quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Grandes vultos: Marechal Romdon - Parte 03.

 

Roosevelt

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES

CÂNDIDO M. DA S . RONDON Parte – 03.

Descobrimos a Serra do Norte na sua origem, onde nascem os rios Nhambiquara, 12 de Outubro, Ike, contribuinte do Camarará onde vivem os nhambiquaras-anunês. Levantamos o divisor do Machadinho com o Anari, deste com o Jaru, deste último com o Jacaré, Boa Vista e Urupá; bem assim as cabeceiras dos rios Branco e Preto do Jamari; do Preto do Gi-Paraná; do Juruàzinho, do Jamari, Jaru, Urupá, Cautário, Catarino, São Miguel, Ricardo Franco, traçando neste trecho o divisor do Gi-Paraná com o Guaporé.”

Acompanhou Roosevelt na sua famosa exploração. Não havia ali a bilaquiana primavera eterna pois um dia o ex-presidente norte-americano poderia recordar: “É incrível a quantidade de insetos que mordem, picam, devoram, depositam bernes, causam sofrimentos atrozes; vai além do que se possa imaginar. O patético mito da benfazeja natureza não pode ser aplicado à crueldade da vida dos trópicos.” Rondon sintetiza o resultado da expedição: “Recolhemos material científico para as nossas grandes Pátrias, entramos em contato com os nossos indígenas, descobrimos e fizemos o levantamento de rios até então inexplorados, como o célebre Rio da Dúvida, que entrou para o nosso sistema hidrográfico como parte integrante do extenso e acidentado curso de água que, em homenagem ao ilustre estadista norte-americano, passou à denominação de Rio Roosevelt.”

Sobre a sua figura assim se exprimira Roosevelt: “O Cel. Rondon tem, como homem, todas as virtudes de um sacerdote, é puritano de uma perfeição inimaginável na época moderna; e, como profissional, é tamanho cientista, tão grande é o seu conjunto de conhecimentos, que se pode considerar um sábio. Quanto mais eu o conhecia e o estudava, em meio da contemplação da grandeza do Brasil, mais me firmava na ideia de que essa grandeza não era maior do que a do filho ilustre desse recanto prodigioso da Natureza.”

Disse ainda Roosevelt: A América pode apresentar ao mundo duas realizações ciclópicas: ao Norte o Canal do Panamá, ao Sul o trabalho de Rondon – científico, prático, humanitário.” Rondon não é apenas oficial e gentleman como os que mais o são nos mais bem organizados exércitos do mundo. É também excepcional, audaz e competente explorador, ótimo naturalista, cientista, estudioso, filósofo. Com ele a conversa vai da caçada de onças e dos perigos da exploração do sertão à antropologia indígena; dos perigos da civilização industrial puramente materialista, à moralidade positivista. O Positivismo do Cel. Rondon é realmente a Religião da Humanidade, doutrina que o impele a ser justo, bondoso e útil, a viver corajosamente sua vida e, com igual bravura, afrontar a morte.”

Continua


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