HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 89
LITERATURA ESPANHOLA – VI
A idade máxima da literatura espanhola pertence, como
um dos seus três mais representativos autores, Francisco de Quevedo
y Villegas, cujo estilo aproxima-se do de Gongora, mas que deve ser
diferenciado como conceitismo, ou seja, direção do barroco,
distinta do culteranismo por não depender como este dos recursos
sintáticos e metafóricos, mas, por caracterizar-se pela extrema
sutileza de pensamentos antiteticamente construídos. Notável em
Quevedo é a análise crítica que realiza da humanidade, seja ao
apresentar ilustres personagens, seja ao dedicar-se ao estudo de
tipos populares. Sua obra-prima pode ser considerada “La Hora de
todos”, prosa satírico-moral. De Don Francisco de Quevedo y
Villegas deve-se, ainda, assinalar a composição de uma novela
picaresca, “El Buscón”, original pela simplicidade de estrutura,
pela eliminação das fastidiosas digressões moralistas e pela
excepcional transcrição da realidade.
A nova geração de autores teatrais, que escreve suas
peças no século XVII, é liderada por Pedro Calderón de la Barca
(1600-1681), autor que se particulariza pela riqueza metafórica e
por sua integração em seu tempo. O teatro calderoniano desenvolve
temáticas determinadas pelo sentimento de honra, pelo sentido
religioso e pela dignidade monárquica; mas, sobretudo, pela grandeza
do simbolismo teológico. Como dramas religiosos merecem destaque “La
Cena de Baltasar”, “La Hidalga del Valle” e “La devoción de
la Cruz”; como peças dramáticas, “La niña de Gómez Arias” e
“El Alcalde de Zalamea”; como comédias de costumes, “La dama
duende” e “No hay burlas com el amor”; como comédias
filosóficas, “Saber del mal y del bien” e “La Vida es Sueño”,
sua incontestável obra-prima; como auto sacramental de fundo
filosófico, “En el grand teatro del mundo”. Ao ciclo de Calderón
pertencem Rojas Zorrilla (1607-1648) e Agustin Moreto y Cavana
(1618-1667). De Rojas Zorrilla citam-se como mais significativas as
peças “Garcia del Castañar”, “Donde hay agravios no hay
celos” e “Entre bobos anda el juego”; as duas últimas são
comédias de costumes, ou, devido ao exagero de caricaturas,
“comedias de figurón”. Augustin Moreto é propriamente autor de
comédias de caracteres, como o atestam “El lindo don Diego” e
“El desdén com el desdén”.
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora
Fulgor, edição 1968, volume 7.
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