HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 90
LITERATURA ESPANHOLA – VII
O século XVIII é, com exceção da agradável técnica
do prosador Fr. Benito Jerónimo de Feijóo, (1676-1764), um período
decadentista dominado pelo academicismo e pela nostalgia das passadas
grandezas. Feijóo é excelente ensaísta por seu estilo claro e
simples que flui com vivacidade e exatidão sejam referentes à
Estética, à Filologia ou à Literatura.
O século XIX anuncia o revigoramento literário com a
introdução do romantismo na Espanha e o aparecimento de seus
melhores representantes: José de Espronceda (1808-1842), Gustavo
Adolfo Béquer (1836-1870) e Mariano José de Larra (1809-1837).
Espronceda é o maior dos românticos espanhóis pela
rebeldia e ousadias revolucionárias, seja na política, seja na
literatura: apresenta pela primeira vez em seu país a sátira
realmente violenta e o faz em defesa da liberdade. Seus poemas
incluem os aspectos contraditórios da rebeldia romântica, como
pessimismo, satanismo, desespero e amargura, exaltações e
celebrações báquicas. A obra poética de Espronceda inclui dois
longos poemas:”El diablo mundo” e, de maneira muito especial, “El
estudiante de Salamanca”.
Como prosador a grande figura do primeiro momento
romântico espanhol é Mariano José de Larra, excelente na sátira
política e também na dimensão trágica do pessimismo de “El dia
de difuntos de 1836”. A prosa de Larra é suficientemente
expressiva para justificar-lhe o prestígio de grande articulista de
costumes e de apreciações literárias.
Béquer pertence a geração romântica em seu segundo
momento hispânico e nela assume a posição central entre os poetas,
ao mesmo tempo em que assinala o definitivo reforço de uma direção
que será frequente na literatura moderna de seu país: a
predominância da inquietude, do desespero e da revolta como
constantes na criação literária de maior fecundidade. Béquer
destaca-se pela autoria de “Leyendas y fantasias”, de
extraordinária plasticidade estilística e que reformulam em prosa
autenticamente poética as antigas tradições populares, mas a
glória de Gustavo Adolfo Béquer reside em “Las rimas”, coleção
de poemas informados pelas temáticas tanto da essência da poesia e
natureza do poeta, como das frustrações amorosas, das dores
causadas pelas desilusões e da invocação da morte.
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora
Fulgor, edição 1968, volume 7.
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