quarta-feira, 11 de junho de 2014

Literatura Ocidental - Parte 90.

 
 

HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 90
LITERATURA ESPANHOLA – VII

O século XVIII é, com exceção da agradável técnica do prosador Fr. Benito Jerónimo de Feijóo, (1676-1764), um período decadentista dominado pelo academicismo e pela nostalgia das passadas grandezas. Feijóo é excelente ensaísta por seu estilo claro e simples que flui com vivacidade e exatidão sejam referentes à Estética, à Filologia ou à Literatura.

O século XIX anuncia o revigoramento literário com a introdução do romantismo na Espanha e o aparecimento de seus melhores representantes: José de Espronceda (1808-1842), Gustavo Adolfo Béquer (1836-1870) e Mariano José de Larra (1809-1837).


Espronceda é o maior dos românticos espanhóis pela rebeldia e ousadias revolucionárias, seja na política, seja na literatura: apresenta pela primeira vez em seu país a sátira realmente violenta e o faz em defesa da liberdade. Seus poemas incluem os aspectos contraditórios da rebeldia romântica, como pessimismo, satanismo, desespero e amargura, exaltações e celebrações báquicas. A obra poética de Espronceda inclui dois longos poemas:”El diablo mundo” e, de maneira muito especial, “El estudiante de Salamanca”.

Como prosador a grande figura do primeiro momento romântico espanhol é Mariano José de Larra, excelente na sátira política e também na dimensão trágica do pessimismo de “El dia de difuntos de 1836”. A prosa de Larra é suficientemente expressiva para justificar-lhe o prestígio de grande articulista de costumes e de apreciações literárias.

Béquer pertence a geração romântica em seu segundo momento hispânico e nela assume a posição central entre os poetas, ao mesmo tempo em que assinala o definitivo reforço de uma direção que será frequente na literatura moderna de seu país: a predominância da inquietude, do desespero e da revolta como constantes na criação literária de maior fecundidade. Béquer destaca-se pela autoria de “Leyendas y fantasias”, de extraordinária plasticidade estilística e que reformulam em prosa autenticamente poética as antigas tradições populares, mas a glória de Gustavo Adolfo Béquer reside em “Las rimas”, coleção de poemas informados pelas temáticas tanto da essência da poesia e natureza do poeta, como das frustrações amorosas, das dores causadas pelas desilusões e da invocação da morte.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7.

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