quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Grandes vultos: Clóvis Beviláqua - Parte 20.

Francisco de Paula Lacerda de Almeida

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
CLÓVIS BEVILÁQUA – PARTE – 20
Lacerda de Almeida, que fora ferrenho crítico do Código, acabou por dizer, publicamente, que considerava Clóvis como seu mestre, pois enquanto se pusera de microscópio a buscar nonadas, Clóvis apresentava a visão panorâmica, universal, amplíssima do Direito.
De um estrangeiro ilustre – Martinez Paz, são estas palavras: “raro exemplo de vontade, de fortaleza, de talento, de serenidade; o Código Civil foi sancionado e Clóvis Beviláqua consagrado o primeiro jurista de sua geração e da América” (apud. Ataufo Paiva, in Rev. Da Ac. Bras. de Letras, 64, 182).
Três vezes, apenas, ao que sei, ficou irado o nosso meigo    Clóvis. A primeira, quando pretenderam aplicar a pena de açoite a um escravo. Levantou-se o abolicionista Beviláqua na defesa jurídica do humilde. (Revivendo o passado, vol. II, pág. 155). A segunda, quando sentiu que desviavam maliciosamente a discussão de seu projeto, criando-se o risco de não ser promulgado o Código. E a terceira… Esta terceira ira do santo, toca-nos profundamente a sensibilidade de paulistas. Foi quando agentes da ditadura, naqueles dias gloriosos de 1932, procuraram-no em seu lar santificado, a pedir um parecer jurídico, que justificasse o bombardeio de São Paulo. Irou-se Clóvis e expulsou-os de sua presença – Jamais pactuava com opressão.
Para encerrar, pergunto-vos: qual a fonte de energia capaz de levar o pobre menino cearense, que tão sozinho andou pelo mundo, “a dar ao Brasil algumas das colunas mestras sobre as quais se assenta a construção ético-jurídica do país?”
A resposta está no “Credo Jurídico Político”, legado extraordinário de Clóvis aos homens de seu tempo:
Continua
MANUEL AUGUSTO VIEIRA NETO

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