Demoiselle |
GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
SANTOS DUMONT – Parte 15.
Transcrevendo, como se fosse na íntegra, um longo artigo de La Nature (Paris, 6 de outubro) do Sr. G. Chalmarès, informa a Literary Digest aos seus leitores: “This is very litle a source of energythat will enable him to fly through the air”. – “Isto é pouco realmente (o salto de 8 metros) mas suficiente para demonstrar que uma pessoa pode transportar consigo uma fonte de energia que a habilite a voar”. Está certo.
Em 1908, a máquina dos Wright era ainda, como frisamos e refrisamos, um aeroplano de parque de diversões, subindo de um trilho seguro a uma pilastra de 6 metros, e daí, por um sistema de pesos, projetando-se no ar. Se aterrasse fortuitamente num campo, a quilômetros de distância, tinha de ser transportado em caminhões ou carro de bois para junto de seu hangar – na hipótese de querer subir de novo – a fim de o reerguerem no trilho e o reatirarem no espaço. Isto em 1908. Em 1906, conforme não nos cansaremos de repetir, o “14-bis” (que se chamou, também, Oiseau de proie – “Ave de rapina”) ergue-se do chão por si mesmo; e em 1909 Santos Dumont ia visitar os seus amigos Rothschild com o “Demoiselle”, aterrando e subindo em qualquer parte.
A má fé da Literary Digest evidencia-se no fato de ela haver truncado insidiosamente o artigo de La Nature. Diz a revista francesa:
“La journée du 13 Septembre 1906 sera désormais historique, car, pour la première fois, un homme s’est élevé dans l’air par ses propres moyens”. – “O dia 13 de setembro de 1906, será doravante um dia histórico, pois, nele, pela primeira vez um homem subiu ao ar valendo-se dos seus próprios recursos”.
A Literary Digest não traduziu esta parte, o que é grave: e errou na data escrevendo 15 de setembro em lugar de 13. O erro é venial, sem dúvida, mas demonstra insegurança, desleixo, leviandade, atrapalhação… A proeza de Santos Dumont incomodou-a de tal maneira que, no mesmo número, dá três notícias dela, sendo uma de página inteira.
Continua
GONDIN DA FONSECA
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