quarta-feira, 16 de abril de 2014

Literatura Ocidental -- Parte 82.

   
HISTÓRIA DA LITERATURA MUNDIAL
LITERATURA OCIDENTAL – PARTE 82
LITERATURA DOS PAÍSES BAIXOS – I

Cedo tornaram-se os Países Baixos sede de importantes atividades sócio-econômicas que, mais tarde, lhes proporcionaria significativa posição de liderança na evolução social. O pioneirismo holandês pode ser atestado no desenvolvimento de centros urbanos de poderosa economia e de irradiação artístico-cultural: no sul, Flandres é o ponto central com expressão literária nos séculos XI e XII, no norte o centro de intensidade sócio-econômica é estabelecido em Bruges e em Gand no século XIII.
 
A unificação do desenvolvimento cultural pelo estabelecimento de relações vivas entre os diversos centros dos países, seja em formas internas, seja em formas externas, é prejudicada pelas diversidades dialetais, por separações religiosas, por desníveis sociais-significativos e pela instabilidade política – fatores que estarão presentes nos séculos posteriores.

  Desidério Erasmo de Rotterdam  
Como primeiros documentos importantes da literatura dos Países Baixos podem ser apontados: a sátira popularmente determinada contra o feudalismo, cujo título é “Reinaert de Vos” e que, tradicionalmente, é atribuída a Willem; a produção místico-lírica de Hadewijch; o “Tratado da Contemplação” e “Cântico” – escritos por Jan van Ruusbroeck (1293-1381), de inspiração helênico-cristã e de conteúdo místico; finalmente, antes de iniciar-se a idade renascentista, a peça teatral “Elekerlijk” de Pierre Doorland. 
 
O Renascentismo apresenta apenas um nome importante nos Países Baixos: o humanista holandês Desidério Erasmo de Rotterdam (1467-1536), autor da famosa obra “Encomium Moriae” (o Elogio da Loucura). Além desta obra-prima, Erasmo escreveu outros livros, todos em latim: “Enchiridion Militis Christiani”, um tratado de teologia: “Adálgio”; “Colloquios”; e “De-Duplici Copia Verborum et Rerum”. Deve-se a Erasmo a direção da edição basilense da Bíblia, bem como da edição dos clássicos latinos e gregos. Como humanista cristão foi tolerante e moderado, pregando o término da cisão religiosa com uma igreja terceira voltada à pureza das origens evangélicas e não escolásticas. Este notável estilista foi bem um homem renascentista caracterizado pela lucidez. Sua influência estendeu-se vigorosamente a todo o domínio cultural do Ocidente. Em seu país o Renascimento não apresenta qualquer outro nome importante, pois, a literatura dos Países Baixos nesta época está reduzida às atividades de uma elite retórica.
 
Fonte: “Os Forjadores do Mundo Moderno”, Editora Fulgor, edição 1968, volume 7. 

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Um comentário:

RENATA CORDEIRO disse...

Li de um fôlego só e adorei.
Rosemildo, tenha uma feliz Páscoa.
Abraços,
Renata Cordeiro

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