quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Literatura portuguesa - Parte 04.

HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA PORTUGUESA – PARTE 4

Mas o crescimento do poderio econômico e militar de Cartago, muito aumentado com a conquista da Península Ibérica, não poderia nunca ser visto com bons olhos pelos romanos. Nessas condições, logo estalou a guerra entre os dois gigantes do Mediterrâneo. No início, a sorte das armas foi favorável a Cartago, que chegou a invadir a “Itália” por terra, a partir da Península Ibérica. É de se notar que as crônicas revelam que uma boa parte do exército cartaginês era composta de tropas “espanholas” e “portuguesas”, o que mostra bem a rápida assimilação dos povos da península pelo invasor cartaginês, sem dúvida muito facilitada pela mestiçagem fenícia já ali existente. Apesar dos seus esforços, contudo, Cartago acabou sendo derrotada e destruída completamente pelos romanos. Então a península passou para o domínio de Roma. Mas não sem alguma resistência local. Especialmente nos territórios que hoje pertencem a Portugal, a resistência contra o invasor romano foi tenaz, dirigida pelo lendário Viriato. Tenaz, mas inútil porque, salvo o episódio de Sila e de Sertório, o domínio romano na Península Ibérica permaneceu inconteste até a derrubada do Império pelas invasões bárbaras, isso já no século V da nossa era. Os bárbaros foram numerosos: primeiramente os vândalos, os alanos e os suevos, e logo mais os visigodos, que iriam dominar a península por três séculos, até a invasão árabe. 
 
Animados pelas conquistas que haviam feito em pouco menos de 100 anos desde que Maomé começara a pregar a nova religião de Alá, e também pelas lutas intestinas que grassavam no Império Visigótico, os muçulmanos se propuseram a invadir a Europa pela Península Ibérica, para levar a Guerra Santa a outros povos e a outras nações. E, de fato, depois de se apossarem dos territórios visigóticos do norte da África – Ceuta, a antiga Septum dos romanos – os sarracenos, chefiados por um capitão mouro de nome Tarique, transpuseram o Estreito de Gibraltar e invadiram a Península Ibérica em nome do Califa de Damasco. Aliás, a denominação Gibraltar (Gebel Tarique) deriva exatamente do nome desse general mourisco.

O último rei visigótico da península – Rodrigo – tentou se opor à invasão árabe, mas o seu exército foi completamente destroçado na Batalha de Guadelete, cessando a partir daí qualquer resistência organizada contra o invasor muçulmano, exceto em algumas pequenas regiões montanhosas do norte da península, para onde se retiraram alguns capitães visigóticos – Pelágio, em especial – com suas forças, fundando as chamadas primeiras monarquias cristãs da Espanha: Oviedo e Leão.

Com a queda do Império Visigótico, começou a administração muçulmana da península, primeiramente sob a forma de um emirado subordinado ao Califa de Damasco e, mais tarde, como um reino separado: o Califado do Ocidente, com sede em Córdoba. Quase oito séculos durou o domínio muçulmano na península: desde o início do século VIII da nossa era, até 1492, quando Granada, o último baluarte mouro na Espanha, caiu em poder dos exércitos cristãos de Fernando e de Isabel. Todavia, esse domínio nunca foi inteiramente pacífico porque as regiões montanhosas do norte da península nunca foram completamente subjugadas, nem mesmo por ocasião do maior avanço muçulmano na Europa, quando as suas tropas atravessaram os Pirineus e se apossaram de boa parte da atual França. 
 
Obs: Com relação as informações históricas e geográficas contidas neste post, favor considerar a época da edição do livro/fonte. 
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 

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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Literatura portuguesa - Parte 03.



HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL

LITERATURA PORTUGUESA – PARTE 3 
 
A história do país

 
Ao que tudo indica, os primeiros habitantes da Península Ibérica – já nos tempos históricos, mas num passado muito remoto – foram os iberos e os celtas, povos originários da Ásia que falavam uma língua indo-europeia “irmã” do latim: o céltico. Ao longo de muitos séculos de convivência pacífica entremeada de lutas violentas, esses dois povos acabaram se amalgamando num povo híbrido – os celtiberos – que se espalhou por toda a península dividido em cinco tribos principais: cantabros, asturos, vascônios, calaicos e lusitanos. Estes últimos ocuparam a região noroeste da Península Ibérica, território este que corresponderia mais ou menos às modernas províncias portuguesas do Tejo e à Galícia espanhola. Não se iluda, contudo, o leitor, com o nome lusitanos, nem com a denominação Lusitânia, dada posteriormente, pelos romanos, a uma das províncias em que dividiram a península depois da sua conquista. Não existe qualquer relação direta entre os antigos lusitanos e os atuais portugueses, ou entre a antiga Lusitânia e o Portugal dos nossos dias, que é uma nação eminentemente moderna.

Depois, também em data não determinada, veio a invasão fenícia. Primeiramente no litoral, especialmente no mediterrâneo, mas logo mais por quase toda a península, que submeteram completamente. Mais do que submeteram, assimilaram. Aliás, o próprio nome Espanha deriva da palavra fenícia span, que significaria “terra desconhecida, oculta” e “terra onde abunda os coelhos”. Quase que concomitantemente com os fenícios, chegaram os gregos, mas não se tratou, neste caso, de uma conquista propriamente dita, porque os gregos praticamente se limitaram a estabelecer entrepostos comerciais nas costas atlântica e mediterrânea. 
 

Os invasores seguintes foram os cartagineses, um povo de origem fenícia que habitava o norte da Áftica. Não se sabe até que ponto as invasões anteriores a esta foram ou não violentas, mas em relação à cartaginesa sabe-se muito bem que algumas tribos da parte ocidental da península resistiram bravamente. Todavia, essa resistência foi inútil diante do poderio econômico e militar de Cartago e da capacidade dos seus chefes: Amílcar, Asdrúbal e Aníbal. Assim, por volta do século III antes da nossa era, o domínio cartaginês na Península Ibérica era inconteste, exceto nas montanhas da parte norte-oriental da península, onde se localizavam algumas tribos celtiberas que nunca se submeteram a qualquer invasor, e nas costas do Mediterrâneo, onde Roma, a grande rival de Cartago, já havia estabelecido algumas colônias.

 
Obs: Com relação as informações históricas e geográficas contidas neste post, favor considerar a época da edição do livro/fonte.

 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 
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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Literatura portuguesa - Parte- 02.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA PORTUGUESA – PARTE 2

Portugal tem atualmente (1968) cerca de 9 milhões de habitantes, na sua maioria na região norte. Sua capital é a cidade de Lisboa, no estuário do Tejo, a maior cidade é o maior porto do país: cerca de 1 milhão de habitantes atualmente. Em seguida, temos a cidade do Porto (cerca de 300 mil habitantes), às margens do Douro, quase no extremo norte do país. Depois, Coimbra, às margens do Mondego, à meia distância entre Lisboa e o Porto, e, finalmente, Setúbal, perto de Lisboa, no estuário do Sado, ambas com cerca de 50 mil habitantes. Com exceção de Coimbra, todas as cidades citadas ficam à beira-mar, ou quase. Esses dados todos dão uma boa ideia a respeito da economia do país: principalmente agrícola e comercial.


Do que dissemos a respeito da geografia de Portugal, convém chamar a atenção do leitor para três fatos que tiveram muita importância na formação da nacionalidade e da cultura portuguesas: 1) Portugal fica num dos extremos da Europa; 2) a parte norte do país é bastante montanhosa; 3) os seus rios importantes, que, na sua maioria, nascem em território Espanhol, são pouco navegáveis. Da sua qualidade de finisterra resultou que, antes do desenvolvimento da navegação e da descoberta de novos mundos, Portugal não era uma região de passagem para nada, mas uma região de poucos contatos culturais com o resto do mundo, o que facilitou, ali, a constituição de uma civilização mais ou menos autóctone. Por outro lado, essa mesma qualidade de “fim de mundo” foi-lhe de muita valia depois do início do ciclo da navegações. Os outros dois fatos mencionados – o relevo acentuado da região norte e a pouca navegabilidade dos seus rios – também contribuíram decisivamente para a formação da nacionalidade, facilitando a defesa da região contra os ataques de eventuais invasores e dificultando o estabelecimento de contatos culturais com o resto da Península Ibérica.
 
Obs: Com relação as informações históricas e geográficas contidas neste post, favor considerar a época da edição do livro/fonte.
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7 

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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Literatura portuguesa - Parte 01.


HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA PORTUGUESA – PARTE 1

A geografia do país
 
Portugal é um pequeno país da Europa, situado na parte ocidental da Península Ibérica, uma das muitas finisterras do continente europeu. Sua forma é aproximadamente a de um retângulo, cujo eixo maior está orientado na direção Norte-Sul. Suas dimensões médias aproximadas são: 550 quilômetros (pouco mais do que São Paulo ao Rio de Janeiro) de comprimento e 160 quilômetros (pouco mais do que Campinas a Santos) de largura, o que lhe dá uma superfície de aproximadamente 90 mil quilômetros quadrados, isto é, pouco mais de um terço da área do estado de São Paulo. Ao Norte e a Este limita-se com a Espanha, único país com que tem fronteiras; ao Sul e a Oeste, é banhado pelo Oceano Atlântico.
 
Cinco rios importantes atravessam ou banham o território português: 1) Minho (em parte fronteira norte); 2) Douro; 3) Mondego (único dos citados que tem todo o seu curso em Portugal, nascendo na Serra da Estrela e desaguando no Atlântico; 4) Tejo (o maior deles) e 5) Guadiana (o mais ao Sul). Todavia, esses rios todos são navegáveis em muito pequena extensão, de tal modo que não constituem boas vias de penetração para o interior da Península Ibérica, nem fazem com que os portos do Atlântico sejam escoadouros naturais para os produtos da parte ocidental da Espanha.
 
Do ponto de vista topográfico, pode-se afirmar que Portugal se divide em duas regiões bastante distintas, mas de áreas aproximadamente iguais: a região norte, bastante montanhosa, e a região sul, em que predominam as baixas altitudes, exceto numa pequena faixa do extremo sul, quase no litoral, onde se ergue uma nova cadeia de montanhas: a Serra de Monchique. Essas duas regiões – a montanhosa e a plana – são separadas pelo vale do Tejo, o mais caudaloso e extenso rio da península.
 
As montanhas mais altas de Portugal ficam na parte inferior da região norte – Serra da Estrela, logo acima do vale do Tejo – onde as altitudes chegam a aproximadamente 2.000 metros. Em geral, as montanhas portuguesas são uma continuação das elevações espanholas, ou a vertente ocidental da meseta ibérica
 
Obs: Com relação as informações históricas e geográficas contidas neste post, favor considerar a época da edição do livro/fonte. 
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 

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