quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Grandes vultos: Clóvis Beviláqua - Parte 19.

Humberto de Campos

GRANDES VULTOS BRASILEIROS QUE MARCARAM A HISTÓRIA NAS SUAS MAIS DIVERSAS ATIVIDADES
CLÓVIS BEVILÁQUA – PARTE – 19
Uma vez que aludi a casa da rua Barão de Mesquita, contarei aos mais moços, que a moradia de Clóvis era de extrema simplicidade. Vivia como um cearense pobre, bom e simples até a medula. Os animais encontravam refúgio certo e agasalho doce, nesse lar de um verdadeiro franciscano. Leia-se a belíssima página que Humberto de Campos dedicou a escrever como viviam os pombos, os gatos, cães e galinhas, na casa de Clóvis. Aqueles eram – diz Humberto de Campos – os galináceos mais felizes da terra...
E a família que ali vivia? Como seriam aquelas criaturas? A poetisa e escritora D. Amélia de Freitas Beviláqua? Suas filhas? O próprio Clóvis definiu-as na dedicatória que lhes fez do seu Código Civil, ocupa longo espaço o pensamento da família; neste livro, o afeto do lar foi a luz inspiradora, de irradiação suave, mas persistente”.
Eis um pequenino e delicioso retrato da vida familiar de Clóvis, traçado por um dos seus melhores biógrafos, Macário de Lemos Picanço – e completado por um dos mais destacados filósofos brasileiros:
“Depois do casamento, passou Clóvis a dedicar-se única e exclusivamente aos livros e à família. Clóvis sempre encontrou no recesso de sua casa a mais completa felicidade. Tudo é para ele. Suas filhas Floriza, Dóris, Velleda e Vitória vivem para o pai. Dá gosto ver-se o lar de Clóvis. Aí tudo é brandura, tudo é amizade, e dele disse Farias Brito, numa recordação: na família do Dr. Clóvis Beviláqua encontrei o retrato vivo da felicidade. Tudo aí é simples,, tudo é harmônico. A majestade do saber alia-se a poesia da virtude” (Direito, 20/36).
Quem vive assim, quem trabalha assim, quem sempre colocou os interesses da sociedade e da pátria muito acima dos seus próprios, é sábio e é santo.
Eis porque os homens de sua própria geração, inclusive aqueles que mais guerra fizeram, quando o pombo alvíssimo alçou voo e destacou-se no azul do céu, todos foram compelidos a reconhecer-lhe os méritos. Rui Barbosa, em discurso no Senado. Proclamou-o: “culminante sumidade jurídica”. E certa feita, presidindo a uma conferência de Clóvis sobre Teixeira de Freitas, conferiu-lhe a palavra nestes termos: – “Dou a palavra ao maior dos civilistas vivos, para que fale sobre o maior dos civilistas mortos”.
Continua
MANUEL AUGUSTO VIEIRA NETO

Um comentário:

LUCONI MARCIA MARIA disse...

Sempre bom vir aqui, conhecimento nunca é demais grata abraços

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...