como seria de esperar, não teve
seguimento.
Foi
deputado até a abdicação
do imperador, a 7 de abril de 1831. A época era de grandes
agitações, contra e a favor do imperador. A Constituição,
em oposição
a Pedro I, era de certo modo a causa dessas agitações
que, entretanto, se originavam principalmente
do descontentamento popular, pois o povo desconfiava estar o
imperador tramando a volta do Brasil ao império português.
Pressionado
por essas agitações e, ainda mais, preocupado com a sorte de sua
filha Maria da Glória, para a qual queria a coroa de Portugal,
disputada, com a morte de D. João, pelo seu irmão D. Miguel, decide
o imperador abdicar em favor de seu filho D. Pedro II que então
tinha apenas 5 anos. Aceita a abdicação, decide o Senado nomear uma
Regência Trina, composta por três eminentes nomes da política,
para governar o País em nome do Imperador menino. E Feijó é
convidado para ocupar o cargo de Ministro da Justiça.
Sua
tarefa era árdua, pois na capital do Império, assim como nas
províncias, era grande e extremado o descontentamento das
populações, já agora divididas em dois grupos, além daqueles que
pretendiam a pacificação do País e os que se mostravam
indiferentes à sorte do Império: os caramurus, desejando
a volta do Imperador, os “exaltados” ou
republicanos, que se manifestavam contra a Regência.
Feijó
teve de usar de “mão dura” para deter essa agitações e prender
os responsáveis entre os quais figuravam eminentes nomes do Império,
tais como Antônio Carlos, irmão de José Bonifácio.
Foi seu
principal instrumento, para acabar com as agitações e a desordem, o
então major Limae Silva, o futuro “pacificador do Império”, o uque de Caxias.
O Ministro da Justiça considerava-se, sobretudo, o defensor da
legalidade. E usou de todos os meios para implantar a ordem no País.
Não hesitou em por um ato pessoal extinguir as “cartas de seguro”,
espécie de “habeas corpus” da época, que livrava o seu portador
de ser preso. Essa “cartas de seguro” dificultavam a ação da
sua polícia, quer para prender os conspiradores quer para deter as
sublevações e os insurrectos.
Leôncio Basbaum
continua
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2 comentários:
Muito interessante. Já tinha saudades destes posts.
Um abraço
Meu amigo aqui respira-se cultura, mais um excelente post.
Um abraço
Maria
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