D. Pedro II |
GRANDES
VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS
ATIVIDADES
JOSÉ
CARLOS DO PATROCÍNIO – PARTE 10.
Acusavam-no
de conduta vacilante e volúvel, a ponto de se ver, em certas
ocasiões, entre dois fogos de velhos companheiros. Silva Jardim o
acoimava de traidor da causa republicana e André Rebouças de
traidor da Princesa Isabel. Ao primeiro respondia que sempre foi
republicano, mas os abolicionistas não poderiam esquecer sua
gratidão à Redentora, motivo pelo qual não admitia o advento da
república durante o governo de Isabel. Em relação a Pedro II,
entretanto, não lhes ocultava suas antipatias.
Exilado
como monarquista, após a proclamação da República, André
Rebouças não perdoou o amigo o ter-se manifestado a favor da nova
ordem. Sua defesa, fê-la Patrocínio num artigo intitulado “André
Rebouças e eu”. Começou por dizer que Rebouças foi, sempre, “a
alma de sua alma” e que nunca se permitira a liberdade de
contrapor-lhe um pensamento”. Contudo, divergiam num ponto:
“Rebouças era monarquista e ele republicano”.
Com a
volta de D. Pedro II, muitos republicanos, ao contrário de
Patrocínio, entendiam que se deviam respeito ao imperador e esperar
por sua morte para a mudança do regime. Patrocínio, ao contrário,
entendia que Isabel seria a salvação e suas esperanças estavam
depositadas no terceiro reinado. Acreditava num futuro promissor para
a Pátria dentro do coração daquela mulher que ouvia a voz do povo
para governar. A frialdade de D. Pedro II o assustava.
A
opinião de alguns de seus biógrafos de que, adepto franco do
terceiro reinado, proclamada a república, não se pejou de passar de
armas e bagagens para o novo regime, colocando as colunas da “Cidade
do Rio” a serviço dos novos governantes, com as diárias a
Deodoro, deve ser rebatida, pois foi o próprio Patrocínio quem, de
maneira insofismável, procurou justificar sua atitude. Primeiro, não
era ele um monarquista ou um republicano de
última hora. Era realmente, um dos fundadores do “Clube Republicano”. O homem dos primeiros momentos da causa, das primeiras reuniões da “chácara do Capitão Sena”. As linhas tortas escritas por sua conduta temperamental e aparentemente contraditória tinham, objetivamente, um ideal perfeito e retilíneo: a libertação dos escravos. A causa republicana não era sua. Ele seguia sob a bandeira dos amigos da velha casa de seu sogro: Quintino Bocaiuva, Silva Jardim, Lopes Trovão, Olavo Bilac, Benjamim Constant e outros. Não era ele culpado da pretendida mistura, num só corpo, de duas causas distintas. Houve, até, quem pretendesse precipitar a vinda da república sem a abolição, pretensão essa que encontrou inabalável oposição de Patrocínio: “mas, uma república com milhões de escravos?”
última hora. Era realmente, um dos fundadores do “Clube Republicano”. O homem dos primeiros momentos da causa, das primeiras reuniões da “chácara do Capitão Sena”. As linhas tortas escritas por sua conduta temperamental e aparentemente contraditória tinham, objetivamente, um ideal perfeito e retilíneo: a libertação dos escravos. A causa republicana não era sua. Ele seguia sob a bandeira dos amigos da velha casa de seu sogro: Quintino Bocaiuva, Silva Jardim, Lopes Trovão, Olavo Bilac, Benjamim Constant e outros. Não era ele culpado da pretendida mistura, num só corpo, de duas causas distintas. Houve, até, quem pretendesse precipitar a vinda da república sem a abolição, pretensão essa que encontrou inabalável oposição de Patrocínio: “mas, uma república com milhões de escravos?”
Continua…
S. SILVA
BARRETO
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