GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
CÂNDIDO M. DA S. RONDON Parte – 06.
Dele diria Coelho Neto: “Na travessia longa em que se guiava a bússola, se se não levantavam vagalhões, impunham-se montanhas. Era aqui uma floresta densa, além uma catarata, adiante um pantanal escuro, fervilhando em podridão deletéria, exalando hausto letal.
Tudo lhes era adverso. Mas à voz enérgica do chefe, cada qual dava conta do que fizera; e desse herói que regressa do deserto, desse civilizador e pacificador, semeador de póvoas que serão cidades, plantador de roças que serão lavouras, dirão, mais tarde as gerações agradecidas o que disse o poeta:
Tu cantarás na voz dos sinos, nas charruas,
No esto da multidão, no tumultuar das ruas,
No clamor do trabalho e nos hinos da paz!
E, subjugando olvido, através das idades,
Violador de sertões, plantador de cidades,
Dentro do coração da pátria viverás…”
Alcides Maya:
“Na obra de Rondon tudo me comove. Não vejo apenas o deserto que devassa nas jornadas que empreende; não me seduz apenas o horizonte, que desenha o seu arco… O que me fascina é o seu espírito, o seu princípio de amor, a sua violência de amor. Ramon é uma energia de coração. Cada camisa que se desdobra sobre um corpo flexuoso e tostado de índia tem um valor de um mundo que se forma ou que renasce enflorado. Sobre aqueles nus bronzeados paira um ideal casto de crença que começa a irradiar. Rondon é um apóstolo. Que lhe importaria vencer o deserto, se, com o deserto, não viesse para nós as almas rudes que o dominam? Que importariam a árvore, a cachoeira, a flecha homicida, a febre, se, depois de afrontar o êrmo, ele não trouxe para a civilização os extraviados da selva? A medida de sua obra é a felicidade do homem. O velho mundo, hoje, digladia-se num duelo sem tréguas. Sobre tantos horrores paira, promissor de nova era, o heroísmo de Rondon. Ele pode adotar o altivo terceto de Dante: está a beber numa fonte viva, em que ninguém bebeu… “
Castro Menezes:
“Anchieta, Aspilcueta e Nóbrega ressurgem unificados nessa personalidade incomparável, única, abençoada, nesse homem, que tão alto eleva a nossa raça, a nossa nacionalidade, desmentindo, pelo exemplo, por atos e palavras, o pessimismo ultramontano dos que descreem de nossos destinos… “
“Rondon, ao lado das tarefas de técnico, desdobra, maravilhosamente, as energias de um santo. E de tribo em tribo, de taba em taba, de maloca em maloca, vai esse homem admirável surgindo, de olhos brilhantes e sorriso nos lábios, estendendo ao silvícola, sobre a palma da mão leal, sementes de fraternidade, germes de progresso, de paz, de harmonia e confiança.”
Rui Barbosa:
“A tradição viva da verdade militante é que há de ser o Homero de vossas glórias,”
General Gamelin:
“O meu intuito não foi apenas o de dar uma demonstração de afeto ao General Rondon, de que me honro de ser amigo. Quis chamar a atenção do grande público francês para a importância de sua obra, quer sob o ponto de vista brasileiro, quer sob o que diz respeito ao conhecimento científico do universo. Ao mesmo tempo, transmiti à Sociedade Geográfica de França o relatório completo das diversas obras por ele publicadas, com documentos complementares que permitirão apreciar a extensão dos serviços que prestou à causa geral da humanidade.”
Paul Claudel:
“Rondon, esta alma forte que se interna pelo sertão, na sublime missão de assistir o selvagem, é uma das personalidades brasileiras que mais me impressionam. Rondon dá-me a impressão de uma figura do Evangelho… “
(Estas citações finais e consagradoras foral tiradas da esplêndida biografia de Esther de Viveiros.)
Um comentário:
Oi Rosemildo.
Tenho a coleção inteira dos Grandes Pensadores, ainda não consegui ler tudo, ainda tô com problema na visão.
Mas vou lendo devagarzinho
Beijos no coração
Lua Singular
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