quarta-feira, 4 de junho de 2014

Literatura Ocidental - Parte 89.

 

HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 89
LITERATURA ESPANHOLA – VI

A idade máxima da literatura espanhola pertence, como um dos seus três mais representativos autores, Francisco de Quevedo y Villegas, cujo estilo aproxima-se do de Gongora, mas que deve ser diferenciado como conceitismo, ou seja, direção do barroco, distinta do culteranismo por não depender como este dos recursos sintáticos e metafóricos, mas, por caracterizar-se pela extrema sutileza de pensamentos antiteticamente construídos. Notável em Quevedo é a análise crítica que realiza da humanidade, seja ao apresentar ilustres personagens, seja ao dedicar-se ao estudo de tipos populares. Sua obra-prima pode ser considerada “La Hora de todos”, prosa satírico-moral. De Don Francisco de Quevedo y Villegas deve-se, ainda, assinalar a composição de uma novela picaresca, “El Buscón”, original pela simplicidade de estrutura, pela eliminação das fastidiosas digressões moralistas e pela excepcional transcrição da realidade. 

A nova geração de autores teatrais, que escreve suas peças no século XVII, é liderada por Pedro Calderón de la Barca (1600-1681), autor que se particulariza pela riqueza metafórica e por sua integração em seu tempo. O teatro calderoniano desenvolve temáticas determinadas pelo sentimento de honra, pelo sentido religioso e pela dignidade monárquica; mas, sobretudo, pela grandeza do simbolismo teológico. Como dramas religiosos merecem destaque “La Cena de Baltasar”, “La Hidalga del Valle” e “La devoción de la Cruz”; como peças dramáticas, “La niña de Gómez Arias” e “El Alcalde de Zalamea”; como comédias de costumes, “La dama duende” e “No hay burlas com el amor”; como comédias filosóficas, “Saber del mal y del bien” e “La Vida es Sueño”, sua incontestável obra-prima; como auto sacramental de fundo filosófico, “En el grand teatro del mundo”. Ao ciclo de Calderón pertencem Rojas Zorrilla (1607-1648) e Agustin Moreto y Cavana (1618-1667). De Rojas Zorrilla citam-se como mais significativas as peças “Garcia del Castañar”, “Donde hay agravios no hay celos” e “Entre bobos anda el juego”; as duas últimas são comédias de costumes, ou, devido ao exagero de caricaturas, “comedias de figurón”. Augustin Moreto é propriamente autor de comédias de caracteres, como o atestam “El lindo don Diego” e “El desdén com el desdén”.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 

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