GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
EUCLIDES DA CUNHA – Parte 01.
“O que apelidamos grande homem é sempre alguém que tem a ventura de transfigurar a fraqueza individual compondo-a com as forças infinitas da humanidade."
Novembro de 1888. Estava programada uma visita do Ministro da Guerra à Escola Militar. O estabelecimento minado de ideias republicanas, tinha nos seus alunos um material fortemente explosivo. Nos corredores articulava-se uma manifestação de indisciplina. À última hora, porém, todos os jovens sediciosos, por razões várias, foram se divorciando subjetivamente do movimento, aceitando a visita do representante da monarquia. Menos um aluno, desajeitado e magro, de olhos febris e gestos nervosos. O Ministro chaga à Escola Militar. Acompanha-o o Senador Silveira Martins que tinha um filho aluno do estabelecimento e que se inscrevera entre os rebeldes. A primeira companhia desfila em ordem. Nada acontece.
Mas na segunda companhia estava o aluno nervoso e desajeitado. Deu alguns passos à frente, olhando firmemente o representante da monarquia. Tira o sabre da bainha e tenta quebrá-lo no joelho. Depois atira-o ao chão. Murmura palavras ininteligíveis. Depois ergue a voz:
– Infame! A mocidade livre cortejando um ministro da monarquia!
O aluno desajeitado era Euclides da Cunha. O seu gesto de 1888 é bem uma síntese de toda a sua curta e atormentada vida. Nasceu a 20 de janeiro de 1866, filho de pais da classe média que, se não lhe deram a estabilidade necessária em criança – a mãe faleceu em 1869, deixando-o aos cuidados de parentes – também não o fizeram conhecer a indigência. Era filho de Manoel Rodrigues Pimenta da Cunha e de D. Eudóxia Moreira da Cunha. O pai era comerciante e, após a morte da esposa, via-se constantemente deslocado, de cidade em cidade, não podendo, desta forma, dar ao filho a assistência e o cainho necessários.
Em consequência das atividades paternas, teve de ser criado por parentes. Na fazenda São Joaquim, em Conceição de Fonte Nova, onde se encontrava recolhido pelos parentes, iniciou os Estudos, sendo, posteriormente, em 1877, transferido para a Bahia onde iria cursar o Colégio Carneiro Ribeiro.
Continua
CLÓVIS MOURA
Um comentário:
Oi Furtado
Sei da vida de muitos ilustres brasileiros, tenho várias enciclopédias e me delicio com as leituras.
Uma Linda noite
Beijos no coração
Lua Singular
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