quarta-feira, 26 de junho de 2013

Literatura Ocidental - Parte 45.



HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 45
LITERATURA ALEMÃ

A importância do século XVI é proporcionada pelo movimento da reforma que polariza as forças religiosas e políticas, permitindo a criação e fixação de uma língua geral ao povo alemão. O líder religioso Martin Luther (1483-1546) fornece o modelo definitivo de expressão linguístico-literária com sua tradução da Bíblia e com a composição de catecismos, sermões, tratados e panfletos, que, divulgados e lidos e comentados diariamente pelos fieis que aumentam em número e localização no espaço nacional, uniformizam a linguagem literária. Esta possibilidade de uma literatura nacional é restringida literalmente pela pesada ditadura ideológica exercida pelo luteranismo.


Martin Opitz
Este século oferece também a fixação da linguagem poética com Martin Opitz (1579-1639) que chefia a primeira escola silesiana, a qual pertencem também Paul Fleming (1609-1640) e Paul Gerhardt (1607-1676). Opitz estabelece a teoria dos gêneros poéticos à primeira escola silesiana durante algumas décadas através de seu tratado “Von deutscher Pocterey”. Opitz escreveu também a primeira novela pastoril alemã, “Arcádia” – uma tradução-adaptação da obra de sir Philip Sidney; converteu “Dafne” do italiano Rinuccini na primeira ópera alemã. Sua poesia lírica revela a decidida influência do petrarquismo e é ornamentada sem excesso e exuberância. Paul Fleming deixou à posteridade cerca de seiscentos poemas de temática amorosa e de assuntos convencionais. Paul Gerhardt adquire expressão literária em suas canções evangélicas, responsáveis por sua classificação como maior lírico eclesiástico luterano.

A segunda escola silesiana é de inspiração cultista e destaca os nomes de Holfmannswaldau, Lohenstein e, sobretudo, Andreas Gryphius (1616-1664), autor de comédias e tragédias que anunciam o pessimismo pré-romântico em seu contexto teatral lírico-barroco.

Paul Fleming conseguira uma primeira união do barroco ao popular, Hans von Grimmelshausen (1620-1676) realiza com mais autenticidade este encontro entre a sensibilidade popular e a expressão literária com seu “Simplicius Simplizissimus”, romance picaresco que exprime o julgamento popular a respeito da guerra dos trinta anos. Grimmelshausen é o único escritor barroco da prosa alemã.

Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 93/94.

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