HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 14
LITERATURA FRANCESA
(Continuação do post anterior)
Alfred de Vigny escreveu poemas morais-filisóficos-simbólicos. Transparece em Vigny o espírito épico-dramático envolto pelo misticismo pessimista e estóico de alguém desesperado pela solidão que não se resolve pela rebeldia mas pela resignação e pelo amor.
A geração romana seguinte é bem representada por Honoré de Balzac (1799-1850), Sthendhal (1783-1842) e George Sand (1804-1875) e poetas significativos são Gérard de Nerval (1808-1855), Alfred de Musset (1810-1857) e Théophile Gautier (1811-1872).
Honoré de Balzac é o escritor que observa os costumes, analisa os tipos humanos e os localiza fatalmente num quadro metafísico trágico. Sua primeira obra é publicada em 1829, “Choans”; a partir deste primeiro romance produz uma imensa quantidade de obras, nas quais aprimora suas qualidades de estilo, tornando-o literalmente enérgico até que atinge o ponto máximo de criação com “La Peau de Chagrin”, “Le Medicin de Campagne”, “La Recherce de l'Absolu” e, sobretudo,”Eugénie Grandet” e “Pére Goriot”. Englobados seus romances sob o título ”La Comédie Humaine” e classificados em estudos de costumes, estudos filosóficos e estudos analíticos, Balzac elabora um universo literalmente composto que apresenta uma gigantesca visão da sociedade francesa de sua época.
Henri Marie Beyle, literalmente conhecido como Stendhal, é romântico ao retirar a matéria-prima de seus romances da própria existência pessoal e realista pela análise de caracteres, pelo culto à realidade revelada através do acúmulo de minúcias, e pela apresentação do processo psicológico desde a concepção de um ato até sua concretização, Stendhal tem como romances principais: “Le Rouge et le Noir”, “La Chartreuse de Parme” e “Lucien Lauwen”.
George Sand, pseudônimo literário de Aurore Dupin, tem sua obra classificada sob três fases sucessivas: romances de inspiração romântica, romances humanitários e romances campestres. George Sand é a primeira escritora a apresentar as reivindicações feministas e o tema do amor livremente realizado contra os preconceitos sociais e as convenções da moral tradicional.Seus primeiros romances – “Indiana”, “Valentine”, “Lélia” e “Lettres d'un Voyageur” – representam bem a literatura de confidências românticas. A partir de 1836 dedica-se à atividade política e adota ideais humanitário-socialistas, época em que escreve os romances “Mauprat”, “Compagnon du Tour de France”, “Le Meunier d'Angibault” e “Le Péché de Monsieur Antoine”. Finalmente, Georg Sand atinge a fase de maturidade literária ao escrever os romances de temas campestres, “La Mare au Diable” e “La Petite Fadette”.
Gérad Labrunie, nome real de Gérard de Nerval, é o poeta do sonho e da dramaticidade interior, reveladas seja através de autobiografia “Aurélia”, seja através da rememoração do passado com suas ilusões frustradas, ou ainda, através dos sonetos “Les Chimères” de grande misticismo sentimental.
Louis Charles Alfred de Musset é dramaturgo e poeta do individualismo e da exaltação da inspiração, da imaginação e da sensibilidade. Como dramaturgo, Musset escreveu o drama poético “On ne badine pas avec l'amour”, caracterizado pela complexidade estrutural e na coexistência de elementos cômicos e patéticos resolvida pela supremacia dos últimos sobre os primeiros à medida que o processo dramático é desenvolvido. Como poeta, revela a crença num mal empírico e o expressa através de confidências e da transcrição de estados de alma, sempre fiel a seus versos: “Sachez-le, c'est le coeur qui parle et qui soupire lorsque la main écrit”. Seus célebres poemas são “Les Nuits”. Alfred de Musset escreveu também a quase-autobiografia “Confessions d'un Enfant du Siècle”.
Théophile Gautier, autor de “Émaux et Camées”, é o poeta da apreensão plástica da realidade e do culto da beleza formal. Pertenceu ao Parnasse Contemporain.
Os escritores que se dedicam à história e à crítica durante este final de romantismo preparam as bases teóricas para o advento do naturalismo na literatura. O conceito de história amplia-se abandonando os limites estreitos da politica, diplomacia e genealogia. Há necessidade de destacar Jules Michelet (1789-1874); Hippolyte Taine (1828-1893), que introduz as influências raciais, mesológicas e do momento; na crítica, Saint-Beuve (1804-1869) inaugura o método histórico de julgar a partir do homem e de sua vida e não em função de definições apriorísticas.
(Continua no próximo post.)
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7, páginas 49/51.
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“QUE 'DEUS' SEJA LOUVADO”
Literatura e Companhia Ilimitada
Rosemildo Sales Furtado
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